Estudo histológico, imunológico e parasitológico do tubo gastrointestinal de cães infectados com Leishmania (Leishmania) infantum chagasi

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maria Marta Figueredo
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-98CJFT
Resumo: O envolvimento do trato gastrointestinal (TGI) na leishmaniose visceral canina (LVC) se destaca fato pelo considerável número de parasitos nas porções finais: ceco e cólon, porém sem lesões acentuadas, isso é, a arquitetura intestinal não se altera. Assim, com o intuito de caracterizar a patologia intestinal na LVC foram realizados estudos morfológicos, parasitológicos e imunológicos e associação ao quadro clínico da doença. Quarenta e quatro cães positivos e seis com exames negativos para Leishmania foram usados nesse trabalho. O exame macroscópico do TGI revelou não haver alterações evidentes com exceção da reatividade das placas de Peyer nos animais infectados, principalmente no íleo, que se apresentava com nódulos de coloração brancacenta fazendo saliência na superfície do órgão. De modo geral, apresentaram aumento da celularidade na lâmina própria (LP) com exceção do esôfago, em comparação com animais não infectados. Havia predominância de plasmócitos, macrófagos e linfócitos, com alguns neutrófilos e eosinófilos. Não raro, os macrófagos apresentavam-se com morfologia peculiar de células epiteliódes, com núcleos de aspecto vesiculoso, cromatina frouxa e citoplasma amplo. Formas amastigotas de Leishmania imunomarcadas por imuno-histoquímia foram observadas dentro de macrófagos na LP independente da forma clínica dos cães infectados. No intestino grosso, a maioria dos parasitos foi visualizada subjacente à muscular da mucosa, na base da LP. Ao passo que no intestino delgado as amastigotas foram encontradas, em maior proporção, próximas ao lúmen, logo abaixo do epitélio, mas de forma difusa. Os segmentos mais parasitados foram ceco e cólon. De acordo com o padrão de infecção observado ao longo do TGI, seja por nosso grupo de pesquisa ou por outros pesquisadores, investigou-se alguns marcadores leucocitários: integrinas CD11b, CD11c/CD18; receptor de monócitos circulantes e macrófagos: CD14; receptores de macrófagos e linfócitos: Toll do tipo 2 (TRL2), do tipo 9 (TLR9) e manose; antígenos linfocitários: CD4, CD8 e Foxp3. Observamos que a expressão de CD11c+ e TLR2+ como também CD14+ e Manose+ foi mais frequente no cólon em relação ao jejuno. Ao contrário, TLR9+ foi mais frequente no jejuno em relação ao cólon como também observado para CD11b+ e CD11b+ expressando CD14+, TLR9+ e Manose+. Esses receptores se apresentaram aumentados nos animais infectados. Linfócitos T CD4+ e T CD4+/Foxp3+ apresentaram-se mais frequentes no jejuno em relação ao cólon. A frequência de CD8+ não se diferenciou entre jejuno e cólon. Foi observado também que o animal infectado apresenta aumento de CD4+ e Foxp3+ e redução de CD8+. Na LP foi feita também a avaliação da intensidade média de fluorescência (IMF) e a consequente comparação entre jejuno e cólon 25 dos receptores aqui avaliados. Houve diferença quanto à expressão de TLR9+, CD4+; CD8+; CD4+/FOXP3+ e CD11b+ com IMF mais intensa no jejuno. Ao contrário, a expressão de CD14+ e TLR2+ foi mais intensa no cólon. O animal infectado tem IMF superior aos animais não infectados. Foram avaliadas também a frequência e a IMF das populações de linfócitos T CD4+, CD8+ e Foxp3+ nos linfonodos cervicais e mesentéricos. A porcentagem de positividade desses receptores se diferenciou somente em relação aos controles, o que levou observar que cães infectados expressam mais CD4+ e Foxp3+ e menos CD8+ que cães não infectados. Apesar da não detecção das citocinas interleucina 4 (IL-4), interleucina 10 (IL-10) e fator de necrose tumoral alfa (TNF-) no soro de todos os cães, no jejuno observou-se presença de IL-10 e TNF- sendo essas mais expressadas quando comparadas ao cólon. Já a citocina IL-4 foi mais encontrada no cólon. O segmento do TGI que apresentou menor carga parasitária, apresentou simultaneamente maior frequência e expressão de receptores como CD4, Foxp3, CD11b, TLR9, além