Efeito das experiências adversas na infância no comportamento de lactentes aos 18 meses
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/47262 https://orcid.org/0000-0002-4470-8700 |
Resumo: | Experiências Adversas na Infância (ACEs) são acontecimentos e/ou circunstâncias negativas, potencialmente traumáticas, vivenciadas antes dos 18 anos. Os efeitos das ACEs no comportamento de lactentes ainda são pouco estudados. Objetivo: Analisar o efeito das ACEs no comportamento aos 18 meses de lactentes nascidos em uma maternidade pública de referência para partos de alto risco. Métodos: Foram analisados os dados de uma coorte retrospectiva composta por 95 lactentes acompanhados ao longo de 18 meses no Ambulatório de Seguimento do Desenvolvimento do Recém-nascido de Alto Risco do Hospital Sofia Feldman. As características demográficas e socioeconômicas, condições perinatais, estresse parental, sintomas depressivos maternos, conflitos conjugais, exposição familiar ao uso abusivo de substâncias e violência na vizinhança foram utilizados para analisar os efeitos de 10 ACEs. Essas adversidades refletiram a exposição dos lactentes a problemas de saúde mental na família, disfunção familiar, pobreza e violência na vizinhança. O comportamento foi avaliado aos 18 meses por meio do questionário Preschool Pediatric Symptom Checklist (PPSC), que é parte integrante do SWYC (Survey of Well-being of Young Children). O efeito das ACEs no comportamento foi analisado por regressão linear múltipla, enquanto o tamanho do efeito foi analisado pelo d de Cohen. O efeito cumulativo das ACEs no comportamento foi analisado pelo teste de correlação de Spearman. Resultados: A maioria dos lactentes eram do sexo feminino (57%), prematuros (52,6%) e de baixo peso ao nascer (62,1%). Menos de 10% das mães eram adolescentes, a maioria estudou por mais de 8 anos (57,4%) e viviam em arranjos familiares nucleares (64,2%). A ACE mais prevalente foi a violência na vizinhança (59,1%), seguida por sintomas depressivos maternos (38,9%) e exposição ao uso abusivo de substâncias (32,6%). Cerca de 10% das famílias apresentaram triagem positiva para insegurança alimentar, 14% foram classificadas nos estratos socioeconômicos mais baixos (D-E) e cerca de 12% recebiam Bolsa Família. Em média os lactentes foram expostos a 2,4 ACEs, sendo que 42% deles foram expostos a 3 ou mais ACEs ao longo dos primeiros 18 meses de vida. O modelo final da análise multivariada mostrou que entre as ACEs, apenas a presença de sintomas depressivos maternos esteve associada a maior pontuação no PPSC (p<0,001), sendo capaz de explicar 14% da variação dos resultados no PPSC (r2=0,14), com tamanho de efeito grande (d=0,81). O teste de Spearman mostrou que a correlação entre o número de ACEs e a pontuação no PPSC foi positiva (r=0,29) e significativa (p=0,004). Conclusão: A presença de sintomas depressivos maternos afetou negativamente o comportamento de lactentes avaliados aos 18 meses. Além disso, foi observado um efeito cumulativo entre o número de ACEs e o comportamento dos lactentes. |
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As características demográficas e socioeconômicas, condições perinatais, estresse parental, sintomas depressivos maternos, conflitos conjugais, exposição familiar ao uso abusivo de substâncias e violência na vizinhança foram utilizados para analisar os efeitos de 10 ACEs. Essas adversidades refletiram a exposição dos lactentes a problemas de saúde mental na família, disfunção familiar, pobreza e violência na vizinhança. O comportamento foi avaliado aos 18 meses por meio do questionário Preschool Pediatric Symptom Checklist (PPSC), que é parte integrante do SWYC (Survey of Well-being of Young Children). O efeito das ACEs no comportamento foi analisado por regressão linear múltipla, enquanto o tamanho do efeito foi analisado pelo d de Cohen. O efeito cumulativo das ACEs no comportamento foi analisado pelo teste de correlação de Spearman. Resultados: A maioria dos lactentes eram do sexo feminino (57%), prematuros (52,6%) e de baixo peso ao nascer (62,1%). Menos de 10% das mães eram adolescentes, a maioria estudou por mais de 8 anos (57,4%) e viviam em arranjos familiares nucleares (64,2%). A ACE mais prevalente foi a violência na vizinhança (59,1%), seguida por sintomas depressivos maternos (38,9%) e exposição ao uso abusivo de substâncias (32,6%). Cerca de 10% das famílias apresentaram triagem positiva para insegurança alimentar, 14% foram classificadas nos estratos socioeconômicos mais baixos (D-E) e cerca de 12% recebiam Bolsa Família. Em média os lactentes foram expostos a 2,4 ACEs, sendo que 42% deles foram expostos a 3 ou mais ACEs ao longo dos primeiros 18 meses de vida. O modelo final da análise multivariada mostrou que entre as ACEs, apenas a