Criando em terras arrasadas : marcas da expressão pulsional na estética blues

• Autor(a) principal: Luísa Aparecida Costa
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/53265
• topic: Psicanálise; Arte; Criação; Pulsão; Pulsão de morte; Blues; Estética blues; Psicologia - Teses; Psicanálise - Teses; Arte - Filosofia - Teses; Blues (Música) - Teses

A hipótese central do trabalho é a de que a estética blues carreia em si processos criativos que têm como substrato condições precárias, e de que esses processos poderiam ser abordados pelas marcas da expressão pulsional, conforme a psicanálise freudiana e sua releitura lacaniana. Foi feito o uso do conceito de estética blues, definido por Richard Powell, em 1989, como tentativa de pensar de maneira ampla as práticas modernas e contemporâneas no mundo da arte que refletem a cultura afro-americana. A construção teórica se sustenta no conceito metapsicológico de pulsão, com o recorte da pulsão de morte e sua possível vertente criativa. A pesquisa tem como objetivo investigar, a partir da relação entre psicanálise e arte, o possível tratamento estético dado às marcas da pulsão de morte e do real diaspóricos, no contexto da emergência da estética blues; destacar o caráter criativo e disruptivo do conceito de pulsão de morte na obra de Sigmund Freud e Jacques Lacan; investigar o conceito de pulsão de morte na obra de Jacques Lacan, com base no Seminário, livro 7: a ética da psicanálise (1959-1960) e relacioná-lo com a possibilidade de criação, além de contextualizar o movimento de surgimento da estética blues, a partir de autores que abordam a temática pelas vias estético-políticas e culturais, como Richard Powell e Amiri Baraka. Para tanto, em um primeiro momento, foi feita a aproximação entre a psicanálise e a arte, na medida em que essa aproximação dita o tom, juntamente com a metodologia de pesquisa, das bases epistêmicas do trabalho. Em seguida, traçou-se uma cartografia do conceito metapsicológico de pulsão na obra de Freud e seus desdobramentos até a releitura lacaniana, com o recorte da pulsão de morte. E, por fim, construiu-se uma aproximação estética maior da obra de Miles Davis, tendo em vista os propósitos demonstrativos da dissertação, que incluem um pontual desdobramento na obra de Son House. Discorremos, fundamentalmente, sobre a criação musical a partir das marcas da expressão pulsional.