de IL-10 e TNF-, ao passo que o segmento que apresentou maior carga parasitária apresentou concomitantemente maior expressão de CD14, TLR2, CD11c e IL-4. Portanto, a infecção por Leishmania influenciou, no jejuno, aumento da expressão de CD14, Manose, TLR9, CD11b, CD4, Foxp3 e redução da expressão de CD8; influenciou, no cólon, aumento da expressão de CD11c, CD14, Manose, TLR9, CD11b, CD4, Foxp3 e TLR2 e redução da expressão de CD8. E nos linfonodos, estimulou o aumento da expressão de CD4 e Foxp3 e redução da expressão de CD8. A mucosa intestinal do jejuno e do cólon estava intacta apesar da presença de parasitos sugerindo que esses processos constitutivos de regulação ocorrem na mucosa intestinal para controlar os danos que poderiam resultar das respostas celulares contra os patógenos. É indispensável identificar os fatores que contribuem para a ativação e/ou regulação de TLR contra o parasito em cada um dos segmentos do TGI e avaliar o quanto a ativação de TLR, em cada uma dessas células, contribui para a patologia na leishmaniose visceral.
id UFMG_5d00899c6ddbb1b9d9fa3c87bc1460b1
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-98CJFT
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Wagner Luiz TafuriAna Maria Caetano de FariaMilene Alvarenga RachidSandra Aparecida Lima de MouraClaudia Martins CarneiroMarcia Dalastra LaurentiMaria Marta Figueredo2019-08-10T19:31:39Z2019-08-10T19:31:39Z2013-02-22http://hdl.handle.net/1843/BUOS-98CJFTO envolvimento do trato gastrointestinal (TGI) na leishmaniose visceral canina (LVC) se destaca fato pelo considerável número de parasitos nas porções finais: ceco e cólon, porém sem lesões acentuadas, isso é, a arquitetura intestinal não se altera. Assim, com o intuito de caracterizar a patologia intestinal na LVC foram realizados estudos morfológicos, parasitológicos e imunológicos e associação ao quadro clínico da doença. Quarenta e quatro cães positivos e seis com exames negativos para Leishmania foram usados nesse trabalho. O exame macroscópico do TGI revelou não haver alterações evidentes com exceção da reatividade das placas de Peyer nos animais infectados, principalmente no íleo, que se apresentava com nódulos de coloração brancacenta fazendo saliência na superfície do órgão. De modo geral, apresentaram aumento da celularidade na lâmina própria (LP) com exceção do esôfago, em comparação com animais não infectados. Havia predominância de plasmócitos, macrófagos e linfócitos, com alguns neutrófilos e eosinófilos. Não raro, os macrófagos apresentavam-se com morfologia peculiar de células epiteliódes, com núcleos de aspecto vesiculoso, cromatina frouxa e citoplasma amplo. Formas amastigotas de Leishmania imunomarcadas por imuno-histoquímia foram observadas dentro de macrófagos na LP independente da forma clínica dos cães infectados. No intestino grosso, a maioria dos parasitos foi visualizada subjacente à muscular da mucosa, na base da LP. Ao passo que no intestino delgado as amastigotas foram encontradas, em maior proporção, próximas ao lúmen, logo abaixo do epitélio, mas de forma difusa. Os segmentos mais parasitados foram ceco e cólon. De acordo com o padrão de infecção observado ao longo do TGI, seja por nosso grupo de pesquisa ou por outros pesquisadores, investigou-se alguns marcadores leucocitários: integrinas CD11b, CD11c/CD18; receptor de monócitos circulantes e macrófagos: CD14; receptores de macrófagos e linfócitos: Toll do tipo 2 (TRL2), do tipo 9 (TLR9) e manose; antígenos linfocitários: CD4, CD8 e Foxp3. Observamos que a expressão de CD11c+ e TLR2+ como também CD14+ e Manose+ foi mais frequente no cólon em relação ao jejuno. Ao contrário, TLR9+ foi mais frequente no jejuno em relação ao cólon como também observado para CD11b+ e CD11b+ expressando CD14+, TLR9+ e Manose+. Esses receptores se apresentaram aumentados nos animais infectados. Linfócitos T CD4+ e T CD4+/Foxp3+ apresentaram-se mais frequentes no jejuno em relação ao cólon. A frequência de CD8+ não se diferenciou entre jejuno e cólon. Foi observado também que o animal infectado apresenta aumento de CD4+ e Foxp3+ e redução de CD8+. Na LP foi