Análise do fluxo reverso de veículos em fim de vida no Estado de Minas Gerais

• Autor(a) principal: Jomara Gonçalves Nogueira
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/57229
• topic: Fluxo reverso; Rastreabilidade; Reciclagem; Resíduos sólidos; Veículos em fim de vida; Engenharia sanitária; Saneamento; Engenharia reversa; Resíduos sólidos - Reaproveitamento; Veículos

Os veículos em fim de vida estão entre os mais importantes fluxos reversos de resíduos sólidos do mundo, variados na sua composição e volume, são valiosas fontes de matérias-primas secundárias para o ciclo produtivo. A análise deste fluxo é essencial para mapear os fatores que limitam a circularidade dos resíduos veiculares. O Estado de Minas Gerais representa a segunda maior frota do Brasil e ainda não possui um controle sistêmico da destinação final destes veículos, impondo um esforço crescente ao setor público e privado para a implementação de estratégias eficazes no equacionamento de seu fluxo reverso. Assim, este trabalho propõe apresentar um diagnóstico sobre o fluxo reverso de veículos em fim de vida em Minas Gerais. Seus objetivos específicos compreendem quantificar a frota em fim de vida, identificar os atores participantes deste fluxo e os seus papéis. A metodologia compõe-se de cinco etapas além da revisão bibliográfica. A primeira etapa corresponde a coleta de dados da frota circulante e de veículos sucata leiloados. A segunda etapa consiste na realização de análises estatísticas (teste de Shapiro Wilk, teste t, teste de Mann Whitney e análise de previsão) no programa IBM SPSS versão 25. A terceira etapa inclui a coleta de dados da cadeia reversa e elaboração de mapas temáticos no programa Qgis 3.22.99. A quarta etapa inlcui a coleta de dados de abandono em via pública e análise de conteúdo. A quinta etapa compreende a realização de entrevistas semiestruturadas, transcrição e análise de conteúdo sem utilização de programa auxiliar. Os resultados mostraram que a previsão estatística obtida apresentou boa qualidade, estima-se que sejam gerados 72.791 VFV’s para 2030, totalizando 37.765 toneladas de resíduos sólidos a serem destinados adequadamente em Minas Gerais. O fluxo identificado inicia com a saída obrigatória e voluntária de veículos em circulação. A coleta ocorre nas remoções de veículos apreendidos, posteriormente transportados e guardados por empresas credenciadas junto ao DETRAN-MG para seguir à alienação via leilão, além das coletas referentes as alienações diretas pelos proprietários. Após o desfazimento, o fluxo segue para a desmontagem com fins ao reuso e outras diferentes formas de valorização dos resíduos. Foi evidenciada a ausência de rastreabilidade em todo o processo, os geradores em sua grande maioria não reportam essas informações aos órgãos de controle, resultado que impactou diretamente na saída do fluxo. Os atores do fluxo estão representados por pessoas físicas e jurídicas (públicas e privadas). A cadeia reversa é predominantemente representada por pequenas empresas de capacidade operacional reduzida e baixo nível de industrialização, com limitado potencial de recuperar valor nos resíduos veiculares. A falta de transparência no acesso à informação, a burocracia administrativa na liberação de veículos sucata com vistas à reciclagem, a falta de articulação entre atores governamentais, a inexistência de uma política industrial alinhada com a Política Nacional de Resíduos Sólidos e a isenção de responsabilidade da indústria automobilística em todo o fluxo reverso apresentado, estão entre os principais fatores limitantes do diagnóstico obtido no Estado de Minas Gerais.