Desigualdade em saúde no Brasil: medida e avaliação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Juliana Mambrini
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/AMSA-7WZFPD
Resumo: A avaliação da desigualdade em saúde é amplamente estudada e debatida em âmbito mundial. Este tema torna-se particularmente relevante no contexto do Brasil, um país fortemente marcado por desigualdades econômicas e sociais.Esta tese tem como objetivo central contribuir para este debate, incorporando novos elementos à discussão, principalmente no que se refere aos aspectos metodológicos da medida do estado de saúde, baseada no ajuste de um modelo da Teoria de Resposta ao Item, e incorporando uma nova dimensão na avaliação da desigualdade em saúde, até então muito baseada na comparação da saúde nos diferentes grupos e passando a basear-se na análise da distribuição da saúde nos grupos de interesse e na sua comparação com uma distribuição de referência. Foram utilizados os dados da PNAD 2003, em particular o Suplemento Saúde, que contemplou um diagnóstico sobre a saúde da população brasileira, o acesso a serviços de saúde, a cobertura por plano de saúde, a utilização dos serviços de saúde, os gastos com saúde e as condições de mobilidade física. A amostra estudada foi composta pelos indivíduos com idade igual ou superior a 20 anos.Os resultados mostraram-se coerentes com aqueles já apresentados pela literatura: indivíduos com estado de saúde mais baixo possuem maior probabilidade de apresentarem doenças crônicas, de possuírem restrições de mobilidade física, de avaliarem sua saúde como ruim ou muito ruim e de deixarem de realizar atividades habituais ou de ter estado acamado. A medida do estado de saúde revelou que 22,9% dos indivíduos foram classificados no grupo de pessoas com estado de saúde mais frágil. O extremo oposto, composto pela população com melhor estado de saúde, agregou 14,3% da amostra estudada. A medida de desigualdade intra-grupo apontou a existência de mais desigualdade para as mulheres, para as pessoas idosas, para os indivíduos de menor escolaridade e para as pessoas de baixo nível socioeconômico.As desigualdades em saúde evidenciadas neste trabalho apontam desafios para as políticas públicas, particularmente da área de saúde, e devem ser consideradas para subsidiar ações que atendam às necessidades da população, com foco na superação da desigualdade social.
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Este tema torna-se particularmente relevante no contexto do Brasil, um país fortemente marcado por desigualdades econômicas e sociais.Esta tese tem como objetivo central contribuir para este debate, incorporando novos elementos à discussão, principalmente no que se refere aos aspectos metodológicos da medida do estado de saúde, baseada no ajuste de um modelo da Teoria de Resposta ao Item, e incorporando uma nova dimensão na avaliação da desigualdade em saúde, até então muito baseada na comparação da saúde nos diferentes grupos e passando a basear-se na análise da distribuição da saúde nos grupos de interesse e na sua comparação com uma distribuição de referência. Foram utilizados os dados da PNAD 2003, em particular o Suplemento Saúde, que contemplou um diagnóstico sobre a saúde da população brasileira, o acesso a serviços de saúde, a cobertura por plano de saúde, a utilização dos serviços de saúde, os gastos com saúde e as condições de mobilidade física. A amostra estudada foi composta pelos indivíduos com idade igual ou superior a 20 anos.Os resultados mostraram-se coerentes com aqueles já apresentados pela literatura: indivíduos com estado de saúde mais baixo possuem maior probabilidade de apresentarem doenças crônicas, de possuírem restrições de mobilidade física, de avaliarem sua saúde como ruim ou muito ruim e de deixarem de realizar atividades habituais ou de ter estado acamado. A medida do estado de saúde revelou que 22,9% dos indivíduos foram classificados no grupo de pessoas com estado de saúde mais frágil. O extremo oposto, composto pela população com melhor estado de saúde, agregou 14,3% da amostra estudada. A medida de desigualdade intra-grupo apontou a existência de mais desigualdade para as mulheres, para as pessoas idosas, para os indivíduos de menor escolaridade e para as pessoas de baixo nível socioeconômico.As desigualdades em saúde evidenciadas neste trabalho apontam desafios para as políticas públicas, particularmente da área de saúde, e devem ser consideradas para subsidiar ações que atendam às necessidades da população, com foco na superação da desigualdade social.The evaluation in inequality in health is widely studied and debated around the world. This subject becomes particularly relevant in the Brazilian context, because Brazil is a country strongly marked by social and economic inequalities.The main objective of this work is to contribute for this discussion, aggregating new elements, mainly as for the methodological aspects of the measure of health status, based on the model of Item Response Theory, and incorporating a new approach in the health inequality, until now mainly based on the comparison of health of different groups and beginning to base the analysis on the distribution of the health of interest groups and the comparison of this with an reference distribution.Data used were from PNAD 2003, particularly the Health Supplement, which included a diagnostic from the Brazilian population health, the access to health services, the coverage by health plan, the use of the health services, the spending on health and the physical mobility conditions. The sample studied was composed by individuals with aged twenty years old or more.Much of the health inequalities detected in this work is similar to other inquires results described in the literature. Results from the health measure showed that 22,9% of the population were classified into the group of lowest health status, in contrast with 14,3% included in the highest health status group. As for the measure of intra-group differences, the results indicated the biggest inequality for women, for the aged people and for those individuals of lesser scholarship and low socioeconomic level.The health inequalities evidenced in this work indicate challenges for the public politics, particularly in the health area, and must be considered to subsidize actions that take care of to the necessities of the population, with focus in the overcoming of the social inequality.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGDesigualdade socialServiços de saúde AvaliaçãoSaúdeEconomia da saúdeDesigualdade social em saúdePNAD 2003Teoria de Resposta ao ItemDesigualdade em saúdeDesigualdade em saúde no Brasil: medida e avaliaçãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese___juliana_vaz_de_melo_mambrini.pdfapplication/pdf1121600https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/AMSA-7WZFPD/1/tese___juliana_vaz_de_melo_mambrini.pdf049f248e9216933229247d4bd1fa0633MD51TEXTtese___juliana_vaz_de_melo_mambrini.pdf.txttese___juliana_vaz_de_melo_mambrini.pdf.txtExtracted texttext/plain281244https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/AMSA-7WZFPD/2/tese___juliana_vaz_de_melo_mambrini.pdf.txt6f800c0e9956650ebb2cbf639290e5cfMD521843/AMSA-7WZFPD2019-11-14 19:54:28.795oai:repositorio.ufmg.br:1843/AMSA-7WZFPDRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T22:54:28Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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