Entrelaçamentos: o choro dos bebês e a docência na educação infantil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fernanda Pedrosa Coutinho Marques
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/52569
https://orcid.org/0000-0001-5211-3937
Resumo: A pesquisa teve como objetivo compreender como o choro dos bebês interfere nas relações educativo-pedagógicas desenvolvidas em uma EMEI de Belo Horizonte, Minas Gerais. Embora a literatura sobre a Educação Infantil, sobretudo a de cuidado e educação de bebês, enfatize a importância de se pensar o lugar que os bebês ocupam nas interações com os outros nesse contexto e ainda as especificidades que compõem a docência com bebês, ainda são poucas as pesquisas que abordam a temática do choro, e menos frequente ainda as que o analisam de forma articulada com as ações docentes. Baseado nesse contexto, propomos um diálogo teórico entre estudos da Sociologia e da Pedagogia da Infância, da Antropologia da Criança, da Educação Infantil e da Psicologia Histórico-Cultural, a fim de analisar a relação entre o choro e a organização dos tempos, espaços, materiais no qual os bebês, professoras e auxiliar estão inseridos; analisar como o choro dos bebês interfere nas suas interações com as professoras e como ele perpassa as interações dos bebês com seus coetâneos. A partir de filmagens realizadas em uma turma de berçário de uma EMEI de Belo Horizonte em 2017, tivemos como foco analisar os momentos de atividades dirigidas, pois identificamos que havia uma maior interferência do choro dos bebês nestes momentos. Os resultados indicaram que havia a prevalência de uma rotina institucionalizada em detrimento de espaço-tempo para os momentos de interações dos bebês de forma mais autônoma. Com isso, constatamos que as ações e expressões dos bebês sinalizaram um controle excessivo e um processo de disciplinamento de seus corpos por parte das professoras, assim como o desinteresse dos bebês por essas atividades. Observamos também que nos momentos em que não ocorriam essas atividades, as professoras demonstraram uma maior disponibilidade corporal e afetiva diante das sinalizações e convocações dos bebês, havendo, portanto, uma menor incidência do choro. Em relação à interferência do choro nas ações docentes, constatamos que há uma interdependência entre o choro dos bebês e a docência perpassada por uma relação de poder e dependência. O choro exprime uma necessidade e fragilidade dos bebês que dependem do outro adulto – nesse caso das professoras – para se constituírem como pessoa, mas que por outro lado, exercem um poder sobre o outro, nesse caso, as suas professoras, incitando nelas ações e práticas inesperadas e ainda, reflexões que retroalimentam a própria docência. Também identificamos como o choro se apresenta como um elemento desencadeador de encontros e desencontros simultâneos dos bebês com seus coetâneos. Pudemos verificar que são muitos os encontros, mesmo que rápidos, que se davam entre eles, em sua maioria durante os momentos em que não havia atividade dirigida pelas professoras. Assim, afirmamos que os bebês com suas ações modificam o próprio ambiente e o transformam de modo que possibilite encontros, desencontros e brincadeiras. A partir dessas constatações, sustentamos a tese de que o choro dos bebês é um elemento importante e legítimo a ser considerado nas práticas pedagógicas a serem desenvolvidas com bebês na creche, contribuindo para o reconhecimento do papel ativo desses sujeitos e para a construção de uma docência exercida com eles. Reiteramos ainda a necessidade de políticas públicas para a Educação Infantil que visem melhores condições de trabalho e espaços/tempos de formação que possibilitem reflexões sobre as especificidades da docência com bebês, bem como sobre o seu processo de desenvolvimento no início da vida e a construção de práticas que tenham como foco o próprio bebê e suas formas de comunicação.
