Estratigrafia, geoquímica isotópica (C-O) e paleogeografia da Formação Lagoa do Jacaré (Ediacarano-Cambriano), Grupo Bambuí, Minas Gerais
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/47407 |
Resumo: | A Formação Lagoa do Jacaré ocorre na parte média do Grupo Bambuí, constituída por carbonatos cinza escuros com valores positivos altos de ẟ¹³C (> +10‰) depositados próximos ao limite Ediacarano-Cambriano, fazendo parte do intervalo Middle Bambuí Excursion (MIBE). Fácies sedimentares e dados isotópicos de ẟ13C e ẟ18O foram analisados em quatro afloramentos no estado de Minas Gerais, com análises petrográficas convencionais e com Microscopia Eletrônica de Varredura com Detector de Energia Dispersiva, além de interpretação de uma linha sísmica e três perfis de poços nos arredores do Alto de Januária. Oito fácies sedimentares foram definidas e agrupadas em 5 associações de fácies que compõe uma rampa carbonática homoclinal com sedimentação mista carbonato-siliciclástica. Representam ambientes de planície de marés (FA1), siliciclásticos finos de offshore (FA2), tempestitos de rampa média na transição offshore-shoreface (FA3), carbonato fino de offshore em rampa externa (FA4), e bancos carbonáticos ooidais em rampa interna (shoals) (FA5). Foi possível reconhecer grainstones e wackestones com intraclastos piritizados, micro-oncoides e ooides, além de material terrígeno fino (quartzo, feldspato, muscovita, biotita, apatita) com alguns minerais autigênicos/diagenéticos (pirita, fluorita, titanita, rutilo). Ao sul, na região de Paraopeba-Curvelo, a seção apresenta espessuras de até 100 m, com valores isotópicos médios de +12,60‰ para ẟ13C. Ao norte, entre Montes Claros e Ubaí, a espessura aumenta para cerca de 300 m, identificado através dos poços, com menor médio dos valores positivos de ẟ¹³C (+9,53‰). Valores muito positivos como estes apresentados podem ser resultado de altas taxas de soterramento de matéria orgânica e/ou baixa circulação de águas em um mar estratificado. A diferença nos valores médios está relacionada aos diferentes intervalos estratigráficos da Formação Lagoa do Jacaré: inferior ao sul e superior ao norte. Ao sul, predomina uma rampa homoclinal com cerca de 100 m de espessura, depositada nos setores de forebulge, foredeep e wedge-top de uma bacia do tipo foreland (antepaís). Entre o Alto de Januária (oeste) e o orógeno Araçuaí (a leste), desenvolveu-se um sistema de rampas carbonáticas no setor back-bulge com direção N-S, de acordo com medidas de paleocorrentes obtidas (direções principais W-E). Os menores valores médios de ẟ¹³C na parte superior da seção estão relacionados a uma possível reconexão dos oceanos previamente isolados da Formação Lagoa do Jacaré com oceanos globais ou uma diminuição gradativa da produtividade orgânica, nos estágios finais de deposição desta unidade no período Cambriano. |
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Alexandre Uhleinhttp://lattes.cnpq.br/5469401481966047Gabriel Jubé UhleinFabrício de Andrade CaxitoTiago Amâncio NovoJuliana OkuboEgberto Pereirahttp://lattes.cnpq.br/1287296940279390Márcio Vinicius Santana Dantas2022-11-23T18:03:35Z2022-11-23T18:03:35Z2022-09-22http://hdl.handle.net/1843/47407A Formação Lagoa do Jacaré ocorre na parte média do Grupo Bambuí, constituída por carbonatos cinza escuros com valores positivos altos de ẟ¹³C (> +10‰) depositados próximos ao limite Ediacarano-Cambriano, fazendo parte do intervalo Middle Bambuí Excursion (MIBE). Fácies sedimentares e dados isotópicos de ẟ13C e ẟ18O foram analisados em quatro afloramentos no estado de Minas Gerais, com análises petrográficas convencionais e com Microscopia Eletrônica de Varredura com Detector de Energia Dispersiva, além de interpretação de uma linha sísmica e três perfis de poços nos arredores do Alto de Januária. Oito fácies sedimentares foram definidas e agrupadas em 5 associações de fácies que compõe uma rampa carbonática homoclinal com sedimentação mista carbonato-siliciclástica. Representam ambientes de planície de marés (FA1), siliciclásticos finos de offshore (FA2), tempestitos de rampa média na transição offshore-shoreface (FA3), carbonato fino de offshore em rampa externa (FA4), e bancos carbonáticos ooidais em rampa interna (shoals) (FA5). Foi possível reconhecer grainstones e wackestones com intraclastos piritizados, micro-oncoides e ooides, além de material terrígeno fino (quartzo, feldspato, muscovita, biotita, apatita) com alguns minerais autigênicos/diagenéticos (pirita, fluorita, titanita, rutilo). Ao sul, na região de Paraopeba-Curvelo, a seção apresenta espessuras de até 100 m, com valores isotópicos médios de +12,60‰ para ẟ13C. Ao norte, entre Montes Claros e Ubaí, a espessura aumenta para cerca de 300 m, identificado através dos poços, com menor médio dos valores positivos de ẟ¹³C (+9,53‰). Valores muito positivos como estes apresentados podem ser resultado de altas