Determinantes organizacionais e especificidades da capacidade de absorção de firmas no Brasil

• Autor(a) principal: André Luiz da Silva Teixeira
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/32496; https://orcid.org/0000-0002-2649-9431
• topic: Capacidade de Absorção; Inovação Organizacional; País em Desenvolvimento; Qualitative Comparative Analysis (QCA); Análise de Componentes Principais Categórica (CatPCA); Pesquisa de Inovação (PINTEC); Brasil; Desenvolvimento organizacional; Nomes comerciais; Brasil; Planejamento empresarial

A presente tese tem como objetivo geral analisar os determinantes organizacionais e as especificidades da Capacidade de Absorção (CA) de firmas inseridas em um contexto de país em desenvolvimento, como o Brasil. Em termos teóricos, argumenta-se que esses determinantes podem ser interpretados como rotinas ou inovações organizacionais. Demonstra-se, também, que o conceito seminal de CA se relaciona com alguns conceitos prévios, como capacidade organizacional e serviços penrosianos, e surge como crítica tanto ao pressuposto de conhecimentos externos disponíveis sem custos para as firmas quanto à relação unidirecional entre concentração industrial e atividades de P&D destas. Propõe-se uma “configuração elementar bipartite” da CA como síntese à discussão sobre a origem e evolução desse conceito. Em termos empíricos, são realizadas duas análises distintas. A primeira emprega a PINTEC 2011 e 2014 para mostrar como as firmas inovadoras brasileiras, inseridas em um contexto de um “ciclo vicioso de uma CA limitada”, constroem suas capacidades para absorver conhecimentos do mercado ou acadêmicos. Tem-se que: (a) a capacidade de absorção acadêmica depende de relações externas e das habilidades dos pesquisadores empregados; (b) a capacidade de absorção do mercado depende de inovações organizacionais internas; (c) ambas as capacidades são favorecidas por dispêndios em treinamento da mão-de-obra ou aquisição de P&D externo, mas não por gastos em P&D interno. A segunda análise empírica utiliza um survey específico à mensuração da CA e de seus determinantes organizacionais, complementando os resultados anteriores. Encontra-se que práticas gerenciais que promovam a participação da mão-de-obra em projetos inovativos estratégicos favorecem uma CA voltada à aplicação de novos conhecimentos externos na adaptação de tecnologias existentes. Revela-se, também, que diferentes capacidades absortivas, associadas com distintas estratégias, exigem diferentes configurações organizacionais para serem construídas. Sugere-se, portanto, que essa articulação entre estratégia das firmas, suas estruturas organizacionais e capacidades absortivas seja objeto de novos estudos para compreender as heterogeneidades entre firmas em países em desenvolvimento.