Conhecimento sobre HIV/Aids entre homens que fazem sexo com homens em 10 cidades brasileiras

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Raquel Regina de Freitas Magalhaes Gomes
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9MRGQF
Resumo: Introdução: Um adequado conhecimento sobre o HIV/Aids é fundamental para que indivíduos adotem práticas e atitudes de proteção e é importante componente de monitoramento da epidemia em populações-chave que apresentam maiores riscos de adquirir a infecção pelo HIV. Um baixo conhecimento mostra-se prejudicial para os esforços de prevenção do HIV e vai além das características individuais. Estudos sobre o conhecimento em HIV/Aids entre homens que fazem sexos com homens (HSH) indicam baixos índices e falta de padronização sobre a forma e análise dos dados sobre conhecimento e, no Brasil, são escassos os estudos nesta área. Objetivo: Neste estudo avaliou-se o nível de conhecimento em HIV/Aids entre HSH de dez cidades brasileiras, utilizando o modelo de traço latente estimado pela Teoria de Resposta ao Item (TRI) e analisou os fatores de vulnerabilidade social, individual e programático associados ao baixo conhecimento em HIV/Aids. Métodos: Estudo multicêntrico, de corte transversal, conduzido em 2008-2009 em 10 cidades brasileiras, onde 3.746 HSH foram recrutados pela técnica amostral Respondent Driven Sampling (RDS). O conhecimento sobre HIV/Aids foi apurado a partir das respostas a dez afirmativas aplicadas por meio de entrevista face a face e os escores foram estimados utilizando o modelo logístico de dois parâmetros (discriminação e dificuldade) da TRI. Análise fatorial Full Information foi realizada para testar a unidimensionalidade da escala de conhecimento. O funcionamento diferencial dos itens (DIF) foi verificado pela idade e escolaridade. O modelo de regressão logística ordinal foi utilizado para verificar a associação entre fatores de vulnerabilidade e o baixo conhecimento em HIV/Aids e para este fim, os escores de conhecimento foram categorizados como uma variável ordinal, em três níveis ordenados de conhecimento: alto, médio e baixo. Resultados: Os escores de conhecimento estimados pela TRI não ultrapassaram o valor 6,0 (escala de 0-10), com média e mediana de 5,0 (DP= 0,9) e 5,3, respectivamente e, 40,7% dos HSH ficaram com níveis de conhecimento abaixo da média. Algumas crenças ainda existem nesta população sobre a transmissão do vírus por picadas de insetos, pelo uso de banheiros públicos e pelo compartilhamento de utensílios durante as refeições. Com relação aos parâmetros dificuldade e discriminação dos itens, oito itens ficaram localizados abaixo da média da escala de conhecimento e considerados muito fáceis, e quatro itens apresentaram parâmetros de discriminação muito baixos (<0,34). A ausência de itens difíceis contribuiu para a imprecisão da medida do conhecimento entre aqueles com um nível médio e superior. No modelo final global, apresentaram associação de forma independente com as categorias de baixo conhecimento as variáveis: escolaridade 8 anos, cor da pele não branca, critério Brasil de classe econômica C e D-E, idade <25 anos, idade da 1ª relação sexual 14 anos e não fez alguma vez o teste de HIV. Conclusão: Os resultados indicaram uma proporção elevada e preocupante de participantes com nível médio e baixo de conhecimento, especialmente se considerarmos que os itens avaliados foram acerca de informações básicas e divulgadas sobre as formas de transmissão do HIV. Um nível adequado de conhecimento sobre HIV/Aids é aspecto fundamental para melhorar a percepção de risco e motivação para a adoção de práticas do sexo seguro entre HSH. Análise da TRI, centrada nas propriedades individuais de cada item, permite a obtenção de medidas que não dependem do conjunto dos itens utilizados e proporciona uma melhor apuração e exatidão dos escores de conhecimento. Escalas válidas e confiáveis são fundamentais para monitorar o conhecimento sobre HIV/Aids na população de HSH ao longo do tempo e em diferentes regiões geográficas, e o modelo psicométrico da TRI traz essa vantagem. É fundamental uma maior intervenção a nível estrutural, onde os fatores de vulnerabilidade programática têm elementos importantes para reduzir os fatores de vulnerabilidade individual e social. Vale ressaltar a necessidade de se avaliar e incrementar novas estratégias que melhorem o conhecimento sobre HIV/Aids, principalmente a segmentos mais vulneráveis desta população como os HSH jovens, com condições socioeconômicas mais desfavoráveis, visando sensibilizá-los para a prevenção e tratamento do HIV.
