Detalhes bibliográficos
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
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spelling Vanessa Sena Tomazhttp://lattes.cnpq.br/6635454822711491Gersem José dos Santos LucianoRosângela Pereira de TugnyRomero Ribeiro JuniorSérgio Antônio Silvahttp://lattes.cnpq.br/1348198185434414Paula Cristina Pereira Silva2022-10-19T14:09:46Z2022-10-19T14:09:46Z2022-01-27http://hdl.handle.net/1843/46377Esta tese é uma experiência concreta de um fazer pesquisa com os Tikmũ’ũn, também conhecidos como Maxakali, entre múltiplos seres, saberes e fazeres. Teve como objetivo geral compreender um modo tikmũ’ũn de fazer pesquisa e a relação desse modo com o fazer escola. Nesse sentido, estamos diante de uma pesquisa produzida coletivamente que destaca a urgência da descolonização das pesquisas para dar visibilidade e reconhecimento aos seres, saberes e fazeres de diversos povos que, por séculos, foram preteridos pela sociedade ocidental dominante. Os participantes da pesquisa são diversos seres, humanos e também os considerados ‘não humanos’, que vivem no Território Maxakali de Água Boa, município de Santa Helena de Minas (MG). O material empírico foi produzido pelos pesquisadores tikmũ’ũn e pelas pesquisadoras não indígenas, que, juntos, criaram uma Rede de Pesquisa Hãm Yĩkopit (Perguntar à Terra) que compartilha pesquisas de diferentes temáticas. Essas pesquisas foram desenvolvidas, presencialmente, por todos os participantes da Rede, em suas respectivas aldeias, compartilhadas uns com os outros por meio de encontros de ‘orientação’ coletiva. Devido à pandemia de Covid-19, compõe também o material de pesquisa desta tese a produção remota de um livro com os resultados das pesquisas desenvolvidas na Rede. Buscando honrar a autoria e o protagonismo dos Tikmũ’ũn, procuramos um caminho teórico-metodológico que, de fato, dialogue com a cosmovisão desse povo. Para isso, construímos diretrizes para a análise do material de pesquisa fundamentadas nos seres, saberes e fazeres tikmũ’ũn, esboçados pelos pesquisadores em suas pesquisas. Orientadas por essas diretrizes, foram chamados outros estudos sobre metodologias de pesquisa indígena que se baseiam na prática ancestral indígena da contação de histórias (storytelling), também comum entre os Tikmũ’ũn, e que destacam a potência das histórias para se ensinar (storywork), a fim de valorizar a oralidade e focar no que os pesquisadores da Rede queriam nos contar. Foram feitos movimentos alternados de análise, ora posicionando a lente de análise no macro, englobando todas as pesquisas da Rede, ora no micro, que reúne as atividades de uma das pesquisas da Rede, conectadas às práticas da escola, situadas em uma aldeia específica. O primeiro movimento analítico mostrou que diversos aspectos aprendidos, relacionados ao ser-saber-viver tikmũ’ũn, guiaram o modo de fazer pesquisa da Rede. Já a análise do micro possibilitou entender como tais aspectos orientam o modo de fazer escola tikmũ’ũn, que se conectou com o fazer pesquisa. Dos movimentos alternados de afastamento (macro) e de aproximação (micro) para análise das pesquisas da Rede, realizados no seu conjunto e individualmente, percebe-se que os pesquisadores tikmũ’ũn se movimentam autonomamente em busca da transformação da herança colonial de devastação dos seus territórios, com o objetivo de trazer de volta a floresta/mata, enxergando no fazer pesquisa um caminho para isso. Como resultado, podemos dizer que o fazer pesquisa da Rede tanto nos revelou o próprio referencial teórico-metodológico da presente pesquisa, fundamentado nos aspectos do ser-saber-viver tikmũ’ũn, como a forte conexão entre o fazer pesquisa e o fazer escola que se desenvolve por meio de um emaranhamento contínuo com a mãe Terra. A criação da Rede de pesquisa fortalece e dá visibilidade a esse fazer pesquisa e a escola tikmũ’ũn, que evidencia a potência pedagógica e política dessa iniciativa. Nessa perspectiva, a Rede de Pesquisa Hãm Yĩkopit (Perguntar à Terra) alinha-se a uma prática de pesquisa que é politicamente posicionada, ou seja, que milita pela justiça social e cognitiva por meio da produção de conhecimentos que buscam transformar, partindo do micro, a realidade de injustiças operantes.This thesis is a concrete experience of doing research with the Tikmũ’ũn, also known as Maxakali, among multiple beings, types of knowledge, and practices. Its general objective was to understand a tikmũ’ũn way of doing research and its relationship with ‘doing school’. In this sense, this collectively produced research highlights the urgency of decolonizing