Associação do ângulo de fase padronizado com estado nutricional e desfechos clínicos em pacientes cirúrgicos oncológicos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Natalia Fenner Pena
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Simone de Vasconcelos Generoso
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AM6PD2
Resumo: O Ângulo de Fase Padronizado (AFP) é medida derivada da Bioimpedância Elétrica (BIA) ajustado por sexo e idade. O AFP é capaz de avaliar a integridade das membranas celulares e tem sido estudado recentemente como possível indicador do estado nutricional (EN) e fator prognóstico em pacientes com câncer. Entretanto, poucos trabalhos avaliaram o comportamento do AFP como indicador do estado nutricional e desfechos clínicos adversos em pacientes oncológicos. Objetivo: Avaliar a associação entre o AFP com as variáveis do estado nutricional no pré-operatório e desfechos clínicos em pacientes cirúrgicos oncológicos. Métodos: Estudo longitudinal-prospectivo realizado com pacientes cirúrgicos oncológicos, admitidos no Instituto Alfa de Gastroenterologia, do Hospital das Clínicas de Belo Horizonte, Minas Gerais. A avaliação do estado nutricional dos pacientes foi realizada antes da cirurgia (pré-operatório) e os desfechos clínicos foram avaliados nos momentos pós-operatório até a alta hospitalar. Os dados sobre o estado nutricional (EN) foram obtidos no pré-operatório imediato, por meio da Avaliação Global Subjetiva (AGS), circunferência do braço (CB), dobra cutânea tricipital (DCT), área muscular do braço (AMB), percentual de perda de peso (PPP) e a funcionalidade, pela dinamometria. O AFP foi obtido por meio da BIA e calculado segundo a seguinte equação: AFP=AF medido - AF médio (para idade e sexo)/desvio-padrão da população, segundo idade e sexo. Dados sobre os desfechos clínicos e glicemia capilar foram coletados em prontuário médico e corridas de leito. Foram realizadas análises descritivas e bivariadas; concordância entre métodos por meio do coeficiente kappa e modelos de regressão logística simples foram utilizados para avaliar a associação entre o AFP, estado nutricional e desfechos clínicos nessa população. Para comparar as médias da glicemia capilar, segundo a categorização do AFP, utilizou-se o Teste Ancova. Para todas as análises foi adotado um nível de significância de 5%; (p<0,05). Resultados: 121 pacientes foram incluídos no presente estudo. A idade média dos participantes foi de 58,8 ± 12,5 anos, sendo 52,9% do sexo masculino. A prevalência de desnutrição encontrada de acordo com a AGS foi de 63,6%, enquanto que 28,1% dos pacientes apresentaram valores de AFP abaixo do percentil 5. No momento pré-operatório, indivíduos classificados em risco nutricional segundo categorização do AFP apresentaram mais chances de estarem desnutridos de acordo com a AGS (OR=3,66; IC 95%:1,35-9,90), CB (OR=4,24; IC 95%:1,72-10,43), AMB (OR=4,38; IC 95%:1,68-11,42), dinamometria (OR=3,84; IC 95%: 1,31-11,25) e de apresentarem maior percentual de perda de peso (PPP); (OR=3,86; IC 95%:1,64-9,06); (p<0,05). Concordância significativa foi observada no período pré-operatório, entre a classificação do AFP e AGS (0,29; p=0,001), dinamometria (0,25; p=0,003) e AMB (0,24; p=0,003). Em relação aos desfechos clínicos, foi identificada elevada prevalência de complicações infecciosas (57,0%) nos pacientes oncológicos avaliados, sendo que aqueles classificados em risco pelo AFP, apresentaram 3,51 (IC 95%:1,37-8,99; p=0,009) vezes mais chances, de terem complicações infecciosas ao longo da internação hospitalar. Não foi observada associação entre o AFP e os demais desfechos avaliados (p>0,05). Conclusão: Nossos achados sugerem que o AFP pode ser considerado instrumento útil e mais precoce que parâmetros tradicionais, capaz de auxiliar na avaliação e classificação do estado nutricional de pacientes oncológicos, no ambiente hospitalar. Este também mostrou-se bom indicador prognóstico, capaz de predizer complicações infecciosas e apresentou uma tendência significativa de associação, em relação à hiperglicemia hospitalar avaliada. Futuros estudos poderão confirmar esses achados e se o AFP, utilizado em combinação com outras ferramentas de diagnóstico nutricional nesses pacientes, aumentaria a sensibilidade em detectar estados nutricionais mais debilitados.