feita também a avaliação da intensidade média de fluorescência (IMF) e a consequente comparação entre jejuno e cólon 25 dos receptores aqui avaliados. Houve diferença quanto à expressão de TLR9+, CD4+; CD8+; CD4+/FOXP3+ e CD11b+ com IMF mais intensa no jejuno. Ao contrário, a expressão de CD14+ e TLR2+ foi mais intensa no cólon. O animal infectado tem IMF superior aos animais não infectados. Foram avaliadas também a frequência e a IMF das populações de linfócitos T CD4+, CD8+ e Foxp3+ nos linfonodos cervicais e mesentéricos. A porcentagem de positividade desses receptores se diferenciou somente em relação aos controles, o que levou observar que cães infectados expressam mais CD4+ e Foxp3+ e menos CD8+ que cães não infectados. Apesar da não detecção das citocinas interleucina 4 (IL-4), interleucina 10 (IL-10) e fator de necrose tumoral alfa (TNF-) no soro de todos os cães, no jejuno observou-se presença de IL-10 e TNF- sendo essas mais expressadas quando comparadas ao cólon. Já a citocina IL-4 foi mais encontrada no cólon. O segmento do TGI que apresentou menor carga parasitária, apresentou simultaneamente maior frequência e expressão de receptores como CD4, Foxp3, CD11b, TLR9, além de IL-10 e TNF-, ao passo que o segmento que apresentou maior carga parasitária apresentou concomitantemente maior expressão de CD14, TLR2, CD11c e IL-4. Portanto, a infecção por Leishmania influenciou, no jejuno, aumento da expressão de CD14, Manose, TLR9, CD11b, CD4, Foxp3 e redução da expressão de CD8; influenciou, no cólon, aumento da expressão de CD11c, CD14, Manose, TLR9, CD11b, CD4, Foxp3 e TLR2 e redução da expressão de CD8. E nos linfonodos, estimulou o aumento da expressão de CD4 e Foxp3 e redução da expressão de CD8. A mucosa intestinal do jejuno e do cólon estava intacta apesar da presença de parasitos sugerindo que esses processos constitutivos de regulação ocorrem na mucosa intestinal para controlar os danos que poderiam resultar das respostas celulares contra os patógenos. É indispensável identificar os fatores que contribuem para a ativação e/ou regulação de TLR contra o parasito em cada um dos segmentos do TGI e avaliar o quanto a ativação de TLR, em cada uma dessas células, contribui para a patologia na leishmaniose visceral.Gastrointestinal tract (GIT) disorders occur in dogs since 1980. Interestingly, we found a high parasite burden evident throughout the GIT mucosa, mainly in gross intestines in caecum and colon, but without severe lesions. It is known that in the vertebrate host GIT exerts local and systemic immunoregulatory response and it led us to consider whether Leishmania gains an advantage from this fact. The aim of this work was to better characterize the canine GIT pathology using histological, parasitological and immunological studies associated to the clinical status of the animals. Forty-four mongrel dogs naturally infected with Leishmania (Leishmania) infantum chagasi and obtained from the Control Zoonosis Center of the Municipality of Ribeirão das Neves, Belo Horizonte Metropolitan area, Minas Gerais (MG) state, Brazil, were analyzed. Other six uninfected dogs were used as controls. After necropsy, gross analysis were done without noticing any alterations, except the Peyers patches reactivity, localized mainly in ileum as white protuberant nodules in the wall (serosa). Under histological analysis, all infected dogs showed an increased number of cells in lamina propria (LP) expect in esophagus in comparison to controls. Macrophages, plasma cells and lymphocytes were the main cells with rare presence of neutrophils and eosinophils. Many of the macrophages showed a pale and abundant cytoplasm and less dense nucleus typical of epithelioid cells. Parasite distribution in the GIT was evident in all intestinal segments and layers of the intestinal wall (mucosal, muscular and submucosal) irrespective of the clinical status of the dogs. Interestingly, parasite distribution in the small intestine was diffuse through the LP, whereas in the large intestine it was concentrated near the muscularis and distant from the intestinal lumen. However, the parasite load was