Eficácia e segurança do treinamento intervalado de alta intensidade em pacientes com insuficiência cardíaca

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lílian Pereira Verardo
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-APWPQG
Resumo: Reabilitação Cardíaca (RC) melhora a resposta fisiológica ao exercício, aumenta à capacidade funcional (CF), a atividades de vida diária e a qualidade de vida em pacientes com insuficiência cardíaca (IC). O treinamento contínuo de moderada intensidade (TCMI) é o tipo de exercício mais utilizado para essa população com resultados positivos descritos na literatura. Atualmente, o treinamento intervalado de alta intensidade (TIAI) tem sido usado; porém, considerando que os efeitos sobre a CF e segurança para pacientes com IC ainda são controversos, o presente estudo teve como objetivo investigar essa questão. Para tal foram desenvolvidos dois estudos. O primeiro estudo é um piloto de um ensaio clínico aleatorizado, com avaliadores cegos, e com dois braços paralelos: TIAI versus TCMI. Pacientes com IC (NYHA I, II e III), encaminhados à RC foram randomizados para TCMI (intensidade entre 50 e 80% da Frequência Cardíaca de Reserva (FCR) durante 30 minutos continuamente) ou para TIAI (também durante 30 minutos de treino intervalado: 30 segundos em 80% a 90% da FCR seguido por 30 segundos de repouso). Ambos os grupos treinaram três vezes por semana, durante 60 minutos por dia (considerando aquecimento e desaquecimento). O Incremental Shuttle Walk Test (ISWT), O Duke Activity Status Index (DASI) e o questionário Minnesota Living with Heart Failure Questionniare (MLHFQ) foram aplicados antes e após três meses de RC. Foi realizada análise descritiva para as variáveis estudadas (capacidade funcional, atividade física e qualidade de vida). O cálculo amostral para o piloto indicou necessidade de 5 pacientes em cada grupo. 10 pacientes foram incluídos até o momento, e 6 (5 homens) que concluíram o protocolo apresentaram média de idade de 69,17±7,3 anos e FEVE de 37%±6,9%. Ambos os grupos apresentaram melhora nos aspectos analisados, mesmo sem valor estatístico. A adesão teve uma média de 87,5% para ambos os grupos. Em geral todos os pacientes envolvidos no estudo tiveram respostas positivas nas variáveis estudas e nenhum evento adverso durante o treinamento foi identificado. Embora preliminares, os achados indicam boa aceitação. O segundo estudo e principal, uma revisão sistemática, incluiu ensaios clínicos aleatorizados (ECA) das bases de dados MEDLINE, EMBASE, CINAHL e Web of Science que compararam o TIAI e o TCMI em pacientes com IC. Os desfechos avaliados foram consumo de oxigênio, parâmetros de ecocardiografia e qualidade de vida. Dois autores selecionaram os estudos independentemente, avaliaram a qualidade dos ensaios e extraíram os dados. O software RevMan® foi utilizado para análise de dados com base no modelo de efeito fixo nos casos em que houve uma heterogeneidade substancial (valor de I2 menor que 50%), para os outros casos foi utilizado um modelo de efeitos aleatórios. Variáveis contínuas foram expressas como diferenças médias (DM) com intervalos de confiança (IC) de 95%. A análise de subgrupos foi realizada em relação à frequência, duração e intensidade de treinamento. Foram incluídos cinco ECA envolvendo 165 participantes. Todos os estudos avaliaram o consumo de oxigênio no pico de esforço (VO2 pico) e quatro avaliaram o consumo de oxigênio no primeiro limiar ventilatório (VT1). Houve diferença significativa para o VO2 no VT1 a favor dos protocolos de TIAI com mais de 30 minutos de exercício aeróbio (Média 1,25, IC95% [0,48;2,01], p=0,001) e para os protocolos de treinamento longo (Média 1,50, IC95% [0,60;2,40], p=0,001). Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa nos subgrupos para o VO2 pico (Média 1,71, IC95% [-0,61;4,03], p=0,15). Três estudos avaliaram os resultados do ecocardiograma (Média 1,88, IC95% [2,98;6,75], p=0,45 e Média 0,35, IC95% [1,91;2,61], p=0,76), para relação E/A ratio (tempo de enchimento) e E/E' (pressão de enchimento) e a FEVE (fração de ejeção do ventrículo esquerdo), respectivamente. Apenas dois estudos avaliaram a qualidade de vida (Média 7,39, IC95% [17,89;3,11], p=0,17 para SF36 e Média 4,20, IC95% [6,76;15,17], p=0,45) para MLHFQ, sem diferença entre os grupos. A maioria dos estudos mostrou I2 inferior a 50%. Em geral, a revisão indicou que comparado ao TCMI, o TIAI tem efeitos positivos, com melhora na capacidade funcional a nível submáximo, embora não superiores para os parâmetros de ecocardiograma e a qualidade de vida. Além disso, o TIAI realizado por mais de 30 minutos e que utilizou protocolos de intervalo longo superou o TCMI em relação ao aumento do VO2 em VT1. O número de estudos foi a principal limitação desse estudo.