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spelling Maria Isabel ToulssonMaria Cristina GonzalezFlavia Moraes SilvaNatalia Fenner PenaSimone de Vasconcelos Generoso2019-08-14T00:35:58Z2019-08-14T00:35:58Z2016-07-18http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AM6PD2O Ângulo de Fase Padronizado (AFP) é medida derivada da Bioimpedância Elétrica (BIA) ajustado por sexo e idade. O AFP é capaz de avaliar a integridade das membranas celulares e tem sido estudado recentemente como possível indicador do estado nutricional (EN) e fator prognóstico em pacientes com câncer. Entretanto, poucos trabalhos avaliaram o comportamento do AFP como indicador do estado nutricional e desfechos clínicos adversos em pacientes oncológicos. Objetivo: Avaliar a associação entre o AFP com as variáveis do estado nutricional no pré-operatório e desfechos clínicos em pacientes cirúrgicos oncológicos. Métodos: Estudo longitudinal-prospectivo realizado com pacientes cirúrgicos oncológicos, admitidos no Instituto Alfa de Gastroenterologia, do Hospital das Clínicas de Belo Horizonte, Minas Gerais. A avaliação do estado nutricional dos pacientes foi realizada antes da cirurgia (pré-operatório) e os desfechos clínicos foram avaliados nos momentos pós-operatório até a alta hospitalar. Os dados sobre o estado nutricional (EN) foram obtidos no pré-operatório imediato, por meio da Avaliação Global Subjetiva (AGS), circunferência do braço (CB), dobra cutânea tricipital (DCT), área muscular do braço (AMB), percentual de perda de peso (PPP) e a funcionalidade, pela dinamometria. O AFP foi obtido por meio da BIA e calculado segundo a seguinte equação: AFP=AF medido - AF médio (para idade e sexo)/desvio-padrão da população, segundo idade e sexo. Dados sobre os desfechos clínicos e glicemia capilar foram coletados em prontuário médico e corridas de leito. Foram realizadas análises descritivas e bivariadas; concordância entre métodos por meio do coeficiente kappa e modelos de regressão logística simples foram utilizados para avaliar a associação entre o AFP, estado nutricional e desfechos clínicos nessa população. Para comparar as médias da glicemia capilar, segundo a categorização do AFP, utilizou-se o Teste Ancova. Para todas as análises foi adotado um nível de significância de 5%; (p<0,05). Resultados: 121 pacientes foram incluídos no presente estudo. A idade média dos participantes foi de 58,8 ± 12,5 anos, sendo 52,9% do sexo masculino. A prevalência de desnutrição encontrada de acordo com a AGS foi de 63,6%, enquanto que 28,1% dos pacientes apresentaram valores de AFP abaixo do percentil 5. No momento pré-operatório, indivíduos classificados em risco nutricional segundo categorização do AFP apresentaram mais chances de estarem desnutridos de acordo com a AGS (OR=3,66; IC 95%:1,35-9,90), CB (OR=4,24; IC 95%:1,72-10,43), AMB (OR=4,38; IC 95%:1,68-11,42), dinamometria (OR=3,84; IC 95%: 1,31-11,25) e de apresentarem maior percentual de perda de peso (PPP); (OR=3,86; IC 95%:1,64-9,06); (p<0,05). Concordância significativa foi observada no período pré-operatório, entre a classificação do AFP e AGS (0,29; p=0,001), dinamometria (0,25; p=0,003) e AMB (0,24; p=0,003). Em relação aos desfechos clínicos, foi identificada elevada prevalência de complicações infecciosas (57,0%) nos pacientes oncológicos avaliados, sendo que aqueles classificados em risco pelo AFP, apresentaram 3,51 (IC 95%:1,37-8,99; p=0,009) vezes mais chances, de terem complicações infecciosas ao longo da internação hospitalar. Não foi observada associação entre o AFP e os demais desfechos avaliados (p>0,05). Conclusão: Nossos achados sugerem que o AFP pode ser considerado instrumento útil e mais precoce que parâmetros tradicionais, capaz de auxiliar na avaliação e classificação do estado nutricional de pacientes oncológicos, no ambiente hospitalar. Este também mostrou-se bom indicador prognóstico, capaz de predizer complicações infecciosas e apresentou uma tendência significativa de associação, em relação à hiperglicemia hospitalar avaliada. Futuros estudos poderão confirmar esses achados e se o AFP, utilizado em combinação com outras ferramentas de diagnóstico nutricional nesses pacientes, aumentaria a sensibilidade em detectar estados nutricionais mais debilitados.The Standardized Phase Angle (AFP) is measured derived from electrical bioimpedance (BIA) adjusted for sex and age. AFP is able to assess the integrity of cell membranes and has recently been studied as a possible indicator of nutritional status (NS) and a prognostic factor in patients with cancer. However, few studies have evaluated the AFP's behavior as an indicator