Plantas raras e ameaçadas de extinção - sucesso reprodutivo, interações com polinizadores e implicações para a conservação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Juliana Ordones Rego
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/36151
Resumo: O conhecimento da biologia reprodutiva é fundamental para a conservação de plantas raras ou com distribuição restrita e a definição dos fatores limitantes para reprodução é particularmente importante para predizer a viabilidade de populações de espécies ameaçadas. Este trabalho investigou as relações entre a estratégia reprodutiva e a raridade de três espécies ameaçadas de extinção: Eriocnema fulva e Solanum graveolens, endêmicas da Floresta Atlântica do Brasil e Legrandia concinna, endêmica da Floresta Decídua andina do Chile. Visitantes ilegítimos de flores reduzem o sucesso reprodutivo de E. fulva (Melastomataceae). Em uma população com cerca de 50 indivíduos, abelhas de seis espécies visitaram suas flores, mas apenas três espécies coletaram pólen por vibração. A frequência de abelhas polinizadoras foi baixa enquanto abelhas operárias de Trigona fulviventris (Apidae), que danificam as flores, representavam 70% das visitas. Durante longas visitas, elas cortaram anteras para acessar o pólen, e muitas vezes também os estiletes. A baixa taxa de frutificação (6,9%) de E. fulva é uma consequência negativa direta do dano das flores pelas abelhas de Trigona, bem como seu impacto indireto, possivelmente tornando as flores pouco atraentes para polinizadores efetivos. Considerando a raridade desta espécie de planta, esses efeitos negativos colocam em risco a manutenção das populações de E. fulva. Solanum graveolens é uma espécie andromonóica, as plantas possuem flores hermafroditas e estaminadas, e a função feminina é expressa em flores com estilete longo que cresce gradualmente do quarto ao sexto dia em 73% das flores. Em uma população com cerca de 30 indivíduos, fêmeas de dezessete espécies de abelhas visitaram as flores para coletar pólen: treze vibraram as anteras (79% das visitas) e quatro não vibraram (21%). Solanum graveolens é uma espécie auto-incompatível e revela limitação de polinização. O sistema andromonóico apresentado por S. graveolens poderia funcionar bem se a população fosse maior, com maior possibilidade de cruzamentos, no entanto o número de plantas na população é reduzido e causa uma baixa taxa de frutificação. Assim, para proteger e conservar esta espécie, estratégias como aumentar o tamanho das populações, promover a conectividade entre elas e preservar seu habitat, incluindo as abelhas polinizadoras, devem ser implementadas. Flores de L. concinna (Myrtaceae) são importantes para a reprodução de Manuelia postica (Apidae), que alimentam suas larvas com 82% de pólen desta espécie e, para o aprovisionamento de uma célula de cria utiliza em média 19 flores desta planta. Em uma população com 20 árvores, abelhas de três espécies visitaram as flores de L. concinna: M. postica (53%), Bombus terrestris (39%) e Apis mellifera (8%), com uma taxa de visitação baixa. Manuelia postica, única espécie nativa que visitou L. concinna, são abelhas pequenas, com baixo potencial de carga polínica, realiza visitas florais longas, não voam entre os indivíduos, pois completam sua escopa em poucas flores do mesmo indivíduo e ao visitar poucas flores contribui pouco para a polinização cruzada. Já B. terrestris, em menor frequência que M. postica, pode ser considerado o polinizador mais eficiente de L. concinna, pois realiza visitas curtas, possui uma maior capacidade de carga polínica e de voo entre indivíduos, e visita numerosas flores, geralmente contatando o estigma. A reintrodução de indivíduos de L. concinna seria recomendada para aumentar suas populações e os recursos polínicos para abelhas, uma vez que esta planta é fonte de uma grande quantidade destes recursos. Manuelia postica e possivelmente outras abelhas nativas, com mais recurso polínicos, e em maior frequência, poderiam potencializar as chances de polinização, melhorando o fitness desta espécie em estado crítico de ameaça.
