Descentralização das ações de controle da hanseníase nos clusters de risco do Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rayssa Nogueira Rodrigues Machado
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/34252
https://orcid.org/0000-0002-4772-4968
Resumo: O presente estudo teve como objetivo analisar a situação epidemiológica e operacional da hanseníase e sua associação com a descentralização das ações de controle em clusters de risco no Brasil. Trata-se de um estudo ecológico, segundo dados dos municípios brasileiros. A proporção de casos novos de hanseníase diagnosticados na Atenção Primária à Saúde (APS) e a proporção da cobertura populacional estimada pela Estratégia Saúde da Família (ESF) foram definidas como variáveis independentes. O total de cinco indicadores de hanseníase foram selecionados para compor o grupo das variáveis dependentes. Os dados foram retirados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Atenção à Saúde (DAB/SAS) e do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). A estatística scan foi usada para identificar a existência de clusters espaçotemporais a partir da taxa de detecção de casos novos de hanseníase no período de estudo (2001 a 2015). Para verificar o comportamento dos indicadores de hanseníase no tempo e espaço, assim como para verificar a sua relação com as variáveis independentes, foi ajustado um modelo binomial negativo de efeito misto com efeito aleatório no intercepto e na inclinação. A estatística scan detectou quinze clusters, onde a taxa de detecção foi de 62,45 casos por 100 mil habitantes, enquanto no restante do país foi de 13,77. Grande parte da área de clusters está situada na Amazônia Legal e com início de formação a partir dos anos de 2001 a 2004. Dentre os municípios que formaram os cluster de risco, quatro apresentaram a taxa média de hanseníase igual a zero, são eles: Serra Grande-PB, Bela Vista do Piauí-PI, Caridade do Piauí-PI e Felipe Guerra-RN. A análise das variações geográficas e temporais dos clusters segundo os principais indicadores propostos pelo Programa Nacional de Controle da Hanseníase (PNCH) mostram comportamentos heterogêneos. Embora a tendência da taxa de detecção na população total tenha apresentado queda na maioria dos clusters, a tendência constante e ainda em patamares elevados entre os menores de quinze anos e de grau 2 de incapacidade física no momento do diagnóstico indica transmissão recente e de alta magnitude. Em relação aos indicadores operacionais, os dados encontrados apontam que os serviços de saúde não estão garantindo a cobertura do exame de contatos, nem seguem adequadamente o protocolo terapêutico. Quanto à descentralização das ações de controle de hanseníase, os resultados mostram que a cobertura da ESF foi estatisticamente significativa para a mudança do comportamento da taxa de detecção de casos novos de hanseníase na população de zero a catorze anos e da proporção de cura, sendo observado redução na primeira e aumento na segunda. Já a proporção de casos novos de hanseníase diagnosticados na APS contribuiu para o aumento significativo das taxas de detecção de casos novos de hanseníase na população total, na população de zero a catorze anos, de grau 2 de incapacidade física no momento do diagnóstico e na proporção de contatos examinados. Conclui-se que a manutenção de elevadas taxas de detecção por anos, bem como da presença de municípios silenciosos nessas áreas sugerem falhas dos serviços de saúde. Embora a disponibilidade da ESF tenha apresentado resultados positivos, ela ainda é considera insuficiente para o controle da doença. A condição identificada como essencial para atingir os parâmetros do Ministério da Saúde é o aumento da oferta de serviços de saúde.
