A tese da incomensurabilidade teórica em Paul Feyerabend

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Luiz Henrique de Lacerda Abrah?o
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9MGKQ3
Resumo: O presente trabalho apresenta uma reflexão sobre a gênese, a estrutura e os pressupostos da tese da incomensurabilidade teórica proposta pelo filósofo austríaco Paul Feyerabend (1924-1994). A pesquisa visa principalmente discutir os elementos formativos do conceito, sua constituição epistemológica e suas repercussões metodológicas. O corpo do trabalho é disposto segundo um recorte metodológico no qual os escritos de Feyerabend são organizados em três blocos cronológicos. Em primeiro lugar, é avaliado o papel que as reflexões de Wittgenstein, Duhem e Hanson acerca do caráter contextual dos conceitos e das observações científicas desempenharam na formulação da protoversão da incomensurabilidade. Além disto, é indicado como a Tese I defendida por Feyerabend em 1958, a qual afirma que a linguagem observacional é determinada pelas teorias que usamos para explicar o que observamos, combate o modelo da dupla-linguagem do vocabulário científico. Em segundo lugar, são expostos os argumentos metodológicos e históricos definidores da tese da incomensurabilidade presente no artigo feyerabendiano Explicação, Redução e Empirismo (1962). Ademais, é rastreada a origem da crítica às condições de consistência lógica e invariância do significado na divergência de Feyerabend com a exigência de Niels Bohr de preservação do vocabulário clássico na descrição dos eventos microfísicos. As aproximações e antagonismo entre as posições de Feyerabend e Kuhn no que concerne à estrutura do conhecimento científico e o conceito de incomensurabilidade teórica também são debatidas. Por fim, são apreciadas as variações da tese da incomensurabilidade a partir da reformulação da teoria contextual do significado de Feyerabend e da discussão com o modelo popperiano de progresso científico como aumento de verossimilhança das teorias. A maturação do conceito no Contra o Método, a recepção crítica da ideia feyerabendiana a partir dos anos 1970 e as considerações finais de Feyerabend acerca do tema encerram o tripé nuclear do estudo. Como conclusão, o texto defende a rejeição das interpretações irracionalistas da proposta de Feyerabend e a mostra como um realismo hipotético está pressuposto na sua tese da incomensurabilidade.
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Além disto, é indicado como a Tese I defendida por Feyerabend em 1958, a qual afirma que a linguagem observacional é determinada pelas teorias que usamos para explicar o que observamos, combate o modelo da dupla-linguagem do vocabulário científico. Em segundo lugar, são expostos os argumentos metodológicos e históricos definidores da tese da incomensurabilidade presente no artigo feyerabendiano Explicação, Redução e Empirismo (1962). Ademais, é rastreada a origem da crítica às condições de consistência lógica e invariância do significado na divergência de Feyerabend com a exigência de Niels Bohr de preservação do vocabulário clássico na descrição dos eventos microfísicos. As aproximações e antagonismo entre as posições de Feyerabend e Kuhn no que concerne à estrutura do conhecimento científico e o conceito de incomensurabilidade teórica também são debatidas. Por fim, são apreciadas as variações da tese da incomensurabilidade a partir da reformulação da teoria contextual do significado de Feyerabend e da discussão com o modelo popperiano de progresso científico como aumento de verossimilhança das teorias. A maturação do conceito no Contra o Método, a recepção crítica da ideia feyerabendiana a partir dos anos 1970 e as considerações finais de Feyerabend acerca do tema encerram o tripé nuclear do estudo. Como conclusão, o texto defende a rejeição das interpretações irracionalistas da proposta de Feyerabend e a mostra como um realismo hipotético está pressuposto na sua tese da incomensurabilidade.The present work outlines a reflection on the genesis, the structure and the assumptions behind the incommensurability thesis proposed by Austrian philosopher Paul Feyerabend (1924-1994). The research is greatly aimed at the discussion of the formative elements of the concept as well as its epistemological constitution and methodological repercussions. The body of the work is laid out according to a methodological arrangement in which Feyrabends writings are organized in three chronological building blocks. Firstly, it is evaluated the role that the reflections by Wittgenstein, Duhem and Hanson regarding the contextual character of the scientific concepts and observations played at the conceptualization of the proto-version of incommensurability. Furthermore, it is evaluated how the Thesis I, defended by Feyerabend in 1958, which states that the observational language is determined by the theories which we use to explain what we observe, goes against the double-language model of scientific vocabulary. Secondly, it is displayed the defining methodological and historical arguments of the incommensurability thesis present in the seminal Feyerabends article Explanation, Reduction and Empiricism (1962). Moreover, it is tracked the origin of the criticism to the conditions of logical consistency and meaning invariance within Feyerabends divergence with Niels Bohr demand for preservation of classical vocabulary at the description of microphysical events. The resemblances and antagonisms between Feyerabend and Kuhn points of view regarded to the structure of scientific knowledge and the incommensurability thesis are also analyzed. Finally, it is overlooked the incommensurability thesis variations from the standpoint of the reformulation of the Feyerabends contextual theory of meaning and the debate with the Popperian model of scientific progress as verisimilitude increase of theories. The development of the concept in Against Method, the critical reception of the Feyerabends idea from the 1970s, and the final considerations of Feyerabend about the theme end the threefold core of this work. As a result, this work stands for the rejection of the irrational interpretations of the proposal of Feyerabend and presents how a hypothetical realism is assumed within his version of incommensurability thesis.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGFilosofiaCiência etodologiaFeyerabend, Paul K, 1924-Paul FeyerabendProgresso científicoRealismo hipotéticoIncomensurabilidadeA tese da incomensurabilidade teórica em Paul Feyerabendinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALluiz_abrah_o_disserta__o__1_.pdfapplication/pdf1465556https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9MGKQ3/1/luiz_abrah_o_disserta__o__1_.pdf08dbd08cbe2374ee4279e54c92e3916fMD51TEXTluiz_abrah_o_disserta__o__1_.pdf.txtluiz_abrah_o_disserta__o__1_.pdf.txtExtracted texttext/plain584675https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9MGKQ3/2/luiz_abrah_o_disserta__o__1_.pdf.txt644c9a4bbaac09920eec36eeeea007f2MD521843/BUOS-9MGKQ32019-11-14 05:11:13.671oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-9MGKQ3Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T08:11:13Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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