Homens em análise : destinos do falo e travessias da virilidade na psicanálise lacaniana
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/45646 https://orcid.org/ 0000-0002-4253-8154 |
Resumo: | Neste trabalho, tecido sobre o pano de fundo de uma interface da psicanálise lacaniana com os saberes contemporâneos sobre gênero, raça e sexualidade, buscamos discutir alguns dos destinos que uma experiência de análise oferece ao falo e à virilidade por meio do estudo de casos clínicos e relatos de passe de homens que atravessaram essa experiência. Como ponto de partida, formulamos a noção de uma virilidade cômica, isto é, um modo específico de dar corpo à masculinidade pautada por uma ostentação viril que nega sua própria castração e recusa a feminilidade, fazendo um semblante da posse do falo ali onde um sujeito, no fundo, sabe que não o detém. Buscando localizar as coordenadas subjetivas que subjazem a essa posição do “macho”, desdobramos o lugar da degradação do objeto na vida amorosa dos homens, bem como a (não-)relação entre falo e pênis, que aqui propusemos nomear como uma discordância indexada. Ao longo do percurso, utilizamos passagens de casos freudianos relidos por Lacan – o pequeno Hans, o Homem dos Ratos, o Homem dos Lobos –, assim como casos clínicos produzidos pela literatura lacaniana – o paciente de Ella Sharpe, o paciente impotente de Lacan, os relatos de passe de Jésus Santiago e de Bernardino Horne, entre outros –, a fim de recolher elementos que nos permitam pensar as masculinidades na clínica psicanalítica. Ao final, investigamos a formulação de Jacques-Alain Miller segundo a qual a virilidade tem uma estrutura de fantasia, articulando a construção da fantasia à lógica da sexuação. Como saldo desse percurso, orientados por duas concepções de final de análise fornecidas pela obra de Jacques Lacan (a desidentificação ao falo e a travessia da fantasia), pudemos situar da seguinte forma alguns dos efeitos de uma análise sobre a experiência da masculinidade. Da perspectiva da desidentificação ao falo, o percurso de uma análise permitiria a um sujeito fazer o luto de ser o falo que completa o Outro, consentindo com a barra que marca a incompletude – ou mesmo a inexistência – desse Outro e se autorizando a assumir a dimensão esburacada do desejo, sem precisar subscrever aos imperativos da virilidade ou aos roteiros da cis-heteronormatividade. Da perspectiva da travessia da fantasia, por sua vez, a operação de uma análise conduziria um ser falante a acessar o modo como interpretou seu lugar como objeto diante do Outro e a forma como respondeu a isso em sua empreitada de tornar-se sujeito, franqueando um processo de dessubjetivação mediante o esvaziamento da consistência imaginária do objeto. Ao fazê-lo, uma análise permitiria a um analisante parar de aspirar à virilidade, abrindo caminho para autorizar-se do feminino que o atravessa à sua maneira. Nesse sentido, a travessia da fantasia pode ser considerada como uma operação de desmontagem do engodo viril, uma vez que, por meio dessa travessia, um sujeito é levado a reconhecer a estrutura de semblante da própria virilidade, franqueando-lhe a possibilidade de consentir com a sua castração e, eventualmente, abrir-se a um Outro gozo mais além do falo, que se permite ser atravessado por algo do furo. |
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Gilson de Paulo Moreira Ianninihttp://lattes.cnpq.br/2758348799133801Marcus André VieiraJésus SantiagoGuilherme Massara Rochahttp://lattes.cnpq.br/2932481213382246Vinícius Moreira Lima2022-09-27T22:05:47Z2022-09-27T22:05:47Z2022-06-24http://hdl.handle.net/1843/45646https://orcid.org/ 0000-0002-4253-8154Neste trabalho, tecido sobre o pano de fundo de uma interface da psicanálise lacaniana com os saberes contemporâneos sobre gênero, raça e sexualidade, buscamos discutir alguns dos destinos que uma experiência de análise oferece ao falo e à virilidade por meio do estudo de casos clínicos e relatos de passe de homens que atravessaram essa experiência. Como ponto de partida, formulamos a noção de uma virilidade cômica, isto é, um modo específico de dar corpo à masculinidade pautada por uma ostentação viril que nega sua própria castração e recusa a feminilidade, fazendo um semblante da posse do falo ali onde um sujeito, no fundo, sabe que não o detém. Buscando localizar as coordenadas subjetivas que subjazem a essa posição do “macho”, desdobramos o lugar da degradação do objeto na vida amorosa dos homens, bem como a (não-)relação entre falo e pênis, que aqui propusemos nomear como uma discordância indexada. Ao longo do percurso, utilizamos passagens de casos freudianos relidos por Lacan – o pequeno Hans, o Homem dos Ratos, o Homem dos Lobos –, assim como casos clínicos produzidos pela literatura lacaniana – o paciente de Ella Sharpe, o paciente impotente de Lacan, os relatos de passe de Jésus Santiago e de Bernardino Horne, entre outros –, a fim de recolher elementos que nos permitam pensar as masculinidades na clínica psicanalítica. Ao final, investigamos a formulação de Jacques-Alain Miller segundo a qual a virilidade tem uma estrutura de fantasia, articulando a construção da fantasia à lógica da sexuação. Como saldo desse percurso, orientados por duas concepções de final de análise fornecidas pela obra de Jacques Lacan (a desidentificação ao falo e a travessia da fantasia), pudemos situar da seguinte forma alguns dos efeitos de uma análise sobre a experiência da masculinidade. Da perspectiva da desidentificação ao falo, o percurso de uma análise permitiria a um sujeito fazer o luto de ser o falo que completa