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Baseado nesse contexto, propomos um diálogo teórico entre estudos da Sociologia e da Pedagogia da Infância, da Antropologia da Criança, da Educação Infantil e da Psicologia Histórico-Cultural, a fim de analisar a relação entre o choro e a organização dos tempos, espaços, materiais no qual os bebês, professoras e auxiliar estão inseridos; analisar como o choro dos bebês interfere nas suas interações com as professoras e como ele perpassa as interações dos bebês com seus coetâneos. A partir de filmagens realizadas em uma turma de berçário de uma EMEI de Belo Horizonte em 2017, tivemos como foco analisar os momentos de atividades dirigidas, pois identificamos que havia uma maior interferência do choro dos bebês nestes momentos. Os resultados indicaram que havia a prevalência de uma rotina institucionalizada em detrimento de espaço-tempo para os momentos de interações dos bebês de forma mais autônoma. Com isso, constatamos que as ações e expressões dos bebês sinalizaram um controle excessivo e um processo de disciplinamento de seus corpos por parte das professoras, assim como o desinteresse dos bebês por essas atividades. Observamos também que nos momentos em que não ocorriam essas atividades, as professoras demonstraram uma maior disponibilidade corporal e afetiva diante das sinalizações e convocações dos bebês, havendo, portanto, uma menor incidência do choro. Em relação à interferência do choro nas ações docentes, constatamos que há uma interdependência entre o choro dos bebês e a docência perpassada por uma relação de poder e dependência. O choro exprime uma necessidade e fragilidade dos bebês que dependem do outro adulto – nesse caso das professoras – para se constituírem como pessoa, mas que por outro lado, exercem um poder sobre o outro, nesse caso, as suas professoras, incitando nelas ações e práticas inesperadas e ainda, reflexões que retroalimentam a própria docência. Também identificamos como o choro se apresenta como um elemento desencadeador de encontros e desencontros simultâneos dos bebês com seus coetâneos. Pudemos verificar que são muitos os encontros, mesmo que rápidos, que se davam entre eles, em sua maioria durante os momentos em que não havia atividade dirigida pelas professoras. Assim, afirmamos que os bebês com suas ações modificam o próprio ambiente e o transformam de modo que possibilite encontros, desencontros e brincadeiras. A partir dessas constatações, sustentamos a tese de que o choro dos bebês é um elemento importante e legítimo a ser considerado nas práticas pedagógicas a serem desenvolvidas com bebês na creche, contribuindo para o reconhecimento do papel ativo desses sujeitos e para a construção de uma docência exercida com eles. Reiteramos ainda a necessidade de políticas públicas para a Educação Infantil que visem melhores condições de trabalho e espaços/tempos de formação que possibilitem reflexões sobre as especificidades da docência com bebês, bem como sobre o seu processo de desenvolvimento no início da vida e a construção de práticas que tenham como foco o próprio bebê e suas formas de comunicação.The research aimed to understand how babies' crying interferes in the educational-pedagogical relationships developed in an EMEI in Belo Horizonte, Minas Gerais. Although the literature on Early Childhood Education, especially the one on the care and education of babies, emphasizes the importance of thinking about the place that babies occupy in interactions with others in this context, and even the specificities that make up teaching with babies, there are still few studies that address the theme of the cry, and even less frequent those that analyze it in an articulated way with teaching actions. Based on this context, we propose a theoretical dialogue between Sociology and Childhood Pedagogy, Child Anthropology, Child Education and Historical-Cultural Psychology studies, in order to analyze the relationship between the cry and the organization of times, spaces, materials in which the babies, teachers and auxiliary are inserted; to analyze how the babies' crying interferes in their interactions with the teachers and how it permeates the babies' interactions with their peers. From footage taken in a nursery class at an EMEI in Belo Horizonte in 2017, we focused on analyzing the moments of directed activities, once we identified that there was a greater interference of babies' crying at these moments. The results indicated that there was a prevalence of an institutionalized routine to the detriment of space-time for the babies' interactions moments in a more autonomous way. With this, we found that the babies' actions and expressions signaled excessive control and a process of disciplining their bodies by the teachers, as well as the babies' lack of interest in these activities. We also observed that at times when these activities did not take place, the teachers demonstrated greater physical and affective availability in the face of the babies' signals and summons, with, therefore, a lower incidence of the cry. Regarding the interference of the cry in teaching actions, we found that there is an interdependence between babies' crying and teaching permeated by a relationship of power and dependence. The cry expresses a necessity and fragility of babies who depend on another adult – in this case, the teachers – to constitute themselves as a person, but on the other hand, exercise power over the other, in this case, their teachers, inciting in them unexpected actions and practices and reflections that feed back into teaching itself as well. We also identified how the cry appears as a triggering element of simultaneous encounters and disencounters between babies and their peers. We were able to verify that there are many encounters, even if brief, that took place between them, mostly during times when there was no activity directed by the teachers. Thus, we affirm that babies, with their actions, modify their own environment and transform it in a way that allows encounters, disencounters and games. Based on these findings, we support the thesis that babies' crying is a legitimate and important element to be considered in the pedagogical practices to be developed with babies in daycare, contributing to the recognition of the active role of these subjects and to the construction of teaching exercised with them. We still reiterate the necessity for public policies for Early Childhood Education that aim better working conditions and training spaces/times that allow reflections on the specificities of teaching with babies, as well as on their development process at the beginning of life and the construction of practices that focus on the baby itself and its forms of communication.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Educação - Conhecimento e Inclusão SocialUFMGBrasilFAE - FACULDADE DE EDUCAÇÃOBebêsChoroRelações pedagógicasDocência na crecheEducação InfantilCuidado e educaçãoEntrelaçamentos: o choro dos bebês e a docência na educação infantilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALEntrelaçamentos- o choro dos bebês e a docência na educação infantil - versão final_ARQUIVO DIGITAL.pdfEntrelaçamentos- o choro dos bebês e a docência na educação infantil - versão final_ARQUIVO DIGITAL.pdfapplication/pdf3651605https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/52569/1/Entrela%c3%a7amentos-%20%20o%20choro%20dos%20beb%c3%aas%20e%20a%20doc%c3%aancia%20na%20educa%c3%a7%c3%a3o%20infantil%20-%20vers%c3%a3o%20final_ARQUIVO%20DIGITAL.pdf7d2436d8851094f532c06f1ee5229fc3MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/52569/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/525692023-04-27 09:17:44.503oai:repositorio.ufmg.br:1843/52569TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-04-27T12:17:44Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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