Formação artística: tensões entre aprendizado informal e abordagens escolares

• Autor(a) principal: Sergio Roberto Vaz Ferrerira
• Data de Publicação: 2014
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9NBLF3
• topic: Formação do professor; Cultura; Arte; Imagem; Educação; Arte Estudo e ensino ; Arte e educação ; Cultura; Professores Formação

Esta pesquisa investigou a prática da leitura de imagens de Arte por 17 estudantes do 3º ciclo do ensino fundamental de uma escola municipal do município de Contagem, Minas Gerais. Objetivou-se verificar a relação entre a concepção dos alunos sobre Arte, a sua bagagem de conhecimentos artísticos adquiridos informalmente e o ensino de Arte na escola em questão. Com esse fim, além de pesquisa teórica, foi realizada uma entrevista semiestruturada com cada um dos sujeitos, seguida da apreciação livre de duas reproduções de obras de arte e da produção de um desenho ligado ao tema da entrevista. Através dos dados colhidos nesse processo, buscou-se inferir sobre a visão dos entrevistados sobre Arte, artista e obra. Paralelamente, foi feito um mapeamento do espaço escolar, bem como dos conteúdos tratados nas aulas de Arte da escola e do modo como a comunidade escolar tratava a Arte seja como conteúdo curricular ou como algo presente na cultura da comunidade que abriga a escola e seus alunos. A perspectiva do pesquisador o olhar lançado sobre o contexto estudado foi definida a partir do conceito de experiência próxima e experiência distante de Geertz (2008). O estudo das narrativas decorrentes das entrevistas e dos desenhos produzidos, a análise dos dados colhidos na pesquisa de campo e suas implicações no ensino e aprendizagem de Arte na escola apoiaram-se nas concepções de Aguirre (1996, 2007, 2008a, 2008b) sobre ensino de Arte. A definição do papel da Arte na escola teve como suporte as contribuições de Dewey (1980), Rorty (1989), Efland (2003) e Barbosa (1988, 1990, 2002, 2003, 2005, 2008), que, em momentos distintos da educação e da sociedade, representaram novos horizontes para o ensino de Arte. O conceito de narrativa que, para Aguirre, acontece no momento em que o aluno fala de sua experiência com a obra/imagem, encontrou justificativa nos textos sobre a figura do narrador, de Benjamin (1994) e na construção dos atos de fala de Bakhtin (2000). Permearam todas as discussões e considerações as teorias de Berger (1972) sobre a relação entre indivíduo e imagem, aspectos da fruição em Didi- Huberman (2013) e a definição de modernidade de Bauman (2001) e Parsons (1974). Esta investigação se configura como um estudo de caso, por definição qualitativa, que pretende ser referência para futuros pesquisadores das teorias e práticas estudadas. Almeja, ainda, inserir-se na discussão sobre um currículo de ensino de Arte que conceba a diversidade e a fluidez da sociedade e culturas contemporâneas, flexibilizando a condução das experiências e reconhecendo seu público como foco central do processo educativo, ancorado nas reflexões sobre o Currículo Narrativo de Goodson (2007).