id UFMG_72424ba93395f33b9f888bdeb58b5134
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/34252
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Francisco Carlos Félix Lanahttp://lattes.cnpq.br/2240473693664819http://lattes.cnpq.br/2601906636247833Rayssa Nogueira Rodrigues Machado2020-10-07T14:55:27Z2020-10-07T14:55:27Z2019-11-21http://hdl.handle.net/1843/34252https://orcid.org/0000-0002-4772-4968O presente estudo teve como objetivo analisar a situação epidemiológica e operacional da hanseníase e sua associação com a descentralização das ações de controle em clusters de risco no Brasil. Trata-se de um estudo ecológico, segundo dados dos municípios brasileiros. A proporção de casos novos de hanseníase diagnosticados na Atenção Primária à Saúde (APS) e a proporção da cobertura populacional estimada pela Estratégia Saúde da Família (ESF) foram definidas como variáveis independentes. O total de cinco indicadores de hanseníase foram selecionados para compor o grupo das variáveis dependentes. Os dados foram retirados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Atenção à Saúde (DAB/SAS) e do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). A estatística scan foi usada para identificar a existência de clusters espaçotemporais a partir da taxa de detecção de casos novos de hanseníase no período de estudo (2001 a 2015). Para verificar o comportamento dos indicadores de hanseníase no tempo e espaço, assim como para verificar a sua relação com as variáveis independentes, foi ajustado um modelo binomial negativo de efeito misto com efeito aleatório no intercepto e na inclinação. A estatística scan detectou quinze clusters, onde a taxa de detecção foi de 62,45 casos por 100 mil habitantes, enquanto no restante do país foi de 13,77. Grande parte da área de clusters está situada na Amazônia Legal e com início de formação a partir dos anos de 2001 a 2004. Dentre os municípios que formaram os cluster de risco, quatro apresentaram a taxa média de hanseníase igual a zero, são eles: Serra Grande-PB, Bela Vista do Piauí-PI, Caridade do Piauí-PI e Felipe Guerra-RN. A análise das variações geográficas e temporais dos clusters segundo os principais indicadores propostos pelo Programa Nacional de Controle da Hanseníase (PNCH) mostram comportamentos heterogêneos. Embora a tendência da taxa de detecção na população total tenha apresentado queda na maioria dos clusters, a tendência constante e ainda em patamares elevados entre os menores de quinze anos e de grau 2 de incapacidade física no momento do diagnóstico indica transmissão recente e de alta magnitude. Em relação aos indicadores operacionais, os dados encontrados apontam que os serviços de saúde não estão garantindo a cobertura do exame de contatos, nem seguem adequadamente o protocolo terapêutico. Quanto à descentralização das ações de controle de hanseníase, os resultados mostram que a cobertura da ESF foi estatisticamente significativa para a mudança do comportamento da taxa de detecção de casos novos de hanseníase na população de zero a catorze anos e da proporção de cura, sendo observado redução na primeira e aumento na segunda. Já a proporção de casos novos de hanseníase diagnosticados na APS contribuiu para o aumento significativo das taxas de detecção de casos novos de hanseníase na população total, na população de zero a catorze anos, de grau 2 de incapacidade física no momento do diagnóstico e na proporção de contatos examinados. Conclui-se que a manutenção de elevadas taxas de detecção por anos, bem como da presença de municípios silenciosos nessas áreas sugerem falhas dos serviços de saúde. Embora a disponibilidade da ESF tenha apresentado resultados positivos, ela ainda é considera insuficiente para o controle da doença. A condição identificada como essencial para atingir os parâmetros do Ministério da Saúde é o aumento da oferta de serviços de saúde.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em EnfermagemUFMGBrasilENF - DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL E SAÚDE PÚBLICAhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessHanseníaseAnálise por ConglomeradosMonitoramento EpidemiológicoAtenção Primária à SaúdeHanseníaseAnálise por ConglomeradosMonitoramento EpidemiológicoAtenção Primária à SaúdeDescentralização das ações de controle da hanseníase nos clusters de risco do BrasilDecentralization of leprosy control actions in risk clusters in Brazilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINAL16.04.2020_COLEGIADO.pdf16.04.2020_COLEGIADO.pdfapplication/pdf2600074https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/34252/1/16.04.2020_COLEGIADO.pdfefa4e1d94ceccfabbb7452f3c040581aMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/34252/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/34252/3/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD531843/342522020-10-07 11:55:27.791oai:repositorio.ufmg.br:1843/34252TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2020-10-07T14:55:27Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Descentralização das ações de controle da hanseníase nos clusters de risco do Brasil
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv Decentralization of leprosy control actions in risk clusters in Brazil
title Descentralização das ações de controle da hanseníase nos clusters de risco do Brasil
spellingShingle Descentralização das ações de controle da hanseníase nos clusters de risco do Brasil
Rayssa Nogueira Rodrigues Machado
Hanseníase
Análise por Conglomerados
Monitoramento Epidemiológico
Atenção Primária à Saúde
Hanseníase
Análise por Conglomerados
Monitoramento Epidemiológico
Atenção Primária à Saúde
title_short Descentralização das ações de controle da hanseníase nos clusters de risco do Brasil
