Inquisição moderna: os tormentos como meio de prova nos Autos de Devassa da Inconfidência Mineira

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Margareth de Abreu Rosa
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-ASNHRK
Resumo: A presente tese trata do processo inquisitório visando avaliar contribuições e a possível herança inquisitorial ao processo penal brasileiro, possibilitando reflexão sobre a tradição jurídica lusitana e sua influência na formação do direito processual penal pátrio. Utilizando-se de pesquisa documental e histórica comparativa, são apresentados dados sobre a história da inquisição, de seu legado para a formação do processo penal, bem como sua aplicação na jurisdição real, mediante procedimentos previstos pelos tribunais eclesiásticos no que tange aos crimes de lesa-majestade, em particular pela atuação dos soberanos para reprimir conspirações contra a Metrópole, que utilizou de práticas inquisitoriais com o objetivo de manter a supremacia da Coroa: a legislação portuguesa aplicada na Colônia aos inconfidentes mineiros retratou, de forma clara, e não poderia ser diferente, a tradição jurídica lusitana e sua organização judiciária. O processo dos inconfidentes mineiros, do qual Tiradentes foi a principal personagem, reforça o sentido de que, conforme previsto nas Ordenações Filipinas, ao crime de sedição aplicava-se a pena de morte, e o procedimento seguiria o ritual inquisitivo, com supremacia pela busca da verdade real, obtida por meio da confissão como prova cabal para a condenação. Assim, tem-se que os tormentos, como meio de prova, previstos nos procedimentos da época para os interrogatórios, aos quais foi submetido Tiradentes, foram decisivos para ensejar a confissão, contaminar a sentença e sustentar o decreto condenatório.
id UFMG_756f296615a947c30202e6c40ab3b853
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-ASNHRK
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Sergio Luiz de Souza AraujoMonica Sette LopesFelipe Martins PintoCarla Vasconcelos CarvalhoErnane Salles da Costa JúniorMargareth de Abreu Rosa2019-08-14T08:45:47Z2019-08-14T08:45:47Z2017-09-04http://hdl.handle.net/1843/BUOS-ASNHRKA presente tese trata do processo inquisitório visando avaliar contribuições e a possível herança inquisitorial ao processo penal brasileiro, possibilitando reflexão sobre a tradição jurídica lusitana e sua influência na formação do direito processual penal pátrio. Utilizando-se de pesquisa documental e histórica comparativa, são apresentados dados sobre a história da inquisição, de seu legado para a formação do processo penal, bem como sua aplicação na jurisdição real, mediante procedimentos previstos pelos tribunais eclesiásticos no que tange aos crimes de lesa-majestade, em particular pela atuação dos soberanos para reprimir conspirações contra a Metrópole, que utilizou de práticas inquisitoriais com o objetivo de manter a supremacia da Coroa: a legislação portuguesa aplicada na Colônia aos inconfidentes mineiros retratou, de forma clara, e não poderia ser diferente, a tradição jurídica lusitana e sua organização judiciária. O processo dos inconfidentes mineiros, do qual Tiradentes foi a principal personagem, reforça o sentido de que, conforme previsto nas Ordenações Filipinas, ao crime de sedição aplicava-se a pena de morte, e o procedimento seguiria o ritual inquisitivo, com supremacia pela busca da verdade real, obtida por meio da confissão como prova cabal para a condenação. Assim, tem-se que os tormentos, como meio de prova, previstos nos procedimentos da época para os interrogatórios, aos quais foi submetido Tiradentes, foram decisivos para ensejar a confissão, contaminar a sentença e sustentar o decreto condenatório.This thesis aims to discuss the inquisitorial process, in order to evaluate the contributions and the possible inquisitorial heritage the Brazilian criminal procedure, allowing a reflection on the Lusitanian legal tradition and its influence on the formation of homeland criminal procedural law. However, using a comparative documentary and historical research, present data investigating the history of the Inquisition, his legacy to the formation of criminal procedure and their application in real jurisdiction through procedures established by the ecclesiastical courts, in terms the crimes of lesa-majestade, particularly by the actions of sovereigns to suppress conspiracies against the metropolis to apply medieval and inquisitorial practices in order to maintain the supremacy of the crown. Portuguese law applied in the colony to the Inconfidentes Mineiros portrays adequately enough the Lusitanian legal tradition and its judicial system. The process of the Inconfidentes Mineiros, which Tiradentes was his main character, reinforces the view that, as provided for in the Filipinas Ordinances, the crime of sedition applied to the death penalty and the procedure follow the inquisitive ritual with supremacy to the search for truth real obtained through confession as complete evidence for conviction. We conclude that the interrogation which was submitted Tiradentes were decisive to give rise to confession, contaminate the sentence and sustain condemnatory decree. Thus, torments, as a means of proof, foreseen in the procedures of the period for the interrogations to which Tiradentes was subjected, were decisive in inducing the confession, contaminating the sentence and sustaining the condemnatory decree.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGProcesso penalInquisiçãoProcesso PenalInquisiçãoOrdenações filipinasTormentosAutos de Devassa da Inconfidência MineiraInquisição moderna: os tormentos como meio de prova nos Autos de Devassa da Inconfidência Mineirainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese.revisada.margareth.oficial.1.ref.defesa___margareth.pdfapplication/pdf1737101https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-ASNHRK/1/tese.revisada.margareth.oficial.1.ref.defesa___margareth.pdf54a8ff6598a836206281031b3771f26dMD51TEXTtese.revisada.margareth.oficial.1.ref.defesa___margareth.pdf.txttese.revisada.margareth.oficial.1.ref.defesa___margareth.pdf.txtExtracted texttext/plain477603https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-ASNHRK/2/tese.revisada.margareth.oficial.1.ref.defesa___margareth.pdf.txtcac9799e7379402a3e5331ef55ffbf2eMD521843/BUOS-ASNHRK2019-11-14 16:07:25.382oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-ASNHRKRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T19:07:25Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Inquisição moderna: os tormentos como meio de prova nos Autos de Devassa da Inconfidência Mineira
title Inquisição moderna: os tormentos como meio de prova nos Autos de Devassa da Inconfidência Mineira
spellingShingle Inquisição moderna: os tormentos como meio de prova nos Autos de Devassa da Inconfidência Mineira
Margareth de Abreu Rosa
Processo Penal
Inquisição
Ordenações filipinas
Tormentos
Autos de Devassa da Inconfidência Mineira
Processo penal
Inquisição
title_short Inquisição moderna: os tormentos como meio de prova nos Autos de Devassa da Inconfidência Mineira
title_full Inquisição moderna: os tormentos como meio de prova nos Autos de Devassa da Inconfidência Mineira
title_fullStr Inquisição moderna: os tormentos como meio de prova nos Autos de Devassa da Inconfidência Mineira
title_full_unstemmed Inquisição moderna: os tormentos como meio de prova nos Autos de Devassa da Inconfidência Mineira
title_sort Inquisição moderna: os tormentos como meio de prova nos Autos de Devassa da Inconfidência Mineira
author Margareth de Abreu Rosa
author_facet Margareth de Abreu Rosