Lugar e geograficidade: geografias atravessadas no mundo vivido de Tibau (RN)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Raquel Cunha Paiva
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/61509
https://orcid.org/0000-0001-9961-3568
Resumo: O espaço é existencial. É intrínseco à experiência de vida do ser humano, que tem com a Terra uma profunda relação que constitui sua geograficidade. Geograficidade e lugar fazem parte da vivência cotidiana das sociedades que se adaptam às circunstâncias que o ser situado se abriga, e passa a atribuir significados a certos espaços que constituem identidades, memórias, histórias e lugares de vida. Com o passar do tempo, os espaços vão sofrendo modificações que realinham as dinâmicas e os significados simbólicos dos lugares. Os fenômenos espaciais atravessam os sentidos e a existência humana. Em Tibau, município litorâneo do Rio Grande do Norte, antiga vila de pescadores, os fenômenos relacionados ao lazer, à maritimidade e à institucionalização do modo de vida urbano atravessaram a geografia existencial do seu mundo vivido. Possui o maior índice de vilegiatura do Nordeste, que é a relação entre residências ocasionais e residências fixas. A vilegiatura se consolidou a partir de casas de praia destinadas ao lazer de uma população abastada de Mossoró, município vizinho. Com a crescente demanda de infraestrutura para realização das práticas de lazer, a vila de Tibau foi sendo urbanizada, municipalizou-se a partir da justificativa de potencialidade turística e hoje enfrenta diversas dinâmicas de uma cidade urbana, como gentrificação, especulação imobiliária, degradação ambiental, turistificação e apagamento da cultura e modo de vida local. Nesse sentido, o que instiga a pesquisa é: o que pensam os moradores, autóctones, sobre esses fenômenos? Quais são os lugares que constituem a geograficidade de Tibau? A partir do método fenomenológico, que busca refletir sobre as relações do ser-no-mundo, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 20 moradores de Tibau, que apontaram as diversas mudanças no modo de vida em um curto período de tempo e as dificuldade de manter as vivências nos lugares compartilhados antigamente. No discurso intersubjetivo dos entrevistados, foram destacados oito lugares: Morros de Areia Colorida, Vertente, Pedra do Chapéu, Praia, Brisa, Centro de Artesanato, Gancho e Igreja Santa Terezinha, que constituem a cartografia de lugares, um potencial instrumento de reivindicação social e política para garantir a permanência da identidade e dos lugares de vida dos tibauenses. Os lugares simbólicos que fazem parte do imaginário dos tibauenses, foram fortemente afetados pelos fenômenos que atravessam Tibau, causando insatisfações por parte dos moradores pelas problemáticas trazidas nas práticas do lazer no município.
id UFMG_657b34b6bba1f5be318abe09e5973130
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/61509
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling José Antônio Souza de Deushttp://lattes.cnpq.br/0247416764904932Altair Sancho Pivoto dos SantosWeber SoaresTiago Vieira Cavalcantehttp://lattes.cnpq.br/2573909396859412Raquel Cunha Paiva2023-11-29T16:09:11Z2023-11-29T16:09:11Z2023-08-11http://hdl.handle.net/1843/61509https://orcid.org/0000-0001-9961-3568O espaço é existencial. É intrínseco à experiência de vida do ser humano, que tem com a Terra uma profunda relação que constitui sua geograficidade. Geograficidade e lugar fazem parte da vivência cotidiana das sociedades que se adaptam às circunstâncias que o ser situado se abriga, e passa a atribuir significados a certos espaços que constituem identidades, memórias, histórias e lugares de vida. Com o passar do tempo, os espaços vão sofrendo modificações que realinham as dinâmicas e os significados simbólicos dos lugares. Os fenômenos espaciais atravessam os sentidos e a existência humana. Em Tibau, município litorâneo do Rio Grande do Norte, antiga vila de pescadores, os fenômenos relacionados ao lazer, à maritimidade e à institucionalização do modo de vida urbano atravessaram a geografia existencial do seu mundo vivido. Possui o maior índice de vilegiatura do Nordeste, que é a relação entre residências ocasionais e residências fixas. A vilegiatura se consolidou a partir de casas de praia destinadas ao lazer de uma população abastada de Mossoró, município vizinho. Com a crescente demanda de infraestrutura para realização das práticas de lazer, a vila de Tibau foi sendo urbanizada, municipalizou-se a partir da justificativa de potencialidade turística e hoje enfrenta diversas dinâmicas de uma cidade urbana, como gentrificação, especulação imobiliária, degradação ambiental, turistificação e apagamento da cultura e modo de vida local. Nesse sentido, o que instiga a pesquisa é: o que pensam os moradores, autóctones, sobre esses fenômenos? Quais são os lugares que constituem a geograficidade de Tibau? A partir do método fenomenológico, que busca refletir sobre as relações do ser-no-mundo, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 20 moradores de Tibau, que apontaram as diversas mudanças no modo de vida em um curto período de tempo e as dificuldade de manter as vivências nos lugares compartilhados antigamente. No discurso intersubjetivo dos entrevistados, foram destacados oito lugares: Morros de Areia Colorida, Vertente, Pedra do Chapéu, Praia, Brisa, Centro de Artesanato, Gancho e Igreja Santa Terezinha, que constituem a cartografia de lugares, um potencial instrumento de reivindicação social e política para garantir a permanência da identidade e dos lugares de vida dos tibauenses. Os lugares simbólicos que fazem parte do imaginário dos tibauenses, foram fortemente afetados pelos fenômenos que atravessam Tibau, causando insatisfações por parte dos moradores pelas problemáticas trazidas nas práticas do lazer no município.Space is existential. It is intrinsic to the human being’s life experience, which has a deep relationship with the Earth that constitutes its geographicity. Geographicity and place are part of the daily experience of societies that adapt to the circumstances that the situated being shelters, and starts to attribute meanings to certain spaces that constitute identities, memories, histories and places of life. Over time, spaces undergo changes that realign the dynamics and symbolic meanings of places. Spatial phenomena cross the senses and human existence. In Tibau, on the coast of Rio Grande do Norte, an old fishing village, phenomena related to leisure, maritimity and the institutionalization of the urban way of life crossed the existential geography of his lived world. It has the highest index of vocation rentals in the Northeast, which is the ratio between occasional residences and permanent residences. The villeggiature was consolidated from beach houses destined for the leisure of a wealthy population of Mossoró, neighboring municipality. With the growing demand for infrastructure to carry out leisure practices, the village of Tibau was being urbanized, it became municipalized based on the justification of tourist potential and today it faces several dynamics of an urban city, such as gentrification, real estate speculation, environmental degradation, touristification and erasure of the local culture and way of life. In this sense, that instigates the research is: what do the native residents think about these phenomena? What are the places that make up the geographicity of Tibau? Based on the phenomenological method, which seeks to reflect on the relationships of being-in-the-world, semi-structured interviews were carried out with 20 residents of Tibau, who pointed out the various changes in their way of life in a short period of time and the difficulty of maintaining their experiences in formerly shared places. In the intersubjective discoursed of the interviewees, eight places were highlighted: Morros de Areia Colorida, Vertente, Pedra do Chapéu, Praia, Brisa, Centro de Artesanato, Gancho and Igreja Santa Terezinha, which constitute the cartography of places, a potential instrument of social claim and policy to ensure the permanence of the identity and places of life of Tibau’s population. The symbolic places that are part of the imaginary of Tibau’s people, were strongly affected by the phenomena that cross Tibau, causing dissatisfaction on the part of residents due to the problems brought in the practices of leisure in the municipality.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em GeografiaUFMGBrasilIGC - DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIAhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessGeografia humanaTurismo – Tibau (RN)Espaço geográficoLugarTibauGeograficidadeVilegiaturaMaritimidadeLugar e geograficidade: geografias atravessadas no mundo vivido de Tibau (RN)Place and geographicity: geographies traversed in the lived world of Tibau (RN)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALRaquel_Cunha_Lugar e Geograficidade.pdfRaquel_Cunha_Lugar e Geograficidade.pdfapplication/pdf12173344https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/61509/1/Raquel_Cunha_Lugar%20e%20Geograficidade.pdf481ee481ad7b8de77a46d62a0378b881MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/61509/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/61509/3/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD531843/615092023-11-29 13:09:12.369oai:repositorio.ufmg.br:1843/61509TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-11-29T16:09:12Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Lugar e geograficidade: geografias atravessadas no mundo vivido de Tibau (RN)
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv Place and geographicity: geographies traversed in the lived world of Tibau (RN)
title Lugar e geograficidade: geografias atravessadas no mundo vivido de Tibau (RN)
spellingShingle Lugar e geograficidade: geografias atravessadas no mundo vivido de Tibau (RN)
Raquel Cunha Paiva
Lugar
Tibau
Geograficidade
Vilegiatura
Maritimidade
Geografia humana
