Avaliação histopatológica e imuno histoquímica de cepas xênica e axênica de entamoeba histolytica e xênica de entamoeba díspar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Keyla Novaes Oliveira de Brito
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/ECJS-7GKNRQ
Resumo: A Amebíase é uma doença tipicamente humana causada pelo protozoário parasita E. histolytica. Esta ameba pode colonizar o intestino humano, permanecendo como comensal assim como a ameba não-patogênica, E. dispar. As semelhanças entre E. histolytica e E. dispar fazem desta última um modelo atrativo para estudos visando esclarecer a fisiopatologia da amebíase. Muitas das proteínas descritas como envolvidas com a virulência da E. histolytica estão presentes também em E. dispar. A patogenicidade desta ameba está em parte relacionada com sua associação com espécies bacterianas. A esta associação se acrescentam moléculas produzidas pela E. histolytica responsáveis por sua virulência e pela evasão do sistema imune, incluindo o complemento. Os trofozoítos estão continuamente expostos ao complemento e em geral o ativam pela via alternativa, mas a atuação do complemento sobre os trofozoítos e a área de necrose amebiana é controversa e pouco estudada in vivo. Neste estudo objetivou-se através da comparação de cepas de E. histolytica em cultivo misto e axênico entre si e entre as cepas de E. dispar de cultivo misto, estudar a necrose hepática amebiana reproduzindo-a em camundongo. Também foi avaliada a influência da expressão in situ do componente C9 do complemento sobre as áreas de necrose e os trofozoítos das cepas de E. histolytica e E. díspar. Lesões hepáticas foram observadas em todos os animais inoculados, inclusive com a E. dispar. Embora não-patogênica em humanos, esta espécie de ameba também mostrou-se capaz de produzir Amebíase hepática experimental murina. As áreas de necrose produzidas por ambas as cepas de E. histolytica foram estatisticamente iguais, mostrando que a presença de bactérias não interferiu significativamente na virulência da cepa Ehm. Os animais inoculados com a cepa Ehm de E. histolytica, foram aqueles que apresentaram a menor intensidade do infiltrado inflamatório e amplas regiões de necrose, sugerindo a participação de leucócitos destruídos no aumento da necrose. Mesmo com maior quantidade de trofozoítos, os animais inoculados com a cepa Ehax não desenvolveram necrose significativamente maior do que a produzida pela cepa Ehm. Grande quantidade de leucócitos próximos à necrose e maiores áreas de marcações granulosas anti-trofozoítos foram encontradas nos animais inoculadas com as cepas de E. dispar, sugerindo uma destruição mais eficaz desta ameba. Os animais inoculados com E. histolytica apresentaram as maiores áreas de marcação C9(+) no parênquima hepático normal e lesado, bem como um maior número de trofozoítos C9(+). Apesar disso, nestes animais não foram observadas grandes áreas de marcações granulosas anti-trofozoítos, o que indicaria a destruição dos parasitos. Diante disso, os resultados também sugerem uma maior capacidade de evasão in vivo da E. histolytica em relação ao complemento.
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