Cultura afro-brasileira e educação: significados de ser criança negra e congadeira em Pedro Leopoldo - Minas Gerais
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/FAEC-8NPLAL |
Resumo: | Este estudo buscou compreender os significados de ser criança negra e congadeira a partir do acompanhamento de um grupo de dezessete crianças residentes na cidade de Pedro Leopoldo Minas Gerais e integrantes de duas guardas do congado. Os sentidos atribuídos pelos sujeitos à sua infância no congado, à sua percepção como crianças negras e congadeiras, levando em conta as especificidades de seu pertencimento étnico-racial e cultural no contexto local, foram orientações seguidas na análise realizada. Além disso, buscou-se apreender e entender como as crianças aprendem a ser congadeiras na perspectiva das trocas e interações possibilitadas pelas diferentes relações com os adultos e entre elas mesmas. Para realização da pesquisa adotou-se a etnografia como eixo metodológico central. As crianças foram acompanhadas nas festas promovidas pelas guardas de congado e nas visitas por estas realizadas às outras comunidades congadeiras. Também foram realizadas conversas individuais, encontros coletivos e visita às crianças e suas famílias. O trabalho de campo ainda contou com o recurso da filmagem, da fotografia e do registro no diário de campo. A pesquisa apontou que as crianças congadeiras circulam e interagem em diversos espaços. A escola é um deles. Embora esta instituição não tenha sido o foco central da investigação, ela se apresentou no discurso das crianças e nas suas lembranças sobre o vivido como um tempo/espaço significativo, marcado por vivências negativas em relação ao seu pertencimento étnico-racial, dos familiares e colegas. É nesse processo complexo que elas aprendem a ser negras e congadeiras. Um movimento marcado por indagações, silenciamentos, medos, negação, afirmação e ressignificação. Mesmo que as crianças aparentassem não entender todos os aspectos da fé, da devoção, da simbologia e das abstrações integrantes do congado, observou-se que, no interior dessa prática cultural elas constroem valores, educam-se, deseducam-se, afirmam-se e vivem as tensões identitárias que acompanham o universo afro- brasileiro e as relações raciais no Brasil. |
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Nilma Lino GomesAna Maria Rabelo GomesMAILSA CARLA PINTO PASSOSClaudia Marques de Oliveira2019-08-14T15:17:57Z2019-08-14T15:17:57Z2011-08-26http://hdl.handle.net/1843/FAEC-8NPLALEste estudo buscou compreender os significados de ser criança negra e congadeira a partir do acompanhamento de um grupo de dezessete crianças residentes na cidade de Pedro Leopoldo Minas Gerais e integrantes de duas guardas do congado. Os sentidos atribuídos pelos sujeitos à sua infância no congado, à sua percepção como crianças negras e congadeiras, levando em conta as especificidades de seu pertencimento étnico-racial e cultural no contexto local, foram orientações seguidas na análise realizada. Além disso, buscou-se apreender e entender como as crianças aprendem a ser congadeiras na perspectiva das trocas e interações possibilitadas pelas diferentes relações com os adultos e entre elas mesmas. Para realização da pesquisa adotou-se a etnografia como eixo metodológico central. As crianças foram acompanhadas nas festas promovidas pelas guardas de congado e nas visitas por estas realizadas às outras comunidades congadeiras. Também foram realizadas conversas individuais, encontros coletivos e visita às crianças e suas famílias. O trabalho de campo ainda contou com o recurso da filmagem, da fotografia e do registro no diário de campo. A pesquisa apontou que as crianças congadeiras circulam e interagem em diversos espaços. A escola é um deles. Embora esta instituição não tenha sido o foco central da investigação, ela se apresentou no discurso das crianças e nas suas lembranças sobre o vivido como um tempo/espaço significativo, marcado por vivências negativas em relação ao seu pertencimento étnico-racial, dos familiares e colegas. É nesse processo complexo que elas aprendem a ser negras e congadeiras. Um movimento marcado por indagações, silenciamentos, medos, negação, afirmação e ressignificação. Mesmo que as crianças aparentassem não entender todos os aspectos da fé, da devoção, da simbologia e das abstrações integrantes do congado, observou-se que, no interior dessa prática cultural elas constroem valores, educam-se, deseducam-se, afirmam-se e vivem as tensões identitárias que acompanham o universo afro- brasileiro e as relações raciais no Brasil.The present study aimed at understanding the meanings of black child and congadeira from following-up of a group of children living at the city of Pedro Leopoldo state of Minas Gerais Brazil, and integrants of two guardas de congado (religious folklore groups based on Afro-Brazilian culture). The meaning attributed to the subjects to their childhood at the Congado, their perception as black and congadeiras children taking into account the specificities of their ethnic-racial and cultural belongings at the local context were guidelines followed at the analysis carried. Besides that, we have sought to apprehend and understand how children learn to be congadeiras at the perspective of exchanges and interactions made possible by different relationships with adult and between themselves. In order to proceed with the analysis we have adopted ethnography as the central methodological axes. The children were followed up at the parties promoted by the guardas de congado and at the visits made by them to other congadeiras communities. There have also been individual conversations, collective meeting and visits to the children and their families. The field work counted also with the following resources: video recording, photography, and entries at the field diary. The research pointed out that the congadeiras children circulate and interact in several spaces. School is one of them. Though this institution has not been the central focus of the investigation, it emerged at the children's discourses and at their memories on the time lived as a meaningful time/space, marked by negative livings in relation to their ethnic-racial belonging, of their family members and colleagues. It is at that complex process that they learn to be black and congadeiras. It is a movement marked by questionings, silencing, fears, negation, affirmation, and reframing. Even though the children did seem to understand the aspects of faith, of devotion, of the symbology and the abstractions integrating congado, we have observed that, inside that cultural practice they construct values, educate themselves, des(educated) themselves, affirm themselves and live the identitary tensions that follow the Afro-Brazilian universe and the racial relationships in Brazil.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGRelações raciaisEducaçãoCongadasEducação de criançasFestas religiosas Minas GeraisRelações raciaisInfânciaCongadoCultura afro-brasileira e educação: significados de ser criança negra e congadeira em Pedro Leopoldo - Minas Geraisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_claudia_final.pdfapplication/pdf5036555https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/FAEC-8NPLAL/1/disserta__o_claudia_final.pdfd5f792058546ce3b0e26bafd605f5481MD51TEXTdisserta__o_claudia_final.pdf.txtdisserta__o_claudia_final.pdf.txtExtracted texttext/plain367491https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/FAEC-8NPLAL/2/disserta__o_claudia_final.pdf.txt914ce262b15d53addb91690a8d7544c7MD521843/FAEC-8NPLAL2019-11-14 13:40:06.286oai:repositorio.ufmg.br:1843/FAEC-8NPLALRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T16:40:06Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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