Papel da neurogênese nos efeitos promnésicos do ambiente enriquecido sobre a memória social

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Brisa Marina de Meireles Monteiro
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8UAJFF
Resumo: A memória social pode ser definida como o conjunto de informações utilizadas para o reconhecimento de indivíduos da mesma espécie. Esta memória é essencial em muitas formas de interação social e pode ser modulada por fatores ambientais. Estudos prévios de nosso laboratório demonstraram que o isolamento social prejudica a persistência da memória social e o enriquecimento do ambiente previne esse déficit. Nossa hipótese é de que o efeito promnésico do ambiente enriquecido sobre a memória social dos animais isolados deve-se ao aumento da neurogênese. Para testarmos esta hipótese, realizamos testes comportamentais para a avaliação da memória social, da ansiedade e do olfato; imunofluorescência para co-marcação BrdU/NeuN; e bloqueio farmacológico da neurogênese através da administração do agente anti-mitótico AraC. Nossos resultados demonstraram que o isolamento social de 1 semana prejudicou a memória social de longa duração (MLD), mas não alterou a memória social de curta duração ou a ansiedade de camundongos SWISS. O ambiente enriquecido preveniu o déficit de MLD e aumentou a taxa de neurogênese na região do giro denteado (GD) do hipocampo dos animais isolados, comprovando parcialmente nossa hipótese. Interessantemente, o ambiente enriquecido também aumentou a neurogênese no GD dos animais mantidos em agrupamento social, o que provavelmente refletiu na maior persistência e estabilidade da MLD destes animais. Também analisamos a funcionalidade e a neurogênese no bulbo olfatório (BO). No teste de olfato, os animais isolados tiveram um pior desempenho que foi parcialmente recuperado pelo ambiente enriquecido, porém não observamos diferença entre estes grupos quanto à neurogênese. Interessantemente, observamos um aumento de neurônios novos na camada granular externa do BO de animais agrupados em ambiente enriquecido. No entanto, o ambiente enriquecido não alterou a performance dos animais agrupados na tarefa de olfato. O inibidor de neurogênese, AraC, diminuiu a proliferação celular nas camadas granulares do BO e no GD. Além disso, o AraC prejudicou a memória dos animais isolados em ambiente enriquecido e não alterou o olfato. Nossos resultados comprovam nossa hipótese inicial de que o ambiente enriquecido previne o déficit de MLD em animais isolados através da modulação da neurogênese. Além disso, demonstramos que o ambiente enriquecido com estímulos sociais e não sociais é capaz de aumentar a neurogênese no GD e no BO, além de aumentar a estabilidade e a persistência da memória social. Por fim, demonstramos que não existe uma relação direta entre o olfato, pelo menos medido pelo teste do chocolate, e a taxa de neurogênese no BO o que estimula a reavaliação do papel da neurogênese no olfato.