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Objetivo: Neste estudo avaliou-se o nível de conhecimento em HIV/Aids entre HSH de dez cidades brasileiras, utilizando o modelo de traço latente estimado pela Teoria de Resposta ao Item (TRI) e analisou os fatores de vulnerabilidade social, individual e programático associados ao baixo conhecimento em HIV/Aids. Métodos: Estudo multicêntrico, de corte transversal, conduzido em 2008-2009 em 10 cidades brasileiras, onde 3.746 HSH foram recrutados pela técnica amostral Respondent Driven Sampling (RDS). O conhecimento sobre HIV/Aids foi apurado a partir das respostas a dez afirmativas aplicadas por meio de entrevista face a face e os escores foram estimados utilizando o modelo logístico de dois parâmetros (discriminação e dificuldade) da TRI. Análise fatorial Full Information foi realizada para testar a unidimensionalidade da escala de conhecimento. O funcionamento diferencial dos itens (DIF) foi verificado pela idade e escolaridade. O modelo de regressão logística ordinal foi utilizado para verificar a associação entre fatores de vulnerabilidade e o baixo conhecimento em HIV/Aids e para este fim, os escores de conhecimento foram categorizados como uma variável ordinal, em três níveis ordenados de conhecimento: alto, médio e baixo. Resultados: Os escores de conhecimento estimados pela TRI não ultrapassaram o valor 6,0 (escala de 0-10), com média e mediana de 5,0 (DP= 0,9) e 5,3, respectivamente e, 40,7% dos HSH ficaram com níveis de conhecimento abaixo da média. Algumas crenças ainda existem nesta população sobre a transmissão do vírus por picadas de insetos, pelo uso de banheiros públicos e pelo compartilhamento de utensílios durante as refeições. Com relação aos parâmetros dificuldade e discriminação dos itens, oito itens ficaram localizados abaixo da média da escala de conhecimento e considerados muito fáceis, e quatro itens apresentaram parâmetros de discriminação muito baixos (<0,34). 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Análise da TRI, centrada nas propriedades individuais de cada item, permite a obtenção de medidas que não dependem do conjunto dos itens utilizados e proporciona uma melhor apuração e exatidão dos escores de conhecimento. Escalas válidas e confiáveis são fundamentais para monitorar o conhecimento sobre HIV/Aids na população de HSH ao longo do tempo e em diferentes regiões geográficas, e o modelo psicométrico da TRI traz essa vantagem. É fundamental uma maior intervenção a nível estrutural, onde os fatores de vulnerabilidade programática têm elementos importantes para reduzir os fatores de vulnerabilidade individual e social. Vale ressaltar a necessidade de se avaliar e incrementar novas estratégias que melhorem o conhecimento sobre HIV/Aids, principalmente a segmentos mais vulneráveis desta população como os HSH jovens, com condições socioeconômicas mais desfavoráveis, visando sensibilizá-los para a prevenção e tratamento do HIV.Introduction: An adequate HIV/AIDS knowledge is essential for the adoption of safe attitudes and practices and it is an important component for monitoring the epidemics in keypopulations most at risk of acquiring HIV infection. A low level of knowledge is detrimental to HIV prevention efforts and goes beyond individual characteristics. Studies among men who have sex with men (MSM) indicate low knowledge level and a lack of standardization of form and analysis of the data, and, in Brazil, there are few studies in this area. Objective: This study evaluated the level of HIV/AIDS knowledge among MSM in ten Brazilian cities, using the latent trait model estimated by Item Response Theory (IRT), and analyzed vulnerability, social, individual and programmatic factors associated with low knowledge on HIV/AIDS. Methods: A multicenter, cross-sectional study carried out between 2008 and 2009 in ten Brazilian cities. Adult MSM (n=3,746) were recruited through Respondent Driven Sampling (RDS). HIV/AIDS Knowledge was