Análise da interacão disco-estrela no sistema estelar jovem V354 Mon

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nathalia Nazareth Junqueira Fonseca
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AR4JKN
Resumo: Apresentamos o estudo da interação disco-estrela na estrela T Tauri clássica V354 Mon, integrante do aglomerado jovem NGC 2264. Como parte de uma campanha internacional de observação de NGC 2264 realizada entre Dezembro de 2011 e Fevereiro de 2012, dados espectroscópicos e fotométricos de alta resolução desse objeto foram obtidos simultaneamente com os satélites Chandra, CoRoT e Spitzer, e com telescópios em solo, como CFHT, VLT/ESO e USNO. A curva de luz de V354 Mon possui variação em brilho periódica, com mínimos que mudam seu formato a cada ciclo rotacional de 5,21 dias. Essa modulação ocorre simultaneamente desde o filtro u até 4,5 µm, porém a profundidade do mínimo diminui com o aumento do comprimento de onda observado, e o sistema fica mais azul à medida que o fluxo aumenta. Encontramos evidência de que o perfil da linha de emissão m H varia de acordo com o período da modulção fotométrica, indicando que o mesmo processo é responsável por ambas variações. Essa correlação entre a mudança na linha de emissão e a modulação da curva de luz foi também identificada em uma campanha observacional anterior sobre o mesmo objeto, onde verificamos que a absorção desviada para o vermelho em H era mais pronunciada nos instantes de menor brilho. Portanto durante os mínimos fotométricos o fluxo de acreção estava projetado na fotosfera estelar em relação a nossa linha de visada. Na nova campanha, os espectros com evidência de absorção desviada para o vermelho são observados fora do mínimo fotométrico, o que pode indicar que o funil de acreção está distorcido. Concluímos que material distribuídoo de maneira não uniforme na parte interna do disco é a principal causa da variabilidade em brilho de V354 Mon. Essa hipótese é corroborada pelo fato de que o sistema é visto em alta inclinação. Acredita-se que a magnetosfera estelar, inclinada em relação ao eixo de rotação, interage dinamicamente com o material do disco circunstelar, produzindo uma deformação na parte interna do mesmo. Esse fenômeno, previsto por simulações numéricas de magneto-hidrodinâmica, foi também observado na estrela T Tauri clássica AA Tau. Um modelo de ocultação por material circunstelar foi aplicado aos dados fotométricos e, ao comparar os parâmetros da estrutura eclipsante durante as duas campanhas observacionais, notamos que ela permaneceu estável, apesar de sofrer algumas alterações a cada ciclo e de maneira mais drástica ao longo dos anos. Ao remover a contribuição em emissão do disco, as amplitudes de variabilidade no óptico e no infravermelho ficam semelhantes, o que indica que o material na parte interna do disco é opaco.
id UFMG_71bbec9e6f6179d77a28a8e6589c7d60
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-AR4JKN
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Silvia Helena Paixao AlencarNathalia Nazareth Junqueira Fonseca2019-08-11T04:55:38Z2019-08-11T04:55:38Z2016-06-23http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AR4JKNApresentamos o estudo da interação disco-estrela na estrela T Tauri clássica V354 Mon, integrante do aglomerado jovem NGC 2264. Como parte de uma campanha internacional de observação de NGC 2264 realizada entre Dezembro de 2011 e Fevereiro de 2012, dados espectroscópicos e fotométricos de alta resolução desse objeto foram obtidos simultaneamente com os satélites Chandra, CoRoT e Spitzer, e com telescópios em solo, como CFHT, VLT/ESO e USNO. A curva de luz de V354 Mon possui variação em brilho periódica, com mínimos que mudam seu formato a cada ciclo rotacional de 5,21 dias. Essa modulação ocorre simultaneamente desde o filtro u até 4,5 µm, porém a profundidade do mínimo diminui com o aumento do comprimento de onda observado, e o sistema fica mais azul à medida que o fluxo aumenta. Encontramos evidência de que o perfil da linha de emissão m H varia de acordo com o período da modulção fotométrica, indicando que o mesmo processo é responsável por ambas variações. Essa correlação entre a mudança na linha de emissão e a modulação da curva de luz foi também identificada em uma campanha observacional anterior sobre o mesmo objeto, onde verificamos que a absorção desviada para o vermelho em H era mais pronunciada nos instantes de menor brilho. Portanto durante os mínimos fotométricos o fluxo de acreção estava projetado na fotosfera estelar em relação a