statistically higher in the caecum and colon than in other segments of the GIT. Some cellular antigens were analyses from cells obtained from LP of jejune and colon as: integrin CD11b and CD11c/CD18; the receptor of monocyte-macrophages CD14; receptors of macrophages and lymphocytes Toll type 2 (TLR2) and Type 9 (TLR9); receptors of macrophages mannose; CD4, CD8 and Foxp3 receptors of lymphocytes. In general, all studied receptors are high expressed in infected animals. We observed that expression of TLR2+ and CD11c+ as well as CD14+ Mannose+ was more frequent in the colon compared to the jejunum. Rather, TLR9+ was more frequent in the jejunum compared to the colon was also observed for CD11b+ and CD11b+ expressing CD14+, Mannose+, and TLR9+. T CD4+ e T CD4+/FOXP3+ was more frequent in jejune than colon. The CD8+ frequency was not different between jejune and colon, but different between jejune/colon in controls where in controls it was higher. However, infected animals revealed 27 increase CD4+ and Foxp3+ and decrease CD8+ frequencies. MFI (mean fluorescence intensity) was also carried out in cells of LP. There was difference between TLR9+, CD4+, CD8+, CD4+, FOXP3+ and CD11b+ whereas MFI was more intense in jejune. In contrast CD14+ and TLR2+ expression were more intense in colon. CD11c+ and Mannose+ did not present any MFI difference between jejune and colon. Frequency and IMF of T CD4+, CD8+ and Foxp3+ lymphocytes were analyzed in cervical and mesenteric lymph nodes. The positivity percentage of these receptors was different only related to controls. MFI was not different between lymph nodes. These results show that infected dogs have more CD4+ and Foxp3+, and less CD8+ antigen expression than uninfected dogs. Despite of the negative ELISA serum results for interleukin 4 (IL-4), interleukin 10 (IL-10) and tumoral necrotic factor-alpha (TNF-), in jejune we found IL-10 and TNF- where they are more intense than colon. Moreover, the cytokine IL-4 were mainly found in colon. Thus, the TGI segment with lower parasite load showed high frequency and expression of receptors CD4+, Foxp3+, CD11b+, TLR9+, besides the presence of IL-10 and TNF-. In contrast, the TGI segment with higher parasite load showed also concomitant high frequency of CD14, TLR2, CD11c and IL-4. We have concluded that in CVL there is a high Foxp3+ in the LP of the jejune. Probably the normal intestinal mucosa has an IL-10 dependent immunological mechanism where Foxp3+ cells are able to produce this IL-10. As Foxp3+ was also found in colon in normal conditions it suggests a local role of these cells in the intestinal homeostasis. Otherwise we must think that the integrity of the mucosa, both jejune and colon was preserve despite of the presence of parasites. Thus, this may led us to consider whether Leishmania gains an advantage from the intestinal immunoregulatory response (immunological tolerance). Such question will require further profound research and will help to elucidate the mechanisms underlying Leishmania infection.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGDoenças do cão/imunologiaLeishmaniose visceralCães Doenças TratamentoLeishmaniaCãesLeishmania infantumTrato gastrointestinalTrato gastrointestinalLeishmaniose visceral caninaReceptores do tipo TollLeishmania infantum chagasiCélula T ReguladoraEstudo histológico, imunológico e parasitológico do tubo gastrointestinal de cães infectados com Leishmania (Leishmania) infantum chagasiinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese.pdfapplication/pdf8888416https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-98CJFT/1/tese.pdf5e44f049ff31b011f24da84e410a7578MD51TEXTtese.pdf.txttese.pdf.txtExtracted texttext/plain274447https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-98CJFT/2/tese.pdf.txt96906321154447a76b512971389d9fb5MD521843/BUOS-98CJFT2019-11-14 11:11:12.699oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-98CJFTRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T14:11:12Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Estudo histológico, imunológico e parasitológico do tubo gastrointestinal de cães infectados com Leishmania (Leishmania) infantum chagasi
