Morfogênese do relevo de chapadas no divisor hidrográfico entre as bacias do Tocantins/Araguaia com o São Francisco

• Autor(a) principal: Thaís Aparecida Silva
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B7KPKJ
• topic: Incisão fluvial; Evolução do relevo; Captura fluvial; Gradiente hidráulico; Relevo; Morfogênese; Geomorfologia; Bacias hidrográficas Brasil

O relevo é a resultante da interação entre as forças endógenas que criam formas, e as forças exógenas que promovem o desgaste dessas formas. Nesse sentido os rios enquanto agentes erosivos são um dos principais mecanismos na esculturação do relevo continental. O objetivo da pesquisa foi compreender a morfogênese do divisor hidrográfico entre a bacia do Tocantins com a do São Francisco, área rica em geoformas do tipo chapadas A hipótese inicial define que a bacia do Tocantins (sub-bacia do Paranã) é mais agressiva, em termos erosivos, do que a do São Francisco. Assim, o degrau no relevo que configura o divisor hidrográfico tende recuar no sentido de oeste para leste. O resultado deste recuo lateral das escarpas são os relevos residuais que demarcam antigas linhas de frente das chapadas. A pesquisa se apoiou em três etapas: (i) levantamento de materiais e bibliografia da área de estudo e sobre o tema, (ii) procedimentos técnicos-operacionais, executados em gabinete a partir da geração de dados de sensoriamento remoto e geoprocessamento (geração do Modelo Digital do Terreno; perfis topográficos regionais; compartimentação geomorfológica; mapeamentos dos relevos residuais; perfis longitudinais dos principais canais; aplicação do Índice de Hack), (iii) procedimentos de campo, observações e registros fotográficos. Os resultados mostram que a sub-bacia do Paranã é influenciada pelas estruturas, que conferem maior energia a seus canais. Quanto ao poder erosivo dos afluentes do rio Paranã que drenam o divisor, estes são favorecidos, energicamente, pela manutenção de gradiente hidráulico mais elevado. Na bacia do São Francisco os afluentes que drenam o divisor mostram energia semelhante ou menor que os afluentes do Paranã. Quanto à incisão fluvial, os afluentes do São Francisco se comportam de maneira distinta: a agressividade da incisão aumenta de norte em direção ao sul, devido a estruturas e ao gradiente hidráulico. Atrelado a isso, a descontinuidade das chapadas aumenta também de norte a sul. Quanto a evolução do relevo regional, acredita-se que a unidade das Chapada ocupava uma área maior que atual, com a instalação da rede de drenagem, a incisão fluvial entalhou esta unidade, de forma mais agressiva na sub-bacia do Paranã, devido influência estrutural, alcançando as rochas carbonáticas de forma mais rápida, contribuindo assim, para abertura da depressão do Paranã. Já na bacia do São Francisco, a pouca influência estrutural no norte da área somada a extensão dos canais conferiu uma incisão mais lenta. Diferente da região centro-sul, onde as estruturas, a neotectônica e o gradiente hidráulico controlam a incisão.