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Pacientes com IC (NYHA I, II e III), encaminhados à RC foram randomizados para TCMI (intensidade entre 50 e 80% da Frequência Cardíaca de Reserva (FCR) durante 30 minutos continuamente) ou para TIAI (também durante 30 minutos de treino intervalado: 30 segundos em 80% a 90% da FCR seguido por 30 segundos de repouso). Ambos os grupos treinaram três vezes por semana, durante 60 minutos por dia (considerando aquecimento e desaquecimento). O Incremental Shuttle Walk Test (ISWT), O Duke Activity Status Index (DASI) e o questionário Minnesota Living with Heart Failure Questionniare (MLHFQ) foram aplicados antes e após três meses de RC. Foi realizada análise descritiva para as variáveis estudadas (capacidade funcional, atividade física e qualidade de vida). O cálculo amostral para o piloto indicou necessidade de 5 pacientes em cada grupo. 10 pacientes foram incluídos até o momento, e 6 (5 homens) que concluíram o protocolo apresentaram média de idade de 69,17±7,3 anos e FEVE de 37%±6,9%. Ambos os grupos apresentaram melhora nos aspectos analisados, mesmo sem valor estatístico. A adesão teve uma média de 87,5% para ambos os grupos. Em geral todos os pacientes envolvidos no estudo tiveram respostas positivas nas variáveis estudas e nenhum evento adverso durante o treinamento foi identificado. Embora preliminares, os achados indicam boa aceitação. O segundo estudo e principal, uma revisão sistemática, incluiu ensaios clínicos aleatorizados (ECA) das bases de dados MEDLINE, EMBASE, CINAHL e Web of Science que compararam o TIAI e o TCMI em pacientes com IC. Os desfechos avaliados foram consumo de oxigênio, parâmetros de ecocardiografia e qualidade de vida. Dois autores selecionaram os estudos independentemente, avaliaram a qualidade dos ensaios e extraíram os dados. O software RevMan® foi utilizado para análise de dados com base no modelo de efeito fixo nos casos em que houve uma heterogeneidade substancial (valor de I2 menor que 50%), para os outros casos foi utilizado um modelo de efeitos aleatórios. Variáveis contínuas foram expressas como diferenças médias (DM) com intervalos de confiança (IC) de 95%. A análise de subgrupos foi realizada em relação à frequência, duração e intensidade de treinamento. Foram incluídos cinco ECA envolvendo 165 participantes. Todos os estudos avaliaram o consumo de oxigênio no pico de esforço (VO2 pico) e quatro avaliaram o consumo de oxigênio no primeiro limiar ventilatório (VT1). Houve diferença significativa para o VO2 no VT1 a favor dos protocolos de TIAI com mais de 30 minutos de exercício aeróbio (Média 1,25, IC95% [0,48;2,01], p=0,001) e para os protocolos de treinamento longo (Média 1,50, IC95% [0,60;2,40], p=0,001). Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa nos subgrupos para o VO2 pico (Média 1,71, IC95% [-0,61;4,03], p=0,15). Três estudos avaliaram os resultados do ecocardiograma (Média 1,88, IC95% [2,98;6,75], p=0,45 e Média 0,35, IC95% [1,91;2,61], p=0,76), para relação E/A ratio (tempo de enchimento) e E/E' (pressão de enchimento) e a FEVE (fração de ejeção do ventrículo esquerdo), respectivamente. Apenas dois estudos avaliaram a qualidade de vida (Média 7,39, IC95% [17,89;3,11], p=0,17 para SF36 e Média 4,20, IC95% [6,76;15,17], p=0,45) para MLHFQ, sem diferença entre os grupos. A maioria dos estudos mostrou I2 inferior a 50%. Em geral, a revisão indicou que comparado ao TCMI, o TIAI tem efeitos positivos, com melhora na capacidade funcional a nível submáximo, embora não superiores para os parâmetros de ecocardiograma e a qualidade de vida. Além disso, o TIAI realizado por mais de 30 minutos e que utilizou protocolos de intervalo longo superou o TCMI em relação ao aumento do VO2 em VT1. O número de estudos foi a principal limitação desse estudo.Cardiac Rehabilitation (CR) improves the physiological response to exercise, increases functional capacity (FC), daily life activities and quality of life in patients with heart failure (HF). Continuous moderate intensity training (IMT) is the type of exercise most used for this population with positive results described in the literature. Currently, high intensity interval training (TIAI) has been used; However, considering that the effects on CF and safety for patients with HF are still controversial, the present study aimed to investigate this issue. Two studies were developed for this purpose. The first study is a pilot of a randomized blind-trial, two-arm, randomized trial: TIAI versus TCMI. Patients with heart failure (NYHA I, II and III) who were referred to CR were randomized to IMTT (intensity between 50 and 80% of Heart Rate Reserve (HRR) for 30 minutes continuously) or to TIAI (also for 30 minutes of interval training : 30 seconds in 80% to 90% of the FCR followed by 30 seconds of rest). Both groups trained three times a week for 60 minutes per day (considering warm-up and cool down). The Incremental Shuttle Walk Test (ISWT), the Duke Activity Status Index (DASI) and the Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire (MLHFQ) questionnaire were applied before and after three months of CR. Descriptive analysis was performed for the studied variables (functional capacity, physical activity and quality of life). The sample calculation for the pilot indicated the need for 5 patients in each group. 10 patients were included so far, and 6 (5 men) who completed the protocol had a mean age of 69.17 ± 7.3 years and LVEF of 37% ± 6.9%. Both groups showed improvement in the analyzed aspects, even without statistical value. Adherence had an average of 87.5% for both groups. In general all patients involved in the study had positive responses in the studied variables and no adverse events during the training were identified. Although preliminary, the findings indicate good acceptance. The second major study, a systematic review, included randomized clinical trials (RCTs) of the MEDLINE, EMBASE, CINAHL and Web of Science databases that compared TIAI and TCMI in HF patients. The outcomes evaluated were oxygen consumption, echocardiographic parameters and quality of life. Two authors independently selected the studies, assessed trial quality, and extracted data. RevMan® software was used for data analysis based on the fixed-effect model in cases where there was substantial heterogeneity (I2 value less than 50%), for the other cases a random-effects model was used. Continuous variables were expressed as mean differences (DM) with 95% confidence intervals (CI). Subgroup analysis was performed in relation to the frequency, duration and intensity of training. Five RCTs involving 165 participants were included. All studies evaluated peak oxygen consumption (peak VO2) and four assessed oxygen consumption at the first ventilatory threshold (VT1). There was a significant difference for VO2 in VT1 in favor of TIAI protocols with more than 30 minutes of aerobic exercise (mean 1.25, 95% CI [0.48, 2.01], p = 0.001) and for training protocols (Mean 1.50, 95% CI [0.60, 2.40], p = 0.001). No statistically significant difference was found in the subgroups for peak VO2 (Mean 1.71, 95% CI [-0.61, 4.03], p = 0.15). Three studies evaluated the echocardiogram results (Mean 1.88, 95% CI [2.98, 6.75], p = 0.45 and Mean 0.35, 95% CI [1.91, 2.61], p = 0.76) for E / A ratio (filling time) and E / E '(filling pressure) and LVEF (left ventricular ejection fraction), respectively. Only two studies evaluated the quality of life (mean 7.39, 95% CI [17.89, 3.11], p = 0.17 for SF36 and mean 4.20, 95% CI [6.76, 15.17] , P = 0.45) for MLHFQ, with no difference between groups. Most studies showed I2 less than 50%. In general, the review indicated that compared to the IMT, TIAI has positive effects, with improvement in submaximal functional capacity, although not superior for echocardiogram parameters and quality of life. In addition, the TIAI performed for more than 30 minutes and that used long interval protocols exceeded the TCMI in relation to the increase of VO2 in VT1. The number of studies was the main limitation of this study.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGTreinamento intervaladoExercícios físicos Uso terapêuticoInsuficiência cardíacaCapacidade FuncionalReabilitação CardíacaInsuficiência cardíacaExercício intervaladoCapacidade funcionalEficácia e segurança do treinamento intervalado de alta intensidade em pacientes com insuficiência cardíacainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_lilian_pereira_verardo_2017.pdfapplication/pdf3049540https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-APWPQG/1/disserta__o_lilian_pereira_verardo_2017.pdf1dc6ba87cfded584078f0a70785dfb0fMD51TEXTdisserta__o_lilian_pereira_verardo_2017.pdf.txtdisserta__o_lilian_pereira_verardo_2017.pdf.txtExtracted texttext/plain157303https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-APWPQG/2/disserta__o_lilian_pereira_verardo_2017.pdf.txte42186854412965a40681b0d3b14db93MD521843/BUOS-APWPQG2019-11-14 04:42:12.961oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-APWPQGRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T07:42:12Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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