title Estudo histológico, imunológico e parasitológico do tubo gastrointestinal de cães infectados com Leishmania (Leishmania) infantum chagasi
spellingShingle Estudo histológico, imunológico e parasitológico do tubo gastrointestinal de cães infectados com Leishmania (Leishmania) infantum chagasi
Maria Marta Figueredo
Trato gastrointestinal
Leishmaniose visceral canina
Receptores do tipo Toll
Leishmania infantum chagasi
Célula T Reguladora
Doenças do cão/imunologia
Leishmaniose visceral
Cães Doenças Tratamento
Leishmania
Cães
Leishmania infantum
Trato gastrointestinal
title_short Estudo histológico, imunológico e parasitológico do tubo gastrointestinal de cães infectados com Leishmania (Leishmania) infantum chagasi
title_full Estudo histológico, imunológico e parasitológico do tubo gastrointestinal de cães infectados com Leishmania (Leishmania) infantum chagasi
title_fullStr Estudo histológico, imunológico e parasitológico do tubo gastrointestinal de cães infectados com Leishmania (Leishmania) infantum chagasi
title_full_unstemmed Estudo histológico, imunológico e parasitológico do tubo gastrointestinal de cães infectados com Leishmania (Leishmania) infantum chagasi
title_sort Estudo histológico, imunológico e parasitológico do tubo gastrointestinal de cães infectados com Leishmania (Leishmania) infantum chagasi
author Maria Marta Figueredo
author_facet Maria Marta Figueredo
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Wagner Luiz Tafuri
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Ana Maria Caetano de Faria
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Milene Alvarenga Rachid
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Sandra Aparecida Lima de Moura
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Claudia Martins Carneiro
dc.contributor.referee5.fl_str_mv Marcia Dalastra Laurenti
dc.contributor.author.fl_str_mv Maria Marta Figueredo
contributor_str_mv Wagner Luiz Tafuri
Ana Maria Caetano de Faria
Milene Alvarenga Rachid
Sandra Aparecida Lima de Moura
Claudia Martins Carneiro
Marcia Dalastra Laurenti
dc.subject.por.fl_str_mv Trato gastrointestinal
Leishmaniose visceral canina
Receptores do tipo Toll
Leishmania infantum chagasi
Célula T Reguladora
topic Trato gastrointestinal
Leishmaniose visceral canina
Receptores do tipo Toll
Leishmania infantum chagasi
Célula T Reguladora
Doenças do cão/imunologia
Leishmaniose visceral
Cães Doenças Tratamento
Leishmania
Cães
Leishmania infantum
Trato gastrointestinal
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Doenças do cão/imunologia
Leishmaniose visceral
Cães Doenças Tratamento
Leishmania
Cães
Leishmania infantum
Trato gastrointestinal
description O envolvimento do trato gastrointestinal (TGI) na leishmaniose visceral canina (LVC) se destaca fato pelo considerável número de parasitos nas porções finais: ceco e cólon, porém sem lesões acentuadas, isso é, a arquitetura intestinal não se altera. Assim, com o intuito de caracterizar a patologia intestinal na LVC foram realizados estudos morfológicos, parasitológicos e imunológicos e associação ao quadro clínico da doença. Quarenta e quatro cães positivos e seis com exames negativos para Leishmania foram usados nesse trabalho. O exame macroscópico do TGI revelou não haver alterações evidentes com exceção da reatividade das placas de Peyer nos animais infectados, principalmente no íleo, que se apresentava com nódulos de coloração brancacenta fazendo saliência na superfície do órgão. De modo geral, apresentaram aumento da celularidade na lâmina própria (LP) com exceção do esôfago, em comparação com animais não infectados. Havia predominância de plasmócitos, macrófagos e linfócitos, com alguns neutrófilos e eosinófilos. Não raro, os macrófagos apresentavam-se com morfologia peculiar de células epiteliódes, com núcleos de aspecto vesiculoso, cromatina frouxa e citoplasma amplo. Formas amastigotas de Leishmania imunomarcadas por imuno-histoquímia foram observadas dentro de macrófagos na LP independente da forma clínica dos cães infectados. No intestino grosso, a maioria dos parasitos