Efeitos do veneno de Loxosceles similis no modelo de implante subcutâneo de esponja em camundongos Swiss

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Núbia Braga Pereira
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-A4VHC4
Resumo: O envenenamento por aranhas do gênero Loxosceles provoca um conjunto de sinais e sintomas, chamado de loxoscelismo, que na maioria dos casos manifesta-se através do quadro dermonecrótico. O modelo mais utilizado para o estudo do loxoscelismo cutâneo é o coelho. No entanto, o desenvolvimento de um modelo animal de menor porte, fácil manuseio, menor custo e manutenção são necessários para o estudo da patogênese do loxoscelismo. A inflamação provocada pelo veneno bruto de Loxosceles similis, foi avaliada considerando a ativação de neutrófilos e macrófagos, vasodilatação, hiperemia, edema, hemorragia e a produção do TNF e VEGF utilizando o modelo murino de implante de esponjas. Trinta e dois camundongos Swiss, machos (6-8 semanas) foram implantados subcutaneamente com discos de esponjas de poliéster-poliuretano. Quatorze dias após a implantação os animais foram separados em dois grupos: (1) grupo controle: 16 camundongos que receberam intraimplante 30 L de solução salina; (2) grupo tratado: 16 camundongos que receberam a injeção intra-implante de 30 L (0.5 g) do veneno bruto de L. similis. Os animais foram eutanaziados com xilazina/quetamina 1h e 4h pós-injeção intra-implante. Microscopicamente, os implantes dos grupos tratados apresentaram inflamação aguda caracterizada por: infiltrado neutrofílico, edema, vasodilatação, hiperemia e hemorragia intensa. Alguns vasos apresentaram-se com as suas paredes rompidas. Através da análise morfométrica foi possível observar que a área de vasos foi significativamente maior nos grupos tratados. Os parâmetros bioquímicos como: conteúdo de hemoglobina, níveis das citocinas fator de necrose tumoral (TNF), fator de crescimento endotelial (VEGF), atividade das enzimas n-acetil- - glucosaminidase (NAG) e mieloperoxidase (MPO) foram significativamente maiores nos grupos tratados. Os efeitos do veneno de Loxosceles no tecido de granulação do implante em camundongos foram similares ao que se observa no loxoscelismo cutâneo em outras espécies (humanos ou coelhos). Consequentemente, o modelo murino de implante de esponjas promove um novo método para investigação de mecanismos celulares e moleculares associados com o loxoscelismo cutâneo.O envenenamento por aranhas Loxosceles conduz a um conjunto de sinais e sintomas, denominado loxoscelismo, que na maioria dos casos se manifesta sob o quadro dermonecrótico. Neste estudo, utilizou-se o modelo de implante subcutâneo de esponja em camundongo para descrever os efeitos do veneno de Loxosceles similis, com ênfase em 24 h após a injeção intraimplante e para avaliar a patogenia do loxoscelismo 1, 4 e 24 horas após a injeção do veneno. O presente trabalho tem como objetivos: (1) caracterizar histologicamente os efeitos do veneno bruto de L. similis no implante subcutâneo de esponjas; (2) quantificar os mastócitos do implante e mensurar sua atividade de desgranulação; (3) quantificar os subtipos de colágeno tipo I e III; (4) verificar, quantificar e avaliar a importância da apoptose no implante 1, 4 e 24 horas após a injeção do veneno na patogenia do loxoscelismo. Trinta camundongos Swiss (6-8 semanas, machos) foram implantados subcutaneamente com esponjas de poliéster-poliuretano. Após o 14º dia de implante, os animais foram divididos em seis grupos (n=5 para cada grupo): três grupos controles (C1h, C4h e C24 h), no qual receberam a injeção intraimplante de 30L de solução salina e três grupos tratados (T1h, T4h e T24 h), no qual receberam a injeção intraimplante de 30L (0,5 g) do veneno de L. similis. Após os intervalos de 1, 4 e 24 horas os animais foram eutanaziados, os implantes foram colhidos e processados para microscopia de luz e eletrônica. À microscopia de luz observouse, nos implantes injetados com veneno, inflamação aguda com intenso edema, presença de trombos ocludentes, vasculite, aumento dos índices de mastócitos e de desgranulação de mastócitos e de apoptose de células gigantes. Além disso, observou-se degradação de colágeno dos tipos I e III. As análises das ultraestruturas evidenciaram-se vários tipos celulares em apoptose. Os presentes resultados sugerem que a apoptose, a desgranulação de mastócitos e a degradação do colágeno são importantes na patogenia do loxoscelismo e sua ocorrência em alguns tipos celulares pode explicar a dificuldade no reparo da úlcera que comumente se observa no loxoscelismo.