of nutritional status and adverse clinical outcomes in cancer patients. Objective: To evaluate the association between the AFP and the variables of the nutritional status preoperatively and clinical outcomes in cancer surgical patients. Methods: A longitudinal-prospective study of cancer surgical patients admitted to the Alfa Institute of Gastroenterology, Hospital das Clinicas in Belo Horizonte, Minas Gerais. The evaluation of the nutritional status of patients was performed before surgery (pre-operative) and clinical outcomes were evaluated postoperatively times until hospital discharge. The data on the nutritional status (NS) were obtained immediately preoperatively through the Subjective Global Assessment (SGA), arm circumference (AC), triceps skinfold (TSF), arm muscle area (AMA), percentage of weight loss (PPP) and functionality, the grip strength. The AFP was obtained by BIA and calculated according to the following equation: measured AFP = AF - AF average (for age and sex) / standard deviation of the population by age and sex. Data on clinical outcomes and blood glucose were collected from medical records and bed races. Descriptive and bivariate analyzes were performed; agreement between methods using the kappa coefficient and simple logistic regression models were used to evaluate the association between AFP, nutritional status and clinical outcomes in this population. To compare the mean blood glucose of the second categorization AFP, we used the ANCOVA. For all analyzes it was adopted a significance level of 5%; (p <0,05). Results: 121 patients were included in this study. The average age of participants was 58.8 ± 12.5 years, 52.9% male. The prevalence of malnutrition found according to the AGS was 63.6%, while 28.1% of patients had AFP values below the 5th percentile Preoperatively time, individuals classified second nutritional risk categorization of the AFP presented more likely to be malnourished according to AGS (OR = 3.66; 95% CI: 1.35 to 9.90), CB (OR = 4.24; 95% CI: 1.72 to 10.43) , AMB (OR = 4.38; 95% CI: 1.68 to 11.42), grip strength (OR = 3.84; 95% CI: 1.31 to 11.25) and have higher percentage of loss weight (PPP); (OR = 3.86; 95% CI: 1.64 to 9.06); (P <0.05). significant concordance was observed in the preoperative period, between the classification of AFP and AGS (0.29; p = 0.001), grip strength (0.25; p = 0.003) and AMB (0.24; p = 0.003). In relation to clinical outcomes has been identified high prevalence of infectious complications (57.0%) evaluated in cancer patients, and those classified at risk by AFP showed 3.51 (95% CI: 1.37 to 8.99; p = 0.009) times more likely, they have infectious complications during the hospital stay. No association was observed between the AFP and other outcome measures (p> 0.05). Conclusion: Our findings suggest that the AFP can be considered useful and earlier than traditional parameters, able to assist in the evaluation and classification of the nutritional status of cancer patients in the hospital. This also proved to be good prognostic indicator, capable of predicting infectious complications and showed a significant association tendency in relation to hyperglycaemia evaluated hospital. Future studies will confirm these findings and AFP, used in combination with other diagnostic tools in these patients nutritional, increase the sensitivity to detect more impaired nutritional status.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGComposição corporalNeoplasiasEstado nutricionalAvaliação nutricionalProcedimentos cirúrgicos operatóriosCiências da nutriçãoImpedância ElétricaHiperglicemiaNutriçãoEstado nutricionalÂngulo de fase padronizadoHiperglicemia hospitalarCâncerDesfecho clínicoForça muscularAssociação do ângulo de fase padronizado com estado nutricional e desfechos clínicos em pacientes cirúrgicos oncológicosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdissertacao_af____finalizada_com_ficha.pdfapplication/pdf782730https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-AM6PD2/1/dissertacao_af____finalizada_com_ficha.pdf5a0350c9943069b290f5c51e03d972ccMD51TEXTdissertacao_af____finalizada_com_ficha.pdf.txtdissertacao_af____finalizada_com_ficha.pdf.txtExtracted texttext/plain187980https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-AM6PD2/2/dissertacao_af____finalizada_com_ficha.pdf.txte28ff22876bdf37637f2fc24e6b2728fMD521843/BUBD-AM6PD22019-11-14 16:19:53.365oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-AM6PD2Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T19:19:53Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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