Turismo – Tibau (RN)
Espaço geográfico
title_short Lugar e geograficidade: geografias atravessadas no mundo vivido de Tibau (RN)
title_full Lugar e geograficidade: geografias atravessadas no mundo vivido de Tibau (RN)
title_fullStr Lugar e geograficidade: geografias atravessadas no mundo vivido de Tibau (RN)
title_full_unstemmed Lugar e geograficidade: geografias atravessadas no mundo vivido de Tibau (RN)
title_sort Lugar e geograficidade: geografias atravessadas no mundo vivido de Tibau (RN)
author Raquel Cunha Paiva
author_facet Raquel Cunha Paiva
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv José Antônio Souza de Deus
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/0247416764904932
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Altair Sancho Pivoto dos Santos
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Weber Soares
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Tiago Vieira Cavalcante
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/2573909396859412
dc.contributor.author.fl_str_mv Raquel Cunha Paiva
contributor_str_mv José Antônio Souza de Deus
Altair Sancho Pivoto dos Santos
Weber Soares
Tiago Vieira Cavalcante
dc.subject.por.fl_str_mv Lugar
Tibau
Geograficidade
Vilegiatura
Maritimidade
topic Lugar
Tibau
Geograficidade
Vilegiatura
Maritimidade
Geografia humana
Turismo – Tibau (RN)
Espaço geográfico
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Geografia humana
Turismo – Tibau (RN)
Espaço geográfico
description O espaço é existencial. É intrínseco à experiência de vida do ser humano, que tem com a Terra uma profunda relação que constitui sua geograficidade. Geograficidade e lugar fazem parte da vivência cotidiana das sociedades que se adaptam às circunstâncias que o ser situado se abriga, e passa a atribuir significados a certos espaços que constituem identidades, memórias, histórias e lugares de vida. Com o passar do tempo, os espaços vão sofrendo modificações que realinham as dinâmicas e os significados simbólicos dos lugares. Os fenômenos espaciais atravessam os sentidos e a existência humana. Em Tibau, município litorâneo do Rio Grande do Norte, antiga vila de pescadores, os fenômenos relacionados ao lazer, à maritimidade e à institucionalização do modo de vida urbano atravessaram a geografia existencial do seu mundo vivido. Possui o maior índice de vilegiatura do Nordeste, que é a relação entre residências ocasionais e residências fixas. A vilegiatura se consolidou a partir de casas de praia destinadas ao lazer de uma população abastada de Mossoró, município vizinho. Com a crescente demanda de infraestrutura para realização das práticas de lazer, a vila de Tibau foi sendo urbanizada, municipalizou-se a partir da justificativa de potencialidade turística e hoje enfrenta diversas dinâmicas de uma cidade urbana, como gentrificação, especulação imobiliária, degradação ambiental, turistificação e apagamento da cultura e modo de vida local. Nesse sentido, o que instiga a pesquisa é: o que pensam os moradores, autóctones, sobre esses fenômenos? Quais são os lugares que constituem a geograficidade de Tibau? A partir do método fenomenológico, que busca refletir sobre as relações do ser-no-mundo, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 20 moradores de Tibau, que apontaram as diversas mudanças no modo de vida em um curto período de tempo e as dificuldade de manter as vivências nos lugares compartilhados antigamente. No discurso intersubjetivo dos entrevistados, foram destacados oito lugares: Morros de Areia Colorida, Vertente, Pedra do Chapéu, Praia, Brisa, Centro de Artesanato, Gancho e Igreja Santa Terezinha, que constituem a cartografia de lugares, um potencial instrumento de reivindicação social e política para garantir a permanência da identidade e dos lugares de vida dos tibauenses. Os lugares simbólicos que fazem parte do imaginário dos tibauenses, foram fortemente afetados pelos fenômenos que atravessam Tibau, causando insatisfações por parte dos moradores pelas problemáticas trazidas nas práticas do lazer no município.
publishDate 2023
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-11-29T16:09:11Z
dc.date.available.fl_str_mv 2023-11-29T16:09:11Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2023-08-11
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/61509
dc.identifier.orcid.pt_BR.fl_str_mv https://orcid.org/0000-0001-9961-3568
url http://hdl.handle.net/1843/61509
https://orcid.org/0000-0001-9961-3568
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Geografia
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv IGC - DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/61509/1/Raquel_Cunha_Lugar%20e%20Geograficidade.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/61509/2/license_rdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/61509/3/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 481ee481ad7b8de77a46d62a0378b881
cfd6801dba008cb6adbd9838b81582ab
cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589198744125440