taxas de soterramento de matéria orgânica e/ou baixa circulação de águas em um mar estratificado. A diferença nos valores médios está relacionada aos diferentes intervalos estratigráficos da Formação Lagoa do Jacaré: inferior ao sul e superior ao norte. Ao sul, predomina uma rampa homoclinal com cerca de 100 m de espessura, depositada nos setores de forebulge, foredeep e wedge-top de uma bacia do tipo foreland (antepaís). Entre o Alto de Januária (oeste) e o orógeno Araçuaí (a leste), desenvolveu-se um sistema de rampas carbonáticas no setor back-bulge com direção N-S, de acordo com medidas de paleocorrentes obtidas (direções principais W-E). Os menores valores médios de ẟ¹³C na parte superior da seção estão relacionados a uma possível reconexão dos oceanos previamente isolados da Formação Lagoa do Jacaré com oceanos globais ou uma diminuição gradativa da produtividade orgânica, nos estágios finais de deposição desta unidade no período Cambriano.The Lagoa do Jacaré Formation occurs in the middle section of the Bambuí Group, composed by dark gray carbonates with high values of ẟ¹³C, being part of the Middle Bambuí Excursion (MIBE), deposited during the Ediacaran-Cambrian boundary. Sedimentary facies and ẟ13C e ẟ18O isotopic data were analyzed in four outcrops in the Minas Gerais state, coupled with conventional petrographic analysis and SEM with EDS, besides the interpretation of a seismic line and three well logs in the surroundings of the Januária High. Eight sedimentary facies were recognized and and grouped into five facies associations that corresponds to a homoclinal carbonate ramp model with mixed carbonate-siliciclastic sedimentation. They represent peritidal environments (FA1), offshore fine siliciclastics (FA2), mid-ramp tempestites in the offshore-shoreface transition (FA3), offshore fine carbonate on outter ramp (FA4), and ooidal carbonate banks shoals in the inner ramp (FA5). It was possible to recognize grainstones and wackestones with pyritized intraclasts, micro-oncoids and ooids, as well as fine terrigenous material (silt fraction) (quartz, feldspar, muscovite, biotite, apatite) with some autigenic/diagenetic minerals (pyrite, fluorite, titanite, rutile). Towards the south, in the region of Paraopeba-Curvelo, the section studied has up to 100 m of thicknesses, with mean isotopic value of +12,60‰ to ẟ13C. To the north, between Montes Claros and Ubaí cities, the thickness increases to 300 m, as identified in the well log, although with the lowest mean value of ẟ¹³C (+9.53‰). These high values are believed to result from high rates of organic matter burial and/or low water circulation in a stratified sea. These difference in mean values may be related to different stratigraphic intervals of the Lagoa do Jacaré Formation: the lower in the south and the upper in the north. To the south, a 100 m-thick homoclinal ramp predominates, deposited in the forebulge, foredeep and wedge-top sectors of a foreland type basin. Between the Januária High (west) and the Araçuaí orogeny (east), a large carbonate ramp with N-S direction was developed in the back-bulge sector, according to the paleocurrent measurements (directions main W-E). The lower mean values of ẟ¹³C in this upper part of the section may be related to a possible reconnection of the previously isolated oceans of the Lagoa do Jacaré Formation with global oceans or a gradual decreasing of organic productivity, in the final stages of deposition of this unit in the Cambrian period.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em GeologiaUFMGBrasilIGC - DEPARTAMENTO DE GEOLOGIAGeologia estratigráficaGeoquímicaGeologia isotópicaFácies (Geologia) – Minas GeraisCarbonatosanálise de fáciesbacia forelandGrupo Bambuícarbonatos ediacaranos-cambrianosEstratigrafia, geoquímica isotópica (C-O) e paleogeografia da Formação Lagoa do Jacaré (Ediacarano-Cambriano), Grupo Bambuí, Minas Geraisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTESE-MARCIO_DANTAS_2022.pdfTESE-MARCIO_DANTAS_2022.pdfapplication/pdf9200441https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/47407/1/TESE-MARCIO_DANTAS_2022.pdf4bfac13604ac88753ed503c705d1beecMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/47407/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/474072022-11-23 15:03:36.137oai:repositorio.ufmg.br:1843/47407TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-11-23T18:03:36Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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Estratigrafia, geoquímica isotópica (C-O) e paleogeografia da Formação Lagoa do Jacaré (Ediacarano-Cambriano), Grupo Bambuí, Minas Gerais Márcio Vinicius Santana Dantas análise de fácies bacia foreland Grupo Bambuí carbonatos ediacaranos-cambrianos Geologia estratigráfica Geoquímica Geologia isotópica Fácies (Geologia) – Minas Gerais Carbonatos |
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