ascertained through ten statements obtained by face to face interview and latent scores were estimated by two-parameter logistic model (discrimination and difficulty) of TRI. Full information factor analysis was performed to test the unidimensionality of the knowledge scale. The differential item functioning (DIF) was used to examine groups of age and education. Ordinal logistic regression model was used to analyze vulnerability factors with low knowledge on HIV/AIDS and, for this analysis the knowledge scores were categorized as an ordinal variable in three ordered levels of knowledge: high, medium and low. Results: HIV/AIDS knowledge scores estimated by IRT did not exceed 6.0 (scale 0-10), with mean and median values of 5.0 (SD=0.9) and 5.3, respectively, with 40.7% of the sample with knowledge levels below the average. Some beliefs still exist in this population regarding the transmission of the virus by insect bites, by using public restrooms, and by sharing utensils during meals. With regard to the difficulty and discrimination parameters, eight items were located below the mean of the scale and were considered very easy, and four items presented very low discrimination parameter (< 0.34). The absence of difficult items contributed to the inaccuracy of the measurement of knowledge among those with median level and above. In the overall model, the following variables were independently associated with low knowledge: education 8 years, non-white skin color, Brazil criteria of economic class C, D-E, age <25 years old, age at the 1st intercourse 14 years old and not having been tested for HIV. Conclusion: The results indicated a worrying high proportion of participants with medium and low knowledge level, especially considering that the evaluated items are basic and well publicized information about the modes of HIV transmission. An adequate level of HIV/AIDS knowledge is fundamental to improving risk perception and motivation to adopt safe sex practices among MSM. IRT analysis, which focuses on the individual properties of each item, allows obtaining measures that do not depend on the set of items used, and provides better ascertainment and accuracy of knowledge scores. Valid and reliable scales are essential for monitoring HIV/AIDS knowledge in the MSM population over time and in different geographical regions, and the psychometric model IRT brings this advantage. Greater intervention the structural level is essential, where the factors of programmatic vulnerability have important elements to reduce individual and social vulnerability factors. We should mention the need to evaluate and develop new strategies to improve HIV/AIDS knowledge, particularly the most vulnerable segments of this population as young MSM with more unfavorable socioeconomic conditions, in order to increase their awareness of HIV prevention and care.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGInfecções por HIV/transmissãoSaúde públicaConhecimentos, atitudes e prática em saúdeHomensComportamento sexualAssunção de riscosSíndrome de imunodeficiência adquirida/prevenção & controleMedicinaHomossexualidade masculinaSexoConhecimentoHIVTeoria de resposta ao itemAidsTRIVulnerabilidadeHSHConhecimento sobre HIV/Aids entre homens que fazem sexo com homens em 10 cidades brasileirasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_raquel_1.pdfapplication/pdf3266599https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9MRGQF/1/tese_raquel_1.pdf8a0ada3facc27c63aae9a2be52a2b349MD51TEXTtese_raquel_1.pdf.txttese_raquel_1.pdf.txtExtracted texttext/plain316885https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9MRGQF/2/tese_raquel_1.pdf.txt9585a2e861d314b11193c2e0e6d2522cMD521843/BUOS-9MRGQF2019-11-14 09:40:54.218oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-9MRGQFRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T12:40:54Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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