Mobilidade e acessibilidade ao transporte coletivo por ônibus: evidências e contradições no caso de Belo Horizonte-MG
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/31654 https://orcid.org/0000-0002-4856-5671 |
Resumo: | As cidades são compostas por volumes construídos, conectados por espaços e redes, tendo como principal função o suporte aos processos econômicos, sociais, culturais e ambientais. O espaço é história e, sob essa ótica, a cidade é o resultado de um processo de transformação: um ‘palimpsesto’ de formas passadas superpostas e uma ‘colagem’ de usos correntes, muitos dos quais podem ser efêmeros. A infraestrutura e a possibilidade de deslocamento de bens, pessoas e informações, traduzidas nos conceitos de acessibilidade e mobilidade, são aspectos/elementos do processo de (re)produção do espaço urbano. Nesta tese, o conceito de mobilidade não se refere apenas ao melhor deslocamento de um ponto a outro (circulação), ou à existência de infraestrutura viária e de diversos modos de transporte (acessibilidade). Incorpora a noção de circulação, o que permite ampliar as possibilidades de apropriação e uso coletivo e individual do espaço urbano. Já o conceito de acessibilidade, mais do que propriamente ao movimento strictu sensu, está relacionado à capacidade de alcançar destinos desejados, com a combinação das localizações e das características do sistema de transporte, considerando a distribuição geográfica da população e das atividades econômicas, assim como as respectivas características. A exemplo do que ocorre em outras capitais brasileiras, verifica-se em Belo Horizonte a reprodução de uma série de precariedades na provisão de acessibilidade e mobilidade urbanas, reflexo da histórica (in)capacidade de intervenção do poder público diante do processo de urbanização excludente e dos círculos viciosos que perpassam os processos de inclusão social e desenvolvimento socioeconômico. Diferentemente dos formatos clássicos, esta tese segue um formato alternativo com base em uma sequência de três artigos científicos, cujo objetivo principal é a análise das condições da mobilidade e acessibilidade ao transporte por ônibus, bem como sua suposta influência no processo de formação/consolidação de novas centralidades e ruptura do clássico modelo centro-periferia. No sentido inverso, busca-se avaliar se essa lógica “fractal” de organização das cidades contemporâneas tem permitido o rearranjo dos fluxos de transporte por ônibus nesses subcentros e entornos imediatos, de forma a evitar grandes deslocamentos para a Área Central do município, conforme recomendado pelo Plano Diretor de Belo Horizonte. Os resultados apontaram sensíveis diferenças regionais no nível de acessibilidade ao modo de transporte por ônibus no município Belo Horizonte. Há, inclusive, espaços, que se caracterizam como de intervenção pública prioritária, em que baixos níveis de acessibilidade são acompanhados por alta demanda de mobilidade. Ainda, diferentemente dos estudos que sugerem um forte processo de descentralização e rompimento do tradicional modelo centro-periferia, os resultados apresentados indicam que a estrutura espacial de Belo Horizonte se manteve altamente concentrada na Área Central, embora algumas centralidades urbanas tenham se destacado e, de forma ainda não extensiva, produzam alterações na distribuição dos fluxos de ônibus. |
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Carlos Fernando Ferreira Lobohttp://lattes.cnpq.br/5261484949232779Leandro CardosoHeloísa Soares de Moura CostaPaulo Fernando Braga CarvalhoJupira Gomes de MendonçaLeise Kelli de OliveiraMarcelo Cintra do Amaralhttp://lattes.cnpq.br/6033859857820145Daniela Antunes Lessa2019-12-26T15:10:44Z2019-12-26T15:10:44Z2019-10-29http://hdl.handle.net/1843/31654https://orcid.org/0000-0002-4856-5671As cidades são compostas por volumes construídos, conectados por espaços e redes, tendo como principal função o suporte aos processos econômicos, sociais, culturais e ambientais. O espaço é história e, sob essa ótica, a cidade é o resultado de um processo de transformação: um ‘palimpsesto’ de formas passadas superpostas e uma ‘colagem’ de usos correntes, muitos dos quais podem ser efêmeros. A infraestrutura e a possibilidade de deslocamento de bens, pessoas e informações, traduzidas nos conceitos de acessibilidade e mobilidade, são aspectos/elementos do processo de (re)produção do espaço urbano. Nesta tese, o conceito de mobilidade não se refere apenas ao melhor deslocamento de um ponto a outro (circulação), ou à existência de infraestrutura viária e de diversos modos de transporte (acessibilidade). Incorpora a noção de circulação, o que permite ampliar as possibilidades de apropriação e uso coletivo e individual do espaço urbano. Já o conceito de acessibilidade, mais do que propriamente ao movimento strictu sensu, está relacionado à capacidade de alcançar destinos desejados, com a combinação das localizações e das características do sistema de transporte, considerando a distribuição geográfica da população e das atividades econômicas, assim como as respectivas características. A exemplo do que ocorre em outras capitais brasileiras, verifica-se em Belo Horizonte a reprodução de uma série de precariedades na provisão de acessibilidade e mobilidade urbanas, reflexo da histórica (in)capacidade de intervenção do poder público diante do processo de urbanização excludente e dos círculos viciosos que perpassam os processos de inclusão social e desenvolvimento socioeconômico. Diferentemente dos formatos clássicos, esta tese segue um formato alternativo com base em uma sequência de três artigos científicos, cujo objetivo principal é a análise das condições da mobilidade e acessibilidade ao transporte por ônibus, bem