nossa linha de visada. Na nova campanha, os espectros com evidência de absorção desviada para o vermelho são observados fora do mínimo fotométrico, o que pode indicar que o funil de acreção está distorcido. Concluímos que material distribuídoo de maneira não uniforme na parte interna do disco é a principal causa da variabilidade em brilho de V354 Mon. Essa hipótese é corroborada pelo fato de que o sistema é visto em alta inclinação. Acredita-se que a magnetosfera estelar, inclinada em relação ao eixo de rotação, interage dinamicamente com o material do disco circunstelar, produzindo uma deformação na parte interna do mesmo. Esse fenômeno, previsto por simulações numéricas de magneto-hidrodinâmica, foi também observado na estrela T Tauri clássica AA Tau. Um modelo de ocultação por material circunstelar foi aplicado aos dados fotométricos e, ao comparar os parâmetros da estrutura eclipsante durante as duas campanhas observacionais, notamos que ela permaneceu estável, apesar de sofrer algumas alterações a cada ciclo e de maneira mais drástica ao longo dos anos. Ao remover a contribuição em emissão do disco, as amplitudes de variabilidade no óptico e no infravermelho ficam semelhantes, o que indica que o material na parte interna do disco é opaco.We present the study of star-disk interaction in the classical T Tauri star V354 Mon, a member of the young stellar cluster NGC 2264. As part of an international campaign of observations of NGC 2264 organized from December 2011 to February 2012, high resolution photometric and spectroscopic data of this object were obtained simultaneously with the Chandra, CoRoT, and Spitzer satellites, and ground-based telescopes, such as CFHT, VLT/ESO, and USNO. The light curve of V354 Mon shows periodic brightness variation, with minima that change their shapes every 5.21 day-rotational cycle. This modulation occurs simultaneously from u band to 4.5 m, but the minimum depth decreases as the observed wavelength increases, and the system becomes bluer with increasing flux. We found evidence that the H emission line profile varies according to the period of photometric modulation, indicating that the same phenomenon is responsible for both variations. Such correlation between the changing in the emission line and the light curve modulation was also identified in a previous observational campaign on the same object, where we verified that the H redshifted absorption was more pronounced in the moments of lower brightness. Therefore during the photometric minima the accretion flux was projected on the stellar photosphere in our line of sight. In the new campaign, the spectra with evidence of redshifted absorption are observed outside the photometric minima, which would indicate that the accretion funnel is distorted. We concluded that material non-uniformly distributed in the inner part of the disk is the main cause of V354 Mon brightness variation. This assumption is supported by the fact that the system is seen at high inclination. It is believed that the stellar magnetosphere, inclined with respect to the rotation axis, dynamically interacts with the circumstellar disk material, producing a distortion in its inner part. This phenomenon, predicted by magnetohydrodynamic numerical simulations, was also observed in the classical T Tauri star AA Tau. A model of occultation by circumstellar material was applied to the photometric data and, from comparing the parameters of the obscuring structure during both observational campaigns, we notice that it remained stable, although some changes occur at each cycle and more dramatically over the years. After removing the contribution of the disk emission, the optical and infrared amplitudes become similar, which indicates that the material in the inner part of the disk is opaque.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGFotometriaAstrofísicaAstrofísicaFísicaAnálise da interacão disco-estrela no sistema estelar jovem V354 Moninfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtesenathaliafonseca.pdfapplication/pdf8697456https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AR4JKN/1/tesenathaliafonseca.pdf1ee5e55c3083aa169fdd68556b5e4a7cMD51TEXTtesenathaliafonseca.pdf.txttesenathaliafonseca.pdf.txtExtracted texttext/plain236834https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AR4JKN/2/tesenathaliafonseca.pdf.txtd7d5ddb94524ccc8b00b753ffe48099cMD521843/BUOS-AR4JKN2019-11-14 07:46:56.558oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-AR4JKNRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T10:46:56Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Análise da interacão disco-estrela no sistema estelar jovem V354 Mon