o Outro, consentindo com a barra que marca a incompletude – ou mesmo a inexistência – desse Outro e se autorizando a assumir a dimensão esburacada do desejo, sem precisar subscrever aos imperativos da virilidade ou aos roteiros da cis-heteronormatividade. Da perspectiva da travessia da fantasia, por sua vez, a operação de uma análise conduziria um ser falante a acessar o modo como interpretou seu lugar como objeto diante do Outro e a forma como respondeu a isso em sua empreitada de tornar-se sujeito, franqueando um processo de dessubjetivação mediante o esvaziamento da consistência imaginária do objeto. Ao fazê-lo, uma análise permitiria a um analisante parar de aspirar à virilidade, abrindo caminho para autorizar-se do feminino que o atravessa à sua maneira. Nesse sentido, a travessia da fantasia pode ser considerada como uma operação de desmontagem do engodo viril, uma vez que, por meio dessa travessia, um sujeito é levado a reconhecer a estrutura de semblante da própria virilidade, franqueando-lhe a possibilidade de consentir com a sua castração e, eventualmente, abrir-se a um Outro gozo mais além do falo, que se permite ser atravessado por algo do furo.In this work, written upon the background of an interface between Lacanian psychoanalysis and contemporary knowledge about gender, race and sexuality, we seek to discuss some of the destinations that an analytical experience can offer to the phallus and virility through the study of clinical cases and the testimonies of the pass of men who went through this experience. As a starting point, we formulate the notion of a comic virility, that is, a specific way of embodying masculinity guided by a virile ostentation that denies its own castration and refuses femininity, making a semblance of the possession of the phallus while the subject, deep down, knows he doesn't have it. Seeking to locate the subjective coordinates that underlie the position of the “male”, we investigate the place of the degradation of the object in the love life of men, as well as the (non-)relationship between the phallus and the penis, which we propose to name here as an indexed disagreement. Along the way, we use passages from Freudian cases reread by Lacan – Little Hans, the Rat Man, the Wolf Man – as well as clinical cases produced by Lacanian literature – Ella Sharpe's patient, Lacan's impotent patient, the testimonies of the pass by Jésus Santiago and Bernardino Horne, among others – in order to gather elements that allow us to think about masculinities in the psychoanalytic clinic. Finally, we investigate Jacques-Alain Miller's formulation according to which virility has a fantasy structure, linking the construction of fantasy to the logic of sexuation. As a result, guided by two conceptions of the end of analysis provided by the work of Jacques Lacan (the disidentification to the phallus and the traversal of the fantasy), we were able to place some of the effects of an analysis on the experience of masculinity in the following way. From the perspective of disidentification to the phallus, the course of an analysis would allow a subject to mourn being the phallus that completes the Other, consenting to the bar that marks the incompleteness - or even the non-existence - of this Other and authorizing himself to assume the potholed dimension of desire, without having to subscribe to the imperatives of virility or to the scripts of cis-heteronormativity. From the perspective of the traversal of the fantasy, the operation of an analysis would lead a speaking being to access the way in which he interpreted his place as an object before the Other and the way in which he responded to this in his endeavor to become a subject, opening up a process of desubjectivation through the emptying of the object's imaginary consistency. In doing so, an analysis would allow an analysant to stop aspiring to virility and to be able to say yes to femininity, that is, to authorize himself of the feminine that traverses him in its own way. In this sense, the traversal of the fantasy can be considered as an operation that dismantles the virile decoy, since, through this traversing, a subject is led to recognize the structure of semblance of virility itself, giving him the possibility to consent to castration and, eventually, to access an Other jouissance beyond the phallus, by allowing himself to be traversed by something of the hole.CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em PsicologiaUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIAMasculinidadeVirilidadeFaloCastraçãoFeminilidadeHomens em análise : destinos do falo e travessias da virilidade na psicanálise lacanianaMen in analysis : destinies of the phallus and traversals of virility in Lacanian psychoanalysisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALHomens em análise - destinos do falo e travessias da virilidade na psicanálise lacaniana.pdfHomens em análise - destinos do falo e travessias da virilidade na psicanálise lacaniana.pdfapplication/pdf2210797https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/45646/1/Homens%20em%20an%c3%a1lise%20-%20destinos%20do%20falo%20e%20travessias%20da%20virilidade%20na%20psican%c3%a1lise%20lacaniana.pdf653ca1b0acfbd0b3ec4b597883b1cce4MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/45646/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/456462022-09-27 19:05:47.586oai:repositorio.ufmg.br:1843/45646TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-09-27T22:05:47Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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