Avaliação da funcionalidade em crianças com disfunções neurológicas usando a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) como referência

• Autor(a) principal: Peterson Marco de Oliveira Andrade
• Data de Publicação: 2012
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8TMKPF
• topic: Neurociências; Neurociências

Introdução: A operacionalização da perspectiva biopsicossocial preconizada pela OMS apresenta dificuldades teóricas e metodológicas devido a complexidade da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). A paralisia cerebral (PC) pode desencadear deficiências nas estruturas e funções do corpo, limitações nas atividades e restrição de participação. Os fatores contextuais atuam como barreiras ou facilitadores para o desempenho e capacidade de crianças com PC. Desta forma, o modelo multidimensional da CIF pode ser usado para a investigação da funcionalidade desta condição. Considerando a CIF, algumas questões desafiam a operacionalização da perspectiva biopsicossocial: 1) Quais categorias da CIF devem compor uma avaliação abrangente da PC por uma equipe de reabilitação? 2) Quais itens são documentados nos prontuários? 3) Os profissionais conhecem o modelo da CIF? 4) Os conceitos da CIF são de fácil operacionalização? 5) Qual é o perfil funcional e contextual de crianças com disfunções neurológicas? Diante destas questões, o objetivo geral da presente tese foi aplicar o modelo da CIF com diferentes finalidades com a proposta de iniciar um debate sobre o uso desta classificação para avaliação e reabilitação de crianças com disfunções neurológicas. Métodos: Foram desenvolvidos cinco estudos (dois estudos empíricos, um estudo de análise de prontuários de um Núcleo de Reabilitação, um painel de experts e uma revisão crítica da literatura) com o objetivo de responder às questões da tese. Resultados: Um conjunto de categorias da CIF relevantes para a avaliação da PC foi levantado através da percepção dos profissionais envolvidos com a reabilitação da PC e através da análise de prontuários. Deficiências nas funções do corpo, limitações nas atividades e influência dos fatores ambientais na funcionalidade dos casos de PC foram avaliados pelos estudos empíricos desenvolvidos. Questões relacionadas com o construto de capacidade da CIF foram levantadas e discutidas em um estudo de revisão com o objetivo de iniciar um debate sobre os métodos aplicados para investigação do componente de atividade e participação. Considerações Finais: A operacionalização da perspectiva biopsicossocial exige a articulação de diferentes métodos teóricos e empíricos. A PC apresenta-se com um quadro funcional heterogêneo, pois existem diferentes comprometimentos nas funções cognitivas e motoras. Os fatores ambientais devem ser considerados nas avaliações das equipes de reabilitação, pois atuam como facilitadores ou barreiras para a funcionalidade dos casos. Avanços conceituais e metodológicos são necessários para a efetivação da proposta da OMS.