O Imaginário sobre robôs em séries de ficção científica : a saga Battlestar Galactica (1978 – 2010)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lívia de Pádua Nóbrega
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/34077
Resumo: A presente pesquisa teve como objetivo cartografar os sentidos construídos e colocados em circulação por meio de narrativas sobre os robôs em séries de Ficção Científica ao longo do tempo (1978 – 2010). O recorte temporal proposto refere-se ao que se tomou como objeto empírico: a saga estadunidense Battlestar Galactica devido à consideração de seu caráter de exemplaridade em relação ao diálogo com o contexto de sua época, às formas de construção e compreensão narrativas acionadas sob o formato da serialidade e os temas da tecnociência mobilizados. Observando que as histórias de robôs detêm a capacidade de ativar o imaginário coletivo a respeito da condição humana e oferecer compensação simbólica às pulsões conformadas pelas coerções sociais, analisa-se como a mitologia construída pela obra fornece vazão à necessidade de simbolização de anseios e receios humanos. Assim, elas articulam criadores e público por meio de produções midiáticas. Para tanto, adotou-se a perspectiva da Teoria do Imaginário, de Gilbert Durand e seus procedimentos metodológicos da Mitocrítica e Mitanálise. Durante este percurso, percebeu-se a apropriação do mito do Golem na ficção sobre seres artificiais, seu processo de estereotipia com a popularização da figura do robô e um princípio de transformação e saturação de suas figurações metalizadas para dar espaço a representações mais adequadas de novas formas de vida e subjetividade. Os principais resultados dão conta da Ficção Científica como um estilo de matrizes plurais e até mesmo díspares, as quais cada produção se apropria a sua maneira, de modo a conferir tons singulares; o tema “robô” emerge da tensão entre elementos simples e familiares à audiência - como a religiosidade e o misticismo - e elementos relativamente novos e complexos – como a consciência maquínica - a fim de amenizar o estranhamento cognitivo que problemáticas tecnocientíficas podem gerar; a ideia de que a Ficção Científica desenvolve uma complexidade temática cuja abordagem é beneficiada sob as dinâmicas seriadas – o que faz das séries sci-fi o universo ideal para o tratamento de tais questões, desenvolvidas gradualmente; a aderência superficial, mas que se complexifica ao longo do tempo, ao sistema de ideação da tecnociência e a Ficção Científica como lugar importante para tratar questões da ciência e tecnologia contemporâneas, por meio de um modo de saber legítimo em suas especificidades criativas.
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Observando que as histórias de robôs detêm a capacidade de ativar o imaginário coletivo a respeito da condição humana e oferecer compensação simbólica às pulsões conformadas pelas coerções sociais, analisa-se como a mitologia construída pela obra fornece vazão à necessidade de simbolização de anseios e receios humanos. Assim, elas articulam criadores e público por meio de produções midiáticas. Para tanto, adotou-se a perspectiva da Teoria do Imaginário, de Gilbert Durand e seus procedimentos metodológicos da Mitocrítica e Mitanálise. Durante este percurso, percebeu-se a apropriação do mito do Golem na ficção sobre seres artificiais, seu processo de estereotipia com a popularização da figura do robô e um princípio de transformação e saturação de suas figurações metalizadas para dar espaço a representações mais adequadas de novas formas de vida e subjetividade. Os principais resultados dão conta da Ficção Científica como um estilo de matrizes plurais e até mesmo díspares, as quais cada produção se apropria a sua maneira, de modo a conferir tons singulares; o tema “robô” emerge da tensão entre elementos simples e familiares à audiência - como a religiosidade e o misticismo - e elementos relativamente novos e complexos – como a consciência maquínica - a fim de amenizar o estranhamento cognitivo que problemáticas tecnocientíficas podem gerar; a ideia de que a Ficção Científica desenvolve uma complexidade temática cuja abordagem é beneficiada sob as dinâmicas seriadas – o que faz das séries sci-fi o universo ideal para o tratamento de tais questões, desenvolvidas gradualmente; a aderência superficial, mas que se complexifica ao longo do tempo, ao sistema de ideação da tecnociência e a Ficção Científica como lugar importante para tratar questões da ciência e tecnologia contemporâneas, por meio de um modo de saber legítimo em suas especificidades criativas.The presente research aimed to map the senses constructed and put into circulation through narratives about robots in Science Fiction series over the time (1978 – 2010). The proposed time frame refers to what was taken as an empirical object: the American saga Battlestar Galactica due to the consideration of its character of exemplarity in relation to the dialogue with the context of its time, to the forms of construction and understanding narratives triggered in the format of seriality and the themes of techno-science mobilized. Observing that the robots stories have the ability to activate the collective imaginary about human condition and offer symbolic compensation for the drives formed by social constraints, is analyzed how the mythology built by the production provides the need to symbolize of human desires and fears. Thus, they articulate creators and audiences through media productions. To this end, the perspective Theory of the Imaginary, by Gilbert Durand and his methodological procedures of Mythocritics and Mythanalysis were adopted. During this course, it was noticed the appropriation of the Golem myth in fiction about artificial beings, its stereotype process with the popularization of the robot figure and a principle of transformation and saturation of its metallized figurations to make room for more appropriate representations of new life forms and subjectivity. The main results account for Science Fiction as a style of multiple and even disparate matrices, which each production appropriates in its own way in order to confer particular tones; The “robot” theme emerges from the tension between simple elements familiar to the audience – such as religiosity and mysticism – and relatively new and complex elements – such as artificial consciousness – in order to alleviate the cognitive estrangement that technoscientific questions can generate; the idea that Science Fiction develops a thematic complexity whose approach is benefited under the serial dynamics - what makes sci-fi series the ideal universe for dealing with such issues, developed gradually; superficial adherence, but which becomes more complex over time, to the technoscience ideation system and Science Fiction as an important place to deal with contemporary science and technology issues, through a way of legitimate knowledge in its creative specificities.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Comunicação SocialUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIALhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessFicção científicaRobôsImaginárioFicção seriadaBattlestar Galactica - análiseO Imaginário sobre robôs em séries de ficção científica : a saga Battlestar Galactica (1978 – 2010)The imaginary about robots in science fiction series : The Battlestar Galactica saga (1978 - 2010)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTese_OImaginárioSobreRobôsEmSériesDeFicçãoCientífica.pdfTese_OImaginárioSobreRobôsEmSériesDeFicçãoCientífica.pdfapplication/pdf5030643https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/34077/1/Tese_OImagin%c3%a1rioSobreRob%c3%b4sEmS%c3%a9riesDeFic%c3%a7%c3%a3oCient%c3%adfica.pdf4f2db30dc47412e2a63b7981a9070e0cMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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