title Análise da interacão disco-estrela no sistema estelar jovem V354 Mon
spellingShingle Análise da interacão disco-estrela no sistema estelar jovem V354 Mon
Nathalia Nazareth Junqueira Fonseca
Astrofísica
Física
Fotometria
Astrofísica
title_short Análise da interacão disco-estrela no sistema estelar jovem V354 Mon
title_full Análise da interacão disco-estrela no sistema estelar jovem V354 Mon
title_fullStr Análise da interacão disco-estrela no sistema estelar jovem V354 Mon
title_full_unstemmed Análise da interacão disco-estrela no sistema estelar jovem V354 Mon
title_sort Análise da interacão disco-estrela no sistema estelar jovem V354 Mon
author Nathalia Nazareth Junqueira Fonseca
author_facet Nathalia Nazareth Junqueira Fonseca
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Silvia Helena Paixao Alencar
dc.contributor.author.fl_str_mv Nathalia Nazareth Junqueira Fonseca
contributor_str_mv Silvia Helena Paixao Alencar
dc.subject.por.fl_str_mv Astrofísica
Física
topic Astrofísica
Física
Fotometria
Astrofísica
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Fotometria
Astrofísica
description Apresentamos o estudo da interação disco-estrela na estrela T Tauri clássica V354 Mon, integrante do aglomerado jovem NGC 2264. Como parte de uma campanha internacional de observação de NGC 2264 realizada entre Dezembro de 2011 e Fevereiro de 2012, dados espectroscópicos e fotométricos de alta resolução desse objeto foram obtidos simultaneamente com os satélites Chandra, CoRoT e Spitzer, e com telescópios em solo, como CFHT, VLT/ESO e USNO. A curva de luz de V354 Mon possui variação em brilho periódica, com mínimos que mudam seu formato a cada ciclo rotacional de 5,21 dias. Essa modulação ocorre simultaneamente desde o filtro u até 4,5 µm, porém a profundidade do mínimo diminui com o aumento do comprimento de onda observado, e o sistema fica mais azul à medida que o fluxo aumenta. Encontramos evidência de que o perfil da linha de emissão m H varia de acordo com o período da modulção fotométrica, indicando que o mesmo processo é responsável por ambas variações. Essa correlação entre a mudança na linha de emissão e a modulação da curva de luz foi também identificada em uma campanha observacional anterior sobre o mesmo objeto, onde verificamos que a absorção desviada para o vermelho em H era mais pronunciada nos instantes de menor brilho. Portanto durante os mínimos fotométricos o fluxo de acreção estava projetado na fotosfera estelar em relação a nossa linha de visada. Na nova campanha, os espectros com evidência de absorção desviada para o vermelho são observados fora do mínimo fotométrico, o que pode indicar que o funil de acreção está distorcido. Concluímos que material distribuídoo de maneira não uniforme na parte interna do disco é a principal causa da variabilidade em brilho de V354 Mon. Essa hipótese é corroborada pelo fato de que o sistema é visto em alta inclinação. Acredita-se que a magnetosfera estelar, inclinada em relação ao eixo de rotação, interage dinamicamente com o material do disco circunstelar, produzindo uma deformação na parte interna do mesmo. Esse fenômeno, previsto por simulações numéricas de magneto-hidrodinâmica, foi também observado na estrela T Tauri clássica AA Tau. Um modelo de ocultação por material circunstelar foi aplicado aos dados fotométricos e, ao comparar os parâmetros da estrutura eclipsante durante as duas campanhas observacionais, notamos que ela permaneceu estável, apesar de sofrer algumas alterações a cada ciclo e de maneira mais drástica ao longo dos anos. Ao remover a contribuição em emissão do disco, as amplitudes de variabilidade no óptico e no infravermelho ficam semelhantes, o que indica que o material na parte interna do disco é opaco.
publishDate 2016
dc.date.issued.fl_str_mv 2016-06-23
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-11T04:55:38Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-11T04:55:38Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AR4JKN
url http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AR4JKN
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AR4JKN/1/tesenathaliafonseca.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AR4JKN/2/tesenathaliafonseca.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 1ee5e55c3083aa169fdd68556b5e4a7c
d7d5ddb94524ccc8b00b753ffe48099c
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589579453759488