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Em uma população com cerca de 50 indivíduos, abelhas de seis espécies visitaram suas flores, mas apenas três espécies coletaram pólen por vibração. A frequência de abelhas polinizadoras foi baixa enquanto abelhas operárias de Trigona fulviventris (Apidae), que danificam as flores, representavam 70% das visitas. Durante longas visitas, elas cortaram anteras para acessar o pólen, e muitas vezes também os estiletes. A baixa taxa de frutificação (6,9%) de E. fulva é uma consequência negativa direta do dano das flores pelas abelhas de Trigona, bem como seu impacto indireto, possivelmente tornando as flores pouco atraentes para polinizadores efetivos. Considerando a raridade desta espécie de planta, esses efeitos negativos colocam em risco a manutenção das populações de E. fulva. Solanum graveolens é uma espécie andromonóica, as plantas possuem flores hermafroditas e estaminadas, e a função feminina é expressa em flores com estilete longo que cresce gradualmente do quarto ao sexto dia em 73% das flores. Em uma população com cerca de 30 indivíduos, fêmeas de dezessete espécies de abelhas visitaram as flores para coletar pólen: treze vibraram as anteras (79% das visitas) e quatro não vibraram (21%). Solanum graveolens é uma espécie auto-incompatível e revela limitação de polinização. O sistema andromonóico apresentado por S. graveolens poderia funcionar bem se a população fosse maior, com maior possibilidade de cruzamentos, no entanto o número de plantas na população é reduzido e causa uma baixa taxa de frutificação. Assim, para proteger e conservar esta espécie, estratégias como aumentar o tamanho das populações, promover a conectividade entre elas e preservar seu habitat, incluindo as abelhas polinizadoras, devem ser implementadas. Flores de L. concinna (Myrtaceae) são importantes para a reprodução de Manuelia postica (Apidae), que alimentam suas larvas com 82% de pólen desta espécie e, para o aprovisionamento de uma célula de cria utiliza em média 19 flores desta planta. Em uma população com 20 árvores, abelhas de três espécies visitaram as flores de L. concinna: M. postica (53%), Bombus terrestris (39%) e Apis mellifera (8%), com uma taxa de visitação baixa. Manuelia postica, única espécie nativa que visitou L. concinna, são abelhas pequenas, com baixo potencial de carga polínica, realiza visitas florais longas, não voam entre os indivíduos, pois completam sua escopa em poucas flores do mesmo indivíduo e ao visitar poucas flores contribui pouco para a polinização cruzada. Já B. terrestris, em menor frequência que M. postica, pode ser considerado o polinizador mais eficiente de L. concinna, pois realiza visitas curtas, possui uma maior capacidade de carga polínica e de voo entre indivíduos, e visita numerosas flores, geralmente contatando o estigma. A reintrodução de indivíduos de L. concinna seria recomendada para aumentar suas populações e os recursos polínicos para abelhas, uma vez que esta planta é fonte de uma grande quantidade destes recursos. Manuelia postica e possivelmente outras abelhas nativas, com mais recurso polínicos, e em maior frequência, poderiam potencializar as chances de polinização, melhorando o fitness desta espécie em estado crítico de ameaça.Knowledge of reproductive biology is essential for the conservation of rare or endemic plants, and the definition of limiting factors for reproduction is particularly important to predict the populations’ viability of endangered species. This work investigated the relationships between the reproductive strategy and the rarity of three endangered species: Eriocnema fulva and Solanum graveolens, endemic to the Brazilian Atlantic Forest and Legrandia concinna, endemic to the andean Forest Deciduous of Chile. Illegitimate flower visitors reduce the reproductive success of E. fulva (Melastomataceae). In a population with about 50 individuals, bees of six species visited their flowers, but only three species collected pollen by vibration. The frequency of pollinating bees was negligible while worker bees of Trigona fulviventris (Apidae), which damage flowers, accounted for 70% of visits. During lengthy visits, they cut anthers to access the pollen, and often styles as well. The low fruit set (6.9%) of E. fulva is a direct negative consequence of flowers damage by Trigona bees, as well as their indirect impact by making the flowers unattractive for effective pollinators. Considering the rareness of this plant species, these negative effects endanger the maintenance of the E. fulva populations. Solanum graveolens is an andromonoecious species, the plants have hermaphrodite and staminate flowers, and the female function is expressed in flowers with a long style that grows gradually from the fourth to the sixth day in 73% of the flowers. In a population with about 30 individuals, females of seventeen species of bees visited the flowers to collect pollen: thirteen vibrated the anthers (79% of visits) and four did not vibrate (21%). Solanum graveolens is a self-incompatible species and shows limited pollination. The andromonoecius system presented by S. graveolens could work well if the population was larger, with greater possibility of crossing, however the number of plants in the population is reduced and causes a low fruit set. Thus, to protect and conserve this species, strategies such as increasing population size, promoting connectivity among them and preserving their habitat, including pollinating bees, should be implemented. Flowers of L. concinna (Myrtaceae) are important for the reproduction of Manuelia postica (Apidae), which feed their larvae with 82% of pollen of this species and to provisioning the cell breeding uses an average of 19 flowers of this plant. In a population with 20 individuals, bees of three species visited L. concinna flowers: Manuelia postica (53%), Bombus terrestris (39%) and Apis mellifera (8%), with a low visitation rate. Manuelia postica, the only native species that visited L. concinna, are small bees with low potential for pollen loading, lengthy flower visits, do not fly among individuals because they complete their scopa in few flowers of the same individual and by visiting few flowers, it contributes little for cross-pollination. While B. terrestris, less frequently than M. postica, can be considered the most efficient pollinator of L. concinna because it performs short visits, has a great capacity of pollen load, flies between individuals and visits numerous flowers, generally contacting the stigma. The reintroduction of L. concinna individuals would be recommended to increase their populations and the pollen resources for bees, since this plant is the source of a large amount of these resources. Manuelia postica and possibly other native bees, with more pollen resources, and more frequently, could potentiate the chances of pollination, improving the fitness of this critical threatened species.FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas GeraisOutra AgênciaporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Ecologia, Conservacao e Manejo da Vida SilvestreUFMGBrasilICB - INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLOGICAShttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessEcologiaPolinizaçãoReproduçãoFloresSolanumPólenPlanta ameaçadaPolinizaçãoSucesso reprodutivoPolinização por vibraçãoDanos floraisAndromonoiciaProvisão de pólenConservaçãoPlantas raras e ameaçadas de extinção - sucesso reprodutivo, interações com polinizadores e implicações para a conservaçãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTese Juliana Ordones Rego.pdfTese Juliana Ordones Rego.pdfapplication/pdf975173https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/36151/1/Tese%20Juliana%20Ordones%20Rego.pdf08d9e8e7c700fb9e8bbf9920b40fa25cMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/36151/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/36151/3/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD531843/361512021-05-27 12:37:19.898oai:repositorio.ufmg.br:1843/36151TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2021-05-27T15:37:19Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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