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spelling Luciana MoroSilvia Passos AndradeEvanguedes KalapothakisMilene Alvarenga RachidMary Suzan VaraschinPaulo Eduardo Alencar de SouzaNúbia Braga Pereira2019-08-12T06:24:42Z2019-08-12T06:24:42Z2014-02-17http://hdl.handle.net/1843/BUBD-A4VHC4O envenenamento por aranhas do gênero Loxosceles provoca um conjunto de sinais e sintomas, chamado de loxoscelismo, que na maioria dos casos manifesta-se através do quadro dermonecrótico. O modelo mais utilizado para o estudo do loxoscelismo cutâneo é o coelho. No entanto, o desenvolvimento de um modelo animal de menor porte, fácil manuseio, menor custo e manutenção são necessários para o estudo da patogênese do loxoscelismo. A inflamação provocada pelo veneno bruto de Loxosceles similis, foi avaliada considerando a ativação de neutrófilos e macrófagos, vasodilatação, hiperemia, edema, hemorragia e a produção do TNF e VEGF utilizando o modelo murino de implante de esponjas. Trinta e dois camundongos Swiss, machos (6-8 semanas) foram implantados subcutaneamente com discos de esponjas de poliéster-poliuretano. Quatorze dias após a implantação os animais foram separados em dois grupos: (1) grupo controle: 16 camundongos que receberam intraimplante 30 L de solução salina; (2) grupo tratado: 16 camundongos que receberam a injeção intra-implante de 30 L (0.5 g) do veneno bruto de L. similis. Os animais foram eutanaziados com xilazina/quetamina 1h e 4h pós-injeção intra-implante. Microscopicamente, os implantes dos grupos tratados apresentaram inflamação aguda caracterizada por: infiltrado neutrofílico, edema, vasodilatação, hiperemia e hemorragia intensa. Alguns vasos apresentaram-se com as suas paredes rompidas. Através da análise morfométrica foi possível observar que a área de vasos foi significativamente maior nos grupos tratados. Os parâmetros bioquímicos como: conteúdo de hemoglobina, níveis das citocinas fator de necrose tumoral (TNF), fator de crescimento endotelial (VEGF), atividade das enzimas n-acetil- - glucosaminidase (NAG) e mieloperoxidase (MPO) foram significativamente maiores nos grupos tratados. Os efeitos do veneno de Loxosceles no tecido de granulação do implante em camundongos foram similares ao que se observa no loxoscelismo cutâneo em outras espécies (humanos ou coelhos). Consequentemente, o modelo murino de implante de esponjas promove um novo método para investigação de mecanismos celulares e moleculares associados com o loxoscelismo cutâneo.O envenenamento por aranhas Loxosceles conduz a um conjunto de sinais e sintomas, denominado loxoscelismo, que na maioria dos casos se manifesta sob o quadro dermonecrótico. Neste estudo, utilizou-se o modelo de implante subcutâneo de esponja em camundongo para descrever os efeitos do veneno de Loxosceles similis, com ênfase em 24 h após a injeção intraimplante e para avaliar a patogenia do loxoscelismo 1, 4 e 24 horas após a injeção do veneno. O presente trabalho tem como objetivos: (1) caracterizar histologicamente os efeitos do veneno bruto de L. similis no implante subcutâneo de esponjas; (2) quantificar os mastócitos do implante e mensurar sua atividade de desgranulação; (3) quantificar os subtipos de colágeno tipo I e III; (4) verificar, quantificar e avaliar a importância da apoptose no implante 1, 4 e 24 horas após a injeção do veneno na patogenia do loxoscelismo. Trinta camundongos Swiss (6-8 semanas, machos) foram implantados subcutaneamente com esponjas de poliéster-poliuretano. Após o 14º dia de implante, os animais foram divididos em seis grupos (n=5 para cada grupo): três grupos controles (C1h, C4h e C24 h), no qual receberam a injeção intraimplante de 30L de solução salina e três grupos tratados (T1h, T4h e T24 h), no qual receberam a injeção intraimplante de 30L (0,5 g) do veneno de L. similis. Após os intervalos de 1, 4 e 24 horas os animais foram eutanaziados, os implantes foram colhidos e processados para microscopia de luz e eletrônica. À microscopia de luz observouse, nos implantes injetados com veneno, inflamação aguda com intenso edema, presença de trombos ocludentes, vasculite, aumento dos índices de mastócitos e de desgranulação de mastócitos e de apoptose de células gigantes. Além disso, observou-se degradação de colágeno dos tipos I e III. As análises das ultraestruturas evidenciaram-se vários tipos celulares em apoptose. Os presentes resultados sugerem que a apoptose, a desgranulação de mastócitos e a degradação do colágeno são importantes na patogenia do loxoscelismo e sua ocorrência em alguns tipos celulares pode explicar a dificuldade no reparo da úlcera que comumente se observa no loxoscelismo.Envenomation by Loxosceles spider bite leads to a set of signs and symptoms, called loxoscelism, which in most cases manifests through the dermonecrotic frame. The development of a smaller size animal model, of easy handling and maintenance, and lower cost is needed to study the loxoscelism pathogenesis. The inflammatory effects of the Loxosceles similis