O lazer de atletas com deficiência física: “da casa para a rua”

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Renan Jorge Ramos Martins
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/50628
https://orcid.org/0000-0001-9497-5447
Resumo: Pensar o lazer de pessoas com deficiência física, que trazem em seus corpos suas singularidades, e diversas possibilidades de ser humano, associadas à prática de atividades esportivas paralímpicas é um trabalho complexo. Os corpos das pessoas com deficiência foram marcados no decorrer do tempo pela exclusão, segregação, integração e continuam sendo marcados pelas lutas pela inclusão. Inclusão para participar dos espaços sociais, sejam eles de lazer, esporte, educação, trabalho e saúde, que permanecem não promovendo a acessibilidade, no seu mais amplo sentido, que vai além de estruturas físicas, bem como de condições que permitam uma participação social diversa. “Como as pessoas com deficiência física praticantes do esporte paralímpico vivenciam o lazer?”, foi a questão que problematizou a pesquisa, para assim, alcançar o objetivo principal de “verificar a percepção de paratletas sobre como a experiência com o esporte paralímpico influenciou suas experiências de lazer”. Por meio do instrumento da entrevista narrativa proposto pelo método da pesquisa (auto)biográfica. Tendo como lema “Nada sobre nós, sem nós”, o método estabelecido foi uma tentativa de realizar uma pesquisa emancipatória, que tem uma de suas características métodos de pesquisa que englobem a experiência da deficiência. Para tanto as pessoas com deficiência física, atletas do esporte paralímpico, ao compartilhar suas histórias ou parte delas, assumem o papel principal da pesquisa, com histórias contadas e vividas por elas, da prática do esporte paralímpico possibilitada por uma Associação para pessoas com deficiência física. Histórias de conquistas, dificuldades e sonhos, num processo de reflexão do que é ser e tornar-se atleta. As narrativas despertam para as mais variadas possibilidades de se vivenciar o lazer, como contemplar a natureza; se distrair; sair e beber com amigos; assistir filme; cozinhar; fazer churrasco com a família; ouvir música; viajar; namorar; descansar e não fazer nada, além de treinar para a modalidade esportiva, realizar fisioterapia e estudar. Foi observado que as possibilidades de lazer fora de casa são ampliadas e mediadas pela Associação destinada às pessoas com deficiência física. As atividades e relações sociais promovidas pela Associação estimularam as pessoas com deficiência física a saírem mais de casa. A prática esportiva significa vida para as e os atletas, tiveram a oportunidade de (re)construir a vida, têm a chance de serem motivação para alguém que ainda acha que não pode fazer nada, devido ao preconceito fruto do capacitismo arraigado na sociedade. Junto com a ONG, as famílias, principalmente as mães, formam uma rede de apoio, de cuidado, mais forte para as pessoas com deficiência. E o engajamento para a prática esportiva é a conquista de confiança para realização de atividades da vida diária de maneira mais autônoma, bem como aquisição de força física e bens materiais, promoção da manutenção do equilíbrio da saúde física e mental, e a conquista de uma profissão, a de atleta. A falta de acessibilidade foi uma constatação unânime durante as viagens para competições e para realizarem atividades da vida diária. O discurso da normalidade que trata o corpo diferente com inferioridade, um discurso capacitista, limitador da existência das pessoas com deficiência, também se fez presente nas narrativas. Conclui-se que o esporte paralímpico, promovido por uma Associação para pessoas com deficiência, pode ser uma porta de entrada para as vivências de lazer dessas pessoas, é um estímulo para que saiam de casa, conheçam e experenciem as mais diversas possibilidades do lazer. Além de possibilitar às pessoas com deficiência ocupar espaços ainda hoje destinados somente à um modo de ser, aquele pautado no padrão da “normalidade” biológica, que segrega e rejeita a diversidade.
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spelling Tânia Mara Vieira Sampaiohttp://lattes.cnpq.br/8232146989537892http://lattes.cnpq.br/1459839935738134Renan Jorge Ramos Martins2023-03-03T13:44:09Z2023-03-03T13:44:09Z2022-11-28http://hdl.handle.net/1843/50628https://orcid.org/0000-0001-9497-5447Pensar o lazer de pessoas com deficiência física, que trazem em seus corpos suas singularidades, e diversas possibilidades de ser humano, associadas à prática de atividades esportivas paralímpicas é um trabalho complexo. Os corpos das pessoas com deficiência foram marcados no decorrer do tempo pela exclusão, segregação, integração e continuam sendo marcados pelas lutas pela inclusão. Inclusão para participar dos espaços sociais, sejam eles de lazer, esporte, educação, trabalho e saúde, que permanecem não promovendo a acessibilidade, no seu mais amplo sentido, que vai além de estruturas físicas, bem como de condições que permitam uma participação social diversa. “Como as pessoas com deficiência física praticantes do esporte paralímpico vivenciam o lazer?”, foi a questão que problematizou a pesquisa, para assim, alcançar o objetivo principal de “verificar a percepção de paratletas sobre como a experiência com o esporte paralímpico influenciou suas experiências de lazer”. Por meio do instrumento da entrevista narrativa proposto pelo método da pesquisa (auto)biográfica. Tendo como lema “Nada sobre nós, sem nós”, o método estabelecido foi uma tentativa de realizar uma pesquisa emancipatória, que tem uma de suas características métodos de pesquisa que englobem a experiência da deficiência. Para tanto as pessoas com deficiência física, atletas do esporte paralímpico, ao compartilhar suas histórias ou parte delas, assumem o papel principal da pesquisa, com histórias contadas e vividas por elas, da prática do esporte paralímpico possibilitada por uma Associação para pessoas com deficiência física. Histórias de conquistas, dificuldades e sonhos, num processo de reflexão do que é ser e tornar-se atleta. As narrativas despertam para as mais variadas possibilidades de se vivenciar o lazer, como contemplar a natureza; se distrair; sair e beber com amigos; assistir filme; cozinhar; fazer churrasco com a família; ouvir música; viajar; namorar; descansar e não fazer nada, além de treinar para a modalidade esportiva, realizar fisioterapia e estudar. Foi observado que as possibilidades de lazer fora de casa são ampliadas e mediadas pela Associação destinada às pessoas com