como sua suposta influência no processo de formação/consolidação de novas centralidades e ruptura do clássico modelo centro-periferia. No sentido inverso, busca-se avaliar se essa lógica “fractal” de organização das cidades contemporâneas tem permitido o rearranjo dos fluxos de transporte por ônibus nesses subcentros e entornos imediatos, de forma a evitar grandes deslocamentos para a Área Central do município, conforme recomendado pelo Plano Diretor de Belo Horizonte. Os resultados apontaram sensíveis diferenças regionais no nível de acessibilidade ao modo de transporte por ônibus no município Belo Horizonte. Há, inclusive, espaços, que se caracterizam como de intervenção pública prioritária, em que baixos níveis de acessibilidade são acompanhados por alta demanda de mobilidade. Ainda, diferentemente dos estudos que sugerem um forte processo de descentralização e rompimento do tradicional modelo centro-periferia, os resultados apresentados indicam que a estrutura espacial de Belo Horizonte se manteve altamente concentrada na Área Central, embora algumas centralidades urbanas tenham se destacado e, de forma ainda não extensiva, produzam alterações na distribuição dos fluxos de ônibus.Cities are composed of constructed spaces and networks, whose main function is to support economic, social, cultural and environmental processes. Space is history and, from this perspective, a city is the result of a process of transformation: a 'palimpsest' of overlapping past forms and a 'collage' of current uses, many of which can be ephemeral. The infrastructure and the possibility of displacement of goods, people and information, translated into the concepts of accessibility and mobility, are aspects/elements of the process of (re)production of urban space. In this thesis, the concept of mobility does not only refer to the best displacement from one point to another (circulation), or to the existence of road infrastructure and various modes of transport (accessibility). It incorporates the notion of circulation, which allows expanding the possibilities of appropriation and collective and individual use of urban space. On the other hand, the concept of accessibility, more than the strictu sensu movement itself, is related to the ability to reach desired destinations, with the combination of locations and characteristics of the transport system, considering the geographic distribution of the population and economic activities, as well as the corresponding characteristics. As in other Brazilian capitals, Belo Horizonte shows the proliferation of a series of precarious situations in the supply of accessibility and urban mobility, a reflection of the historical (in)capacity of intervention by public authorities in the face of the excluding urbanization processes and the vicious circles that permeate the processes of social inclusion and socioeconomic development. Unlike the classic formats, this thesis follows an alternative format based on a sequence of three scientific articles, whose main objective is the analysis of the current conditions of mobility and accessibility to bus transportation, as well as its supposed influence on the process of formation/consolidation of new centralities and breaking away from the classic center-periphery model. In the opposite direction, it is intended to evaluate whether this "fractal" organizational logic of contemporary cities has allowed the rearrangement of bus transportation flows in these subcentres and immediate surroundings, in order to avoid large displacements to the Central Area of the municipality, as recommended by the Master Plan of Belo Horizonte. The results showed significant regional differences in the level of accessibility to bus transport in the municipality of Belo Horizonte. There are even spaces that are characterized as a public priority for intervention, where low levels of accessibility are accompanied by high demand for mobility. Also, unlike studies that suggest a strong process of decentralization and disruption of the traditional center-periphery model, the results presented indicate that the spatial structure of Belo Horizonte has remained highly concentrated in the Central Area, although some urban centralities have stood out and in a not yet extensive way, produce changes in the distribution of bus flows.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em GeografiaUFMGBrasilIGC - DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIAPlanejamento urbano - Belo Horizonte (MG)Transporte urbano - Belo Horizonte (MG)Análise espacial (Estatística)Sistemas de informação geográficaProdução do espaço urbanoMobilidadeAcessibilidadeSistema de transporte por ônibusCentralidades urbanasAnálise espacialSIGMobilidade e acessibilidade ao transporte coletivo por ônibus: evidências e contradições no caso de Belo Horizonte-MGinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALLessa (2019)_Tese_Repositório.pdfLessa (2019)_Tese_Repositório.pdfapplication/pdf10951734https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/31654/1/Lessa%20%282019%29_Tese_Reposit%c3%b3rio.pdfff349647bfb6d55332ba508feac337bfMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/31654/2/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD52TEXTLessa (2019)_Tese_Repositório.pdf.txtLessa (2019)_Tese_Repositório.pdf.txtExtracted texttext/plain0https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/31654/3/Lessa%20%282019%29_Tese_Reposit%c3%b3rio.pdf.txtd41d8cd98f00b204e9800998ecf8427eMD531843/316542019-12-27 03:23:36.75oai:repositorio.ufmg.br:1843/31654TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-12-27T06:23:36Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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