title_full Descentralização das ações de controle da hanseníase nos clusters de risco do Brasil
title_fullStr Descentralização das ações de controle da hanseníase nos clusters de risco do Brasil
title_full_unstemmed Descentralização das ações de controle da hanseníase nos clusters de risco do Brasil
title_sort Descentralização das ações de controle da hanseníase nos clusters de risco do Brasil
author Rayssa Nogueira Rodrigues Machado
author_facet Rayssa Nogueira Rodrigues Machado
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Francisco Carlos Félix Lana
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/2240473693664819
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/2601906636247833
dc.contributor.author.fl_str_mv Rayssa Nogueira Rodrigues Machado
contributor_str_mv Francisco Carlos Félix Lana
dc.subject.por.fl_str_mv Hanseníase
Análise por Conglomerados
Monitoramento Epidemiológico
Atenção Primária à Saúde
topic Hanseníase
Análise por Conglomerados
Monitoramento Epidemiológico
Atenção Primária à Saúde
Hanseníase
Análise por Conglomerados
Monitoramento Epidemiológico
Atenção Primária à Saúde
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Hanseníase
Análise por Conglomerados
Monitoramento Epidemiológico
Atenção Primária à Saúde
description O presente estudo teve como objetivo analisar a situação epidemiológica e operacional da hanseníase e sua associação com a descentralização das ações de controle em clusters de risco no Brasil. Trata-se de um estudo ecológico, segundo dados dos municípios brasileiros. A proporção de casos novos de hanseníase diagnosticados na Atenção Primária à Saúde (APS) e a proporção da cobertura populacional estimada pela Estratégia Saúde da Família (ESF) foram definidas como variáveis independentes. O total de cinco indicadores de hanseníase foram selecionados para compor o grupo das variáveis dependentes. Os dados foram retirados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Atenção à Saúde (DAB/SAS) e do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). A estatística scan foi usada para identificar a existência de clusters espaçotemporais a partir da taxa de detecção de casos novos de hanseníase no período de estudo (2001 a 2015). Para verificar o comportamento dos indicadores de hanseníase no tempo e espaço, assim como para verificar a sua relação com as variáveis independentes, foi ajustado um modelo binomial negativo de efeito misto com efeito aleatório no intercepto e na inclinação. A estatística scan detectou quinze clusters, onde a taxa de detecção foi de 62,45 casos por 100 mil habitantes, enquanto no restante do país foi de 13,77. Grande parte da área de clusters está situada na Amazônia Legal e com início de formação a partir dos anos de 2001 a 2004. Dentre os municípios que formaram os cluster de risco, quatro apresentaram a taxa média de hanseníase igual a zero, são eles: Serra Grande-PB, Bela Vista do Piauí-PI, Caridade do Piauí-PI e Felipe Guerra-RN. A análise das variações geográficas e temporais dos clusters segundo os principais indicadores propostos pelo Programa Nacional de Controle da Hanseníase (PNCH) mostram comportamentos heterogêneos. Embora a tendência da taxa de detecção na população total tenha apresentado queda na maioria dos clusters, a tendência constante e ainda em patamares elevados entre os menores de quinze anos e de grau 2 de incapacidade física no momento do diagnóstico indica transmissão recente e de alta magnitude. Em relação aos indicadores operacionais, os dados encontrados apontam que os serviços de saúde não estão garantindo a cobertura do exame de contatos, nem seguem adequadamente o protocolo terapêutico. Quanto à descentralização das ações de controle de hanseníase, os resultados mostram que a cobertura da ESF foi estatisticamente significativa para a mudança do comportamento da taxa de detecção de casos novos de hanseníase na população de zero a catorze anos e da proporção de cura, sendo observado redução na primeira e aumento na segunda. Já a proporção de casos novos de hanseníase diagnosticados na APS contribuiu para o aumento significativo das taxas de detecção de casos novos de hanseníase na população total, na população de zero a catorze anos, de grau 2 de incapacidade física no momento do diagnóstico e na proporção de contatos examinados. Conclui-se que a manutenção de elevadas taxas de detecção por anos, bem como da presença de municípios silenciosos nessas áreas sugerem falhas dos serviços de saúde. Embora a disponibilidade da ESF tenha apresentado resultados positivos, ela ainda é considera insuficiente para o controle da doença. A condição identificada como essencial para atingir os parâmetros do Ministério da Saúde é o aumento da oferta de serviços de saúde.
publishDate 2019
dc.date.issued.fl_str_mv 2019-11-21
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2020-10-07T14:55:27Z
dc.date.available.fl_str_mv 2020-10-07T14:55:27Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/34252
dc.identifier.orcid.pt_BR.fl_str_mv https://orcid.org/0000-0002-4772-4968
url http://hdl.handle.net/1843/34252
https://orcid.org/0000-0002-4772-4968
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv ENF - DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL E SAÚDE PÚBLICA
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/34252/1/16.04.2020_COLEGIADO.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/34252/2/license_rdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/34252/3/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv efa4e1d94ceccfabbb7452f3c040581a
cfd6801dba008cb6adbd9838b81582ab
34badce4be7e31e3adb4575ae96af679
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589428891877376