Detalhes bibliográficos
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
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spelling Silke KappRenata Moreira MarquezAna Maria Rabelo GomesLuna Esmeraldo Gama Lyra2019-08-12T05:55:34Z2019-08-12T05:55:34Z2016-09-30http://hdl.handle.net/1843/MMMD-AKMLLWEste trabalho tem como intuito compreender de que maneira o planejamento e a produção do espaço urbano afetam de forma sexista a vida das mulheres, particularmente daquelas mais pobres e periféricas. Para tanto, foram realizados sete estudos de caso com mulheres que trabalham como faxineiras diaristas e que vivem na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a partir de entrevistas realizadas em seus percursos cotidianos entre trabalho e casa. A pesquisa abrangeu três aspectos da relação dessas mulheres com a cidade: o trabalho de reprodução, a mobilidade urbana e o espaço cotidiano. A partir da análise das entrevistas e dos percursos realizados, foi possível concluir, em primeiro lugar, que um elemento fundamental para a consolidação da precariedade das vidas dessas mulheres é o espaço. É através dele que se materializam as distâncias metropolitanas, e é nele que são distribuídos desigualmente os recursos e investimentos arrecadados coletivamente. No campo da mobilidade urbana, observou-se a prevalência de investimentos para a atender os fluxos demandados pelas atividades produtivas, tanto no transporte público como nas políticas públicas em geral, desconsiderando-se outros percursos e atividades presentes no espaço urbano. Os percursos das mulheres entrevistadas são repletos de pequenas paradas e com grande mudança de modais, portanto, não estão contemplados pela lógica atual e são, por essa razão, mais longos e cansativos. No que tange o espaço cotidiano, foi possível perceber que todas as mulheres viviam em bairros surgidos a partir de loteamentos populares em regiões periféricas à Belo Horizonte e aos seus próprios municípios, com grande precariedade de serviços e infraestrutura urbana. Ficou claro que os espaços residenciais foram desenhados de modo a maximizar o lucro e com pouca preocupação em estimular a qualidade de vida dos moradores. Esse cenário dificulta em grande medida a realização de atividades simples de reprodução, impondo às mulheres uma rotina de deslocamento para regiões próximas ou para o centro de Belo Horizonte para suprir suas necessidades. Tampouco facilitam o contato e a organização entre vizinhos, que poderiam compartilhar com elas demandas coletivas. Por fim, foi possível constatar também pequenos gestos, em um nível individual, de resistência e criatividade para tornar o cotidiano menos dispendioso em termos de energia e de dinheiro. Seus corpos, muitas vezes postos em situação de vulnerabilidade, revelam também uma potência para se opor aos obstáculos presentes no espaço urbano.This research aims to understand how the urban planning and production of urban space affect women's lives in a sexist way, especially those who are the poorest and who live in peripheral settlements. Therefore, seven case studies of women who work as housekeepers and live in the metropolitan region of Belo Horizonte (RMBH) were conducted, based on interviews along their commuting travels between work and home. The research addressed three aspects of the relationship between these women and their urban experience: reproduction work, urban mobility and everyday space. From the analysis of interviews and commuting journeys, it was concluded that a key element in the consolidation of the precariousness of the lives of these women is the space where they live and pass by. It is through the space that metropolitan distances materialize and it is on the space that public resources and investments are unequally distributed. In the urban mobility matter, it was found a prevalence of investments to attend flows demanded by solely by productive activities in both public transport and mobility policies, disregarding the diversity of routes and activities in the urban space. The routes of the interviewed women are composed mainly by small stops and various transport modal changes. Thus, they are not assisted by the current logic of mobility policies and face more exhaustive and longer commuting. Regarding the daily space, it was revealed that all seven women live in popular housing developments in peripheral regions of RMBH, poorly assisted by precarious essential services and urban infrastructure. It was clear that these residential areas were designed to maximize profit and with little concern about stimulating life quality for its residents. This scenario largely complicates the fulfillment of simple reproduction activities, imposing women a tiresome routine of shifts to nearby regions or Belo Horizontes CBD to meet their household needs. Also, it impedes contact and organization among neighbors, who might share collective demands with them. Finally, it was found that, on an individual level, small gestures of strength and creativity are vital to make the everyday less expensive in terms of energy and money. Their bodies, often placed in vulnerable situations, can also reveal power to oppose the obstacles presented in the urban space.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGEspaço urbanoMulheresPlanejamento urbanoTransporte urbanoEspaçoMobilidade urbanacotidianoGêneroPlanejamento urbanoTrabalho de reproduçãoPor onde caminham as mulheres?: um estudo sobre os percursos cotidianos de mulheres diaristas em Belo Horizonteinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINAL2017_01_luna_lyra___disserta__o.pdfapplication/pdf44750280https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MMMD-AKMLLW/1/2017_01_luna_lyra___disserta__o.pdfd0046e9c47c4c7f5411b8dd49c81a662MD51TEXT2017_01_luna_lyra___disserta__o.pdf.txt2017_01_luna_lyra___disserta__o.pdf.txtExtracted texttext/plain256500https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MMMD-AKMLLW/2/2017_01_luna_lyra___disserta__o.pdf.txtd3a455ca83d66a815b6f41ec94a1e96eMD521843/MMMD-AKMLLW2019-11-14 09:32:45.486oai:repositorio.ufmg.br:1843/MMMD-AKMLLWRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T12:32:45Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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