foi visualizada subjacente à muscular da mucosa, na base da LP. Ao passo que no intestino delgado as amastigotas foram encontradas, em maior proporção, próximas ao lúmen, logo abaixo do epitélio, mas de forma difusa. Os segmentos mais parasitados foram ceco e cólon. De acordo com o padrão de infecção observado ao longo do TGI, seja por nosso grupo de pesquisa ou por outros pesquisadores, investigou-se alguns marcadores leucocitários: integrinas CD11b, CD11c/CD18; receptor de monócitos circulantes e macrófagos: CD14; receptores de macrófagos e linfócitos: Toll do tipo 2 (TRL2), do tipo 9 (TLR9) e manose; antígenos linfocitários: CD4, CD8 e Foxp3. Observamos que a expressão de CD11c+ e TLR2+ como também CD14+ e Manose+ foi mais frequente no cólon em relação ao jejuno. Ao contrário, TLR9+ foi mais frequente no jejuno em relação ao cólon como também observado para CD11b+ e CD11b+ expressando CD14+, TLR9+ e Manose+. Esses receptores se apresentaram aumentados nos animais infectados. Linfócitos T CD4+ e T CD4+/Foxp3+ apresentaram-se mais frequentes no jejuno em relação ao cólon. A frequência de CD8+ não se diferenciou entre jejuno e cólon. Foi observado também que o animal infectado apresenta aumento de CD4+ e Foxp3+ e redução de CD8+. Na LP foi feita também a avaliação da intensidade média de fluorescência (IMF) e a consequente comparação entre jejuno e cólon 25 dos receptores aqui avaliados. Houve diferença quanto à expressão de TLR9+, CD4+; CD8+; CD4+/FOXP3+ e CD11b+ com IMF mais intensa no jejuno. Ao contrário, a expressão de CD14+ e TLR2+ foi mais intensa no cólon. O animal infectado tem IMF superior aos animais não infectados. Foram avaliadas também a frequência e a IMF das populações de linfócitos T CD4+, CD8+ e Foxp3+ nos linfonodos cervicais e mesentéricos. A porcentagem de positividade desses receptores se diferenciou somente em relação aos controles, o que levou observar que cães infectados expressam mais CD4+ e Foxp3+ e menos CD8+ que cães não infectados. Apesar da não detecção das citocinas interleucina 4 (IL-4), interleucina 10 (IL-10) e fator de necrose tumoral alfa (TNF-) no soro de todos os cães, no jejuno observou-se presença de IL-10 e TNF- sendo essas mais expressadas quando comparadas ao cólon. Já a citocina IL-4 foi mais encontrada no cólon. O segmento do TGI que apresentou menor carga parasitária, apresentou simultaneamente maior frequência e expressão de receptores como CD4, Foxp3, CD11b, TLR9, além de IL-10 e TNF-, ao passo que o segmento que apresentou maior carga parasitária apresentou concomitantemente maior expressão de CD14, TLR2, CD11c e IL-4. Portanto, a infecção por Leishmania influenciou, no jejuno, aumento da expressão de CD14, Manose, TLR9, CD11b, CD4, Foxp3 e redução da expressão de CD8; influenciou, no cólon, aumento da expressão de CD11c, CD14, Manose, TLR9, CD11b, CD4, Foxp3 e TLR2 e redução da expressão de CD8. E nos linfonodos, estimulou o aumento da expressão de CD4 e Foxp3 e redução da expressão de CD8. A mucosa intestinal do jejuno e do cólon estava intacta apesar da presença de parasitos sugerindo que esses processos constitutivos de regulação ocorrem na mucosa intestinal para controlar os danos que poderiam resultar das respostas celulares contra os patógenos. É indispensável identificar os fatores que contribuem para a ativação e/ou regulação de TLR contra o parasito em cada um dos segmentos do TGI e avaliar o quanto a ativação de TLR, em cada uma dessas células, contribui para a patologia na leishmaniose visceral.
publishDate 2013
dc.date.issued.fl_str_mv 2013-02-22
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-10T19:31:39Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-10T19:31:39Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/BUOS-98CJFT
url http://hdl.handle.net/1843/BUOS-98CJFT
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-98CJFT/1/tese.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-98CJFT/2/tese.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 5e44f049ff31b011f24da84e410a7578
96906321154447a76b512971389d9fb5
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801676611893854208