deficiência física. As atividades e relações sociais promovidas pela Associação estimularam as pessoas com deficiência física a saírem mais de casa. A prática esportiva significa vida para as e os atletas, tiveram a oportunidade de (re)construir a vida, têm a chance de serem motivação para alguém que ainda acha que não pode fazer nada, devido ao preconceito fruto do capacitismo arraigado na sociedade. Junto com a ONG, as famílias, principalmente as mães, formam uma rede de apoio, de cuidado, mais forte para as pessoas com deficiência. E o engajamento para a prática esportiva é a conquista de confiança para realização de atividades da vida diária de maneira mais autônoma, bem como aquisição de força física e bens materiais, promoção da manutenção do equilíbrio da saúde física e mental, e a conquista de uma profissão, a de atleta. A falta de acessibilidade foi uma constatação unânime durante as viagens para competições e para realizarem atividades da vida diária. O discurso da normalidade que trata o corpo diferente com inferioridade, um discurso capacitista, limitador da existência das pessoas com deficiência, também se fez presente nas narrativas. Conclui-se que o esporte paralímpico, promovido por uma Associação para pessoas com deficiência, pode ser uma porta de entrada para as vivências de lazer dessas pessoas, é um estímulo para que saiam de casa, conheçam e experenciem as mais diversas possibilidades do lazer. Além de possibilitar às pessoas com deficiência ocupar espaços ainda hoje destinados somente à um modo de ser, aquele pautado no padrão da “normalidade” biológica, que segrega e rejeita a diversidade.Thinking about the leisure of people with physical disabilities who carry in their bodies their singularities, several possibilities of being human, and associated to the practice of paralympic sports activities is a complex work. The bodies of people with disabilities have been marked, throughout time, by exclusion, segregation, integration, and continue being marked by the struggle for inclusion. Inclusion to participate in social spaces, be they leisure, sports, education, work, and health, which still do not promote accessibility, in its broadest sense, which goes beyond physical structures, as well as conditions that allow a diverse social participation. "How do people with physical disabilities practicing paralympic sport experience leisure?" was the question that problematized the research, so as to achieve the main objective of "verifying the perception of paratheletes about how the experience with paralympic sport influenced their leisure experiences". Through the narrative interview instrument proposed by the (auto)biographical research method. Having as a motto "Nothing about us, without us", the established method was an attempt to carry out an emancipatory research, which has one of its characteristics research methods that encompass the experience of disability. To this end, the people with physical disabilities, athletes in paralympic sports, by sharing their stories or part of them, took on the main role in the research, with stories told and lived by them with the practice of paralympic sports made possible by an Association for people with physical disabilities. Stories of achievements, difficulties, and dreams, in a reflection process of what it is to be and to become an athlete. The narratives bring up the most varied possibilities of experiencing leisure, such as contemplating nature; being entertained; going out and drinking with friends; watching movies; cooking; barbecuing with the family; listening to music; traveling; dating; resting and doing nothing, besides training for the sport, doing physical therapy, and studying. It was observed that leisure possibilities outside the home are expanded and mediated by the Association for people with physical disabilities. The activities and social relationships promoted by the Association encouraged people with physical disabilities to go out more. The practice of sports means life for the athletes, they have the opportunity to (re)build their lives, they have the chance to be motivation for someone who still thinks they can't do anything, due to the prejudice that is the result of the disability rooted in society. Together with the NGO, families, especially mothers, form a stronger support and care network for people with disabilities. And the engagement to practice sports is the achievement of confidence to perform daily life activities in a more autonomous way, as well as the acquisition of physical strength and material goods, made possible the maintenance of physical and mental health balance, and the achievement of a profession, that of an athlete. The lack of accessibility was a unanimous finding during trips to competitions and to perform activities of daily living. The discourse of normality that treats a different body with inferiority, a capacitating discourse that limits the existence of people with disabilities, was also present in the narratives. We conclude that paralympic sports, promoted by an Association for people with disabilities, may be an entrance door to the leisure experiences of these people, it is a stimulus for them to leave home, get to know and experience the most diverse leisure possibilities. In addition to enabling people with disabilities to occupy spaces which, even today, are still designated to only one way of being, the one based on the biological "normality" standard, which segregates and rejects diversity.FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas GeraisporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Estudos do LazerUFMGBrasilEEFFTO - ESCOLA DE EDUCAÇÃO FISICA, FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONALEsportesEsportes para deficientesPessoas com deficiênciaLazerEsporte paralímpicoO lazer de atletas com deficiência física: “da casa para a rua”info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALDissertação - Renan J R Martins.pdfDissertação - Renan J R Martins.pdfapplication/pdf1845346https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/50628/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20-%20Renan%20J%20R%20Martins.pdf29f853fb27090ba3ed4d78a4ce06ccadMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/50628/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/506282023-03-03 10:44:10.191oai:repositorio.ufmg.br:1843/50628TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-03-03T13:44:10Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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