presença de sintomas depressivos maternos esteve associada a maior pontuação no PPSC (p<0,001), sendo capaz de explicar 14% da variação dos resultados no PPSC (r2=0,14), com tamanho de efeito grande (d=0,81). O teste de Spearman mostrou que a correlação entre o número de ACEs e a pontuação no PPSC foi positiva (r=0,29) e significativa (p=0,004). Conclusão: A presença de sintomas depressivos maternos afetou negativamente o comportamento de lactentes avaliados aos 18 meses. Além disso, foi observado um efeito cumulativo entre o número de ACEs e o comportamento dos lactentes.Adverse Childhood Experiences (ACE) are negative, potentially traumatic events and/or circumstances experienced before age 18. The effects of ACEs on the behavior of infants are still poorly understood. Objective: To analyze the effect of ACEs on the behavior of 18-month-old infants born in a public maternity hospital that is a reference for high-risk deliveries. Methods: Data from a retrospective cohort composed of 95 infants followed up over 18 months at the Outpatient Clinic for Monitoring the Development of High-Risk Newborns at Sofia Feldman Hospital were analyzed. Data from sociodemographic and socioeconomic characteristics, perinatal conditions, parental stress, maternal depressive symptoms, marital conflicts, family exposure to substance abuse and violence in the neighborhood, obtained through standardized instruments, allowed the analysis of the effects of 10 ACE. Behavior was assessed at 18 months using the Preschool Pediatric Symptom Checklist (PPSC) questionnaire, part of the Survey of Well-being of Young Children (SWYC). The effect of ACE on behavior was analyzed by multiple linear regression, and Cohen's d evaluated the size effect of the association. The cumulative effect of ACE on behavior was evaluated using the Spearman correlation test. Results: Most infants were female (57%), premature (52.6%), and of low birth weight (62.1%). Less than 10% of mothers were teenagers, most studied for more than 8 years (57.4%), and lived in nuclear family arrangements (64.2%). The most prevalent ACE was violence in the neighborhood (59.1%), followed by maternal depressive symptoms (38.9%) and exposure to substance abuse (32.6%). About 10% of the families were screened positively for food insecurity, 14% were classified in the lowest socioeconomic level (D-E), and about 12% received Bolsa Família. On average, infants were exposed to 2.4 ACE, 42% were exposed to 3 or more ACE in the first 18 months of life. The final multivariate analysis model showed that among the 10 ACE analyzed, only the presence of maternal depressive symptoms was associated with a higher PPSC score (p<0.001). The final model explained 14% of the variation of results in PPSC (r2=0.14), with a large effect size (d=0.81). The Spearman test showed the correlation between the number of ACE and the PPSC score was positive (r=0.29) and significant (p=0.004). Conclusion: Maternal depressive symptoms negatively affected the behavior of infants evaluated at 18 months. In addition, a cumulative effect was observed between the number of ACEs and the behavior of infants.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Ciências da Saúde - Saúde da Criança e do AdolescenteUFMGBrasilMED - DEPARTAMENTO DE PEDIATRIAhttp://creativecommons.org/licenses/by/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessExperiências Adversas da InfânciaDepressãoComportamento InfantilSaúde MaternaExperiências adversas na infânciaComportamento infantilDepressãoSaúde maternaAdverse childhood experiencesDepressionChild behaviorMaternal healthEfeito das experiências adversas na infância no comportamento de lactentes aos 18 mesesEffect of adverse childhood experiences on the behavior of infants at 18 monthsinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALEfeito das Experiências Adversas na Infância no Comportamento de Lactentes aos 18 meses.pdfEfeito das Experiências Adversas na Infância no Comportamento de Lactentes aos 18 meses.pdfapplication/pdf3135794https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/47262/1/Efeito%20das%20Experi%c3%aancias%20Adversas%20na%20Inf%c3%a2ncia%20no%20Comportamento%20de%20Lactentes%20aos%2018%20meses.pdfced1bf92b55e57581963ec87c761f1a4MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8914https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/47262/2/license_rdff9944a358a0c32770bd9bed185bb5395MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/47262/3/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD531843/472622022-11-16 12:20:37.402oai:repositorio.ufmg.br:1843/47262TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-11-16T15:20:37Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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