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Para testarmos esta hipótese, realizamos testes comportamentais para a avaliação da memória social, da ansiedade e do olfato; imunofluorescência para co-marcação BrdU/NeuN; e bloqueio farmacológico da neurogênese através da administração do agente anti-mitótico AraC. Nossos resultados demonstraram que o isolamento social de 1 semana prejudicou a memória social de longa duração (MLD), mas não alterou a memória social de curta duração ou a ansiedade de camundongos SWISS. O ambiente enriquecido preveniu o déficit de MLD e aumentou a taxa de neurogênese na região do giro denteado (GD) do hipocampo dos animais isolados, comprovando parcialmente nossa hipótese. Interessantemente, o ambiente enriquecido também aumentou a neurogênese no GD dos animais mantidos em agrupamento social, o que provavelmente refletiu na maior persistência e estabilidade da MLD destes animais. Também analisamos a funcionalidade e a neurogênese no bulbo olfatório (BO). No teste de olfato, os animais isolados tiveram um pior desempenho que foi parcialmente recuperado pelo ambiente enriquecido, porém não observamos diferença entre estes grupos quanto à neurogênese. Interessantemente, observamos um aumento de neurônios novos na camada granular externa do BO de animais agrupados em ambiente enriquecido. No entanto, o ambiente enriquecido não alterou a performance dos animais agrupados na tarefa de olfato. O inibidor de neurogênese, AraC, diminuiu a proliferação celular nas camadas granulares do BO e no GD. Além disso, o AraC prejudicou a memória dos animais isolados em ambiente enriquecido e não alterou o olfato. Nossos resultados comprovam nossa hipótese inicial de que o ambiente enriquecido previne o déficit de MLD em animais isolados através da modulação da neurogênese. Além disso, demonstramos que o ambiente enriquecido com estímulos sociais e não sociais é capaz de aumentar a neurogênese no GD e no BO, além de aumentar a estabilidade e a persistência da memória social. Por fim, demonstramos que não existe uma relação direta entre o olfato, pelo menos medido pelo teste do chocolate, e a taxa de neurogênese no BO o que estimula a reavaliação do papel da neurogênese no olfato.Social memory comprehends the information necessary to identify and recognize co-specifics. This kind of memory is essential in many forms of social interaction and is modulated by the environmental conditions. Previous studies from our laboratory showed that social isolation impairs the social memory persistence and that enriched environment (EE) prevents that deficit. Our working hypothesis is that the neurogenesis is the mechanism by wich EE exerts promnesic effects on social memory. To address this hypothesis we used behavioral tests to evaluate social memory, anxiety and olfaction; immunofluorescence to label BrdU/NeuN positive neurons and pharmacological blockade of neurogenesis through the administration of the anti-mitotic agent AraC. Our results showed that one week of social isolation impaired long-term social memory (S-LTM), but not social short-term memory or anxiety in SWISS mice. The EE prevented the S-LTM deficit and increased the neurogenesis in the dentate gyros (DG) of the hippocampus of social isolated mice, which partially confirm our hypothesis. Interestingly, the EE also increased the neurogenesis in the DG of group-housed mice, which probably allowed S-LTM to be more persistent and stable in those mice. We also analyzed the functionality and the neurogenesis in the olfactory bulb (OB). In the olfactory behavioral test, named buried-food finding test, the social isolated mice have a worse performance that was partially recover by the EE, though we did not find difference between groups in the neurogenesis. Interestingly, we observed more new neurons in the external granular layer of the OB in the grouped-house mice maintained in the EE. However, the EE did not change the performance of these mice in the olfactory behavioral test. The AraC decreased the cellular proliferation in both granular layers of the OB and also in the DG. Furthermore, AraC impaired S-LTM, but not the olfaction. Taken together, our results confirm our hypothesis that the EE prevents the S-LTM deifict of social isolated mice by increasing neurogenesis. In addition, we showed that the somatory of the EE and social stimulus increases neurogenesis in the DG and OB, and also improves the social memory persistence and stability. Finally, our results indicate that there are no direct relation between olfaction, at least measured in the buried food-finding test, and the neurogenesis in the OB, wich arouses the reassessment of the neurogenesis role on olfaction.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGFarmacologiaFisiologiaIsolamento SocialAmbiente EnriquecidoNeurogêneseMemória SocialPapel da neurogênese nos efeitos promnésicos do ambiente enriquecido sobre a memória socialinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdissertacao_final_brisa.pdfapplication/pdf3498359https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8UAJFF/1/dissertacao_final_brisa.pdfadead1658a95dd34f11962c004e3ab3fMD51TEXTdissertacao_final_brisa.pdf.txtdissertacao_final_brisa.pdf.txtExtracted texttext/plain168649https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8UAJFF/2/dissertacao_final_brisa.pdf.txt4af4f2bc23b074b2c388670a7a29ad8bMD521843/BUOS-8UAJFF2019-11-14 20:57:59.042oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-8UAJFFRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T23:57:59Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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