spelling |
Geane Carvalho Alzamorahttp://lattes.cnpq.br/8572132339129140Conrado Moreira MendesCarlos Frederico de Brito D'AndréaPaolo DemuruPolyana Inácio Rezende Silvahttp://lattes.cnpq.br/9758621394268918Victor Góis de Oliveira Pacheco2024-05-07T20:30:19Z2024-05-07T20:30:19Z2023-05-25http://hdl.handle.net/1843/68122Esta dissertação tem como objetivo compreender as estratégias semióticas envolvidas na criação de deepfakes no contexto das eleições presidenciais de 2022. Entendemos as deepfakes como textos de uma única linguagem ou textos sincréticos (FLOCH, 1985), que articulam linguagens verbais e não verbais que, por meio do parecer, simulam o ser. Nosso problema de pesquisa é enunciado como segue: como a mídia sintetizada é utilizada para a criação de discurso político e como esse conteúdo é percebido como mentiroso ou verdadeiro? Para isso, nos valemos dos conceitos de veridicção, iconização, sincretismo e regimes de interação e sentido, advindos da semiótica discursiva (GREIMAS, 2004; GREIMAS, COURTÉS, 2008; FLOCH, 1985) e sociossemiótica (LANDOWSKI, 2014a, 2014b, 2022). A configuração do corpus compreendeu a coleta sistemática de vídeos e notícias sobre deepfakes em circulação no Twitter, entre os dias 20 de julho (convenções partidárias) e 31 de outubro (fim do segundo turno). Tomamos as deepfakes relativas ao Jornal Nacional (TV Globo) como recorte empírico porque o programa foi destaque na cobertura das eleições, tendo noticiado pesquisas eleitorais, além de organizar entrevistas e debates com os principais candidatos. Nossa análise parte do entendimento das deepfakes como textos revestidos figurativamente à exaustão, através dos rostos e vozes sintetizadas, resultando no efeito de iconização e, com isso, criando um efeito de referente (GREIMAS; COURTÉS, 2008). Algumas características plásticas (GREIMAS, 2004), como o tom da voz (áudio sintetizado) ou a qualidade da imagem (imagem pixelada), são importantes para que as deepfakes sejam lidas como tal. Além disso, deepfakes que não carregam tais marcas no plano da expressão podem ser reconhecidas como tal porque anunciam textualmente, por meio de um aviso ou indexação como o uso da hashtag #deepfake. Por fim, apontamos para uma tipologia de deepfakes, considerando os regimes de interação, sentido e verdade (LANDOWSKI, 2022). Concluímos que há dois tipos de deepfakes encontrados em nosso corpus: (1) aquelas que não são e não parecem ser (no sentido de que aquilo que iconizam não é verdadeiro) que chamamos de deepfakes marcadas; e (2) aquelas que parecem, mas não são, que chamamos de não marcadas. A partir das análises empreendidas, observamos que a principal estratégia semiótica encontrada na produção de uma deepfake é a iconização, que envolve a sintetização de vozes, imagens estáticas ou em movimento e que, com isso, cria-se um efeito de referente. Graças ao procedimento de iconização levado ao extremo, obtido pela inteligência artificial que se aprimora a cada dia, uma deepfake poderá ser lida como verdadeira. Finalmente, esta pesquisa pretende contribuir para o conhecimento acerca das deepfakes por meio da perspectiva da semiótica discursiva e da sociossemiótica, cujas bases teórico-metodológicas permitiram compreender os procedimentos semióticos aqui apontados que visam a produzir efeitos de verdade.This dissertation aims to understand the semiotic strategies involved in the creation of deepfakes in the context of the 2022 presidential elections. We understand deepfakes as texts of a single language or syncretic texts (FLOCH, 1985), which articulate verbal and nonverbal languages that, through appearance, simulate reality. Our research problem is stated as follows: how is synthesized media used for the creation of political discourse, and how is this content perceived as false or true? To do so, we use the concepts of veridiction, iconization, syncretism, and regimes of interaction and meaning, derived from discursive semiotics (GREIMAS, 2004; GREIMAS, COURTÉS, 2008; FLOCH, 1985) and sociosemiotics (LANDOWSKI, 2014a, 2014b, 2022). The corpus configuration included the systematic collection of videos and news about deepfakes circulating on Twitter, between July 20th (party conventions) and October 31st (end of the second round). We take the deepfakes related to Jornal Nacional (TV Globo) as an empirical cut because the program was featured in the election coverage, having reported electoral polls, as well as organizing interviews and debates with the main candidates. Our analysis starts from the understanding of deepfakes as texts figuratively covered to exhaustion, through synthesized faces and voices, resulting in the effect of iconization and, thus, creating a referent effect (GREIMAS; COURTÉS, 2008). Some plastic characteristics (GREIMAS, 2004), such as the tone of the voice (synthesized audio) or the quality of the image (pixelated image), are important for deepfakes to be read as such. Additionally, deepfakes that do not carry such marks in the expression plan can be recognized as such because they textually announce, through a warning or indexing such as the use of the hashtag #deepfake. Finally, we point to a typology of deepfakes, considering the regimes of interaction, meaning, and truth (LANDOWSKI, 2022). We conclude that there are two types of deepfakes found in our corpus: (1) those that are not and do not seem to be (in the sense that what they iconize is not true) that we call marked deepfakes; and (2) those that seem but are not, which we call unmarked. From the analyses undertaken, we observe that the main semiotic strategy found in the production of a deepfake is iconization, which involves the synthesis of voices, static or moving images, and with this, a referent effect is created. Thanks to the extreme iconization procedure obtained by artificial intelligence that improves every day, a deepfake may be read as true. Finally, this research aims to contribute to the knowledge about deepfakes through the perspective of discursive semiotics and sociosemiotics, whose theoretical-methodological bases allowed us to understand the semiotic procedures pointed out here that aim to produce truth effects.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Comunicação SocialUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIALComunicação - TesesDeepfakes - TesesSemiótica - TesesDeepfakesSemiótica discursivaSociossemióticaMídia sintéticaAs verdades dos profundamente falsos : um estudo semiótico sobre deepfakes nas eleições presidenciais brasileiras de 2022The truths of the deeply false : a semiotic study on deepfakes in the 2022 Brazilian presidential electionsinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALDissertação de Mestrado - Victor Góis - para arquivamento.pdfDissertação de Mestrado - Victor Góis - para arquivamento.pdfapplication/pdf13578364https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/68122/3/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20de%20Mestrado%20-%20Victor%20G%c3%b3is%20-%20para%20arquivamento.pdfedd4156055417da6e2f3ebc69bf5feb8MD53LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/68122/4/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD541843/681222024-05-07 17:30:20.256oai:repositorio.ufmg.br:1843/68122TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2024-05-07T20:30:20Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
|