Diferença e sensibilidade em Gilles Deleuze

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Joao Gabriel Alves Domingos
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8PKPMG
Resumo: Abordamos o problema da arte na filosofia de Deleuze através de uma contextualização da sensibilidade em um projeto de pensar a diferença nela mesma. Na introdução, abordamos o procedimento utilizado por Deleuze para fazer sua história da filosofia. Logo após, mostramos como Deleuze desenvolveu uma crítica da analogia através de sua leitura do método da divisão presente nos diálogos platônicos (Político, Sofista, Fedro). Na segunda parte, lemos Kant, mostrando como sua doutrina das faculdades 1 também realiza uma imagem do pensamento como representação. Mas, em ambos os casos, a interpretação de Deleuze é ambígua. Ele encontra, nesses sistemas representacionais, um momento no qual a diferença é pensada. Em Platão, quando no Sofista o filósofo grego propõe a aventura de pensar o não-ser (indicando ele mesmo o que significa a expressão nietzschiana reverter o platonismo) e em dois momentos da obra kantiana: (1) na Crítica da Razão Pura, quando um terceiro elemento (a forma pura do tempo) é inserido na lógica de dois termos do cogito cartesiano e (2), na Crítica da Faculdade do Juízo, quando o sublime é capaz de levar as faculdades até os seus respectivos limites, produzindo acordos contingentes (isto é, não pressupostos) entre elas. Segundo Deleuze, a teoria das condições é abandonada para a assunção da perspectiva genética; as condições de possibilidade são abandonadas para a assunção das condições da experiência real. A noção de repetição encontrada no conceito nietzschiano de eterno retorno, como repetição intensiva da diferença, é crucial para a perspectiva genética porque este conceito expressa uma lógica que não faz apelo a nenhuma forma de transcendência.
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