crude venom was evaluated considering neutrophil and macrophage activation, vasodilatation, hyperhaemia, edema, hemorrhage and TNF- and VEGF production using the murine sponge implant model. Thirty two, male, Swiss mice (68 weeks old) were implanted subcutaneously with polyetherpolyurethane sponge discs. Fourteen days post implantation, animals were separated into two groups: (1) control group16 mice received 30 L of saline intra-implant; (2) treated group-sixteen mice injected with 0.5 g/30 L of L. similis crude venom intra-implant. The animals were euthanized with xylazine/ketamine after 1 and 4 h post-injection. Microscopically, implants of the treated groups presented an acute inflammation characterized by: neutrophilic infiltrate, edema, vasodilatation, hyperhaemia, and severe hemorrhage. Some vessels presented ruptured walls. Under morphometric analysis, vessel area was bigger in the treated groups compared with the control ones. The biochemical parameters, hemoglobin content, levels of the cytokines tumor necrosis factor (TNF) and vascular endothelial growth factor (VEGF), inflammatory enzyme activities n-acethyl--glucosaminidase (NAG) and myeloperoxidadase (MPO) were also significantly higher in the venom-treated groups. The effects of Loxosceles venom in the granulation tissue of the implant in mice were similar to those observed in cutaneous loxoscelism in other species (human and rabbits). Consequently, the murine sponge implant model provides a new method to investigate cellular/molecular mechanisms associated with cutaneous loxoscelism.Envenomation by the Loxosceles spider causes loxoscelism, a pattern of signs and symptoms that primarily manifests in the dermonecrotic form. Our studies have shown that a mouse subcutaneous sponge implantation model may be useful in evaluating the effects of Loxosceles similis venom. This model provides an ideal microenvironment in which to study loxoscelism; however, it is still important to evaluate its pathogenesis and to observe the effects of L. similis venom for longer time periods than those in previous studies of this model. The aims of this study are: (1) to histologically characterize the effects of L. similis crude venom in a subcutaneous sponge implant; (2) to quantify the mast cells present in the implant and to measure their degranulation activity; (3) to quantify collagen subtypes I and III; and (4) to verify, quantify, and evaluate the effects of apoptosis in the implant on the pathogenesis of loxoscelism at 1h, 4h, and 24 h after injecting the venom. Thirty Swiss mice (6-8 weeks, male) were subcutaneously implanted with polyester-polyurethane sponge discs. Fourteen days post-implantation, the animals were divided into six groups (5 animals per group): three control groups (C1h, C4h, and C24h), in which the mice received 30 l injections of intra-implant saline, and three treated groups (T1h, T4h, and T24h), in which the mice received 30 L (0.5 g) injections of L. similis crude venom at 1h, 4h, and 24 h intervals. After each time interval, the animals were euthanized, and the implants were harvested and processed for light and electron microscopic analyses. The following results were observed in the implants harvested from the treated groups: acute inflammation with marked edema, thrombus, and vasculitis, as well as increased levels of mast cells and mast cell degranulation, and apoptosis in giant cells. Furthermore, degradation of collagen types I and III was observed. An analysis of the ultrastructure revealed apoptosis in various cell types. The present results suggest that apoptosis in some cell types associated with an increase in mast cell degranulation and the degradation of collagen fibers are important in the pathogenesis of loxoscelism therefore may explain the difficulty in repairing the ulcer is commonly observed in severe cases of loxoscelism cutaneous in humans.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGVenenos de aranhaPatologiaPicaduras de AranhasApoptoseCamundongosImplantes experimentaisLoxoscelismoLoxosceles similisDesgranulação de mastócitosImplante de esponjaLoxoscelesApoptoseEfeitos do veneno de Loxosceles similis no modelo de implante subcutâneo de esponja em camundongos Swissinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALn_bia_braga_pereira_tese_final.pdfapplication/pdf4759948https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-A4VHC4/1/n_bia_braga_pereira_tese_final.pdfac23c0d75b6093d3dc281da343afbcd5MD51TEXTn_bia_braga_pereira_tese_final.pdf.txtn_bia_braga_pereira_tese_final.pdf.txtExtracted texttext/plain115806https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-A4VHC4/2/n_bia_braga_pereira_tese_final.pdf.txt64065134cdccb731bfd09ff2c7251117MD521843/BUBD-A4VHC42019-11-14 10:06:12.702oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-A4VHC4Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T13:06:12Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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