research, to give visibility and recognition to the beings, knowledge, and actions of different peoples who, for centuries, were disregarded by the dominant Western society. The research participants are several beings, humans and also those considered ‘non-human’, who live in the Maxakali Territory of Água Boa, in the city of Santa Helena de Minas, Minas Gerais, Brazil. Tikmũ’ũn researchers and non-indigenous researchers produced the empirical material. Together they created the Hãm Yĩkopit Research Network (Ask the Earth) that shares research on different themes. These studies were developed, in person, by all the participants of the Network, in their respective villages, shared with each other through meetings of collective guidance. Due to the Covid-19 pandemic, the research material of this thesis also includes the remote production of a booklet with the results of the research carried out by the Network. Seeking to honor the authorship and protagonism of the Tikmũ’ũn, we seek a theoretical-methodological path that, in fact, dialogues with the cosmovision of these people. For this, we built guidelines for the analysis of research material based on tikmũ’ũn beings, knowledge, and doings, outlined by researchers in their studies. Following these guidelines, we refer to other studies on indigenous research methodologies based on the indigenous ancestral practice of storytelling (storytelling), also common among the Tikmũ’ũn, and that highlight the power of stories to teach (storywork), in order to value orality and focus on what the Network researchers wanted to tell us. We made alternate movements of analysis, sometimes positioning the analytical lenses on the macro, encompassing all the Network's research, while other times focusing on the micro, gathering the activities of one research of the Network's, connected to school practices in a specific village. The first analytical movement showed that several aspects learned, related to being- knowing-living tikmũ’ũn, and guided the way of doing research in the Network. The microanalysis made it possible to understand how such aspects guide the way of ‘doing tikmũ’ũn school’, which was connected with ‘doing research’. From the alternating movements of distance (macro) and approach (micro) to analyze the Network's research conducted as a whole and individually, we could see that tikmũ’ũn researchers move autonomously, seeking to transform the colonial heritage of territorial devastation, aiming to bring back the forest/woods and perceiving in research a way to do so. As a result, we can say that ‘doing research’ on the Network has simultaneously revealed the theoretical- methodological framework of the present research, based on the aspects of being-knowing-living tikmũ’ũn, as well as the strong connection between ‘doing research’ and ‘doing school’ that develops through a continual entanglement with Mother Earth. The creation of the Research Network strengthens and gives visibility to this way of research and to tikmũ’ũn school, highlighting the pedagogical and political power of this initiative. From this perspective, the Hãm Yĩkopit Research Network (Ask the Earth) is aligned with a research practice that is politically positioned, that advocates for social and cognitive justice through the production of knowledge that seeks to transform, from the micro, the reality of operative injustices.FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas GeraisporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Educação - Conhecimento e Inclusão SocialUFMGBrasilFAE - FACULDADE DE EDUCAÇÃOEducaçãoPesquisa - MetodologiaÍndios Maxakali - PesquisaÍndios - PesquisadoresÍndios - PesquisaEscolas indígenasDescolonizaçãoSer-saber-viver tikmũ’ũnEscola dos Tikmũ’ũn_MaxakaliMetodologia de pesquisa indígenaXi hõnhã? e agora? vamos ser pesquisadores: um fazer pesquisa tikmũ’ũn entre múltiplos seres, saberes e fazeresinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/46377/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD52ORIGINALTese de doutorado - Paula Silva (versão final em alta).pdfTese de doutorado - Paula Silva (versão final em alta).pdfapplication/pdf45590063https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/46377/1/Tese%20de%20doutorado%20-%20Paula%20Silva%20%28versa%cc%83o%20final%20em%20alta%29.pdf0a8ffe2698b58cfa115523c7d53a90f5MD511843/463772022-10-19 11:09:47.195oai:repositorio.ufmg.br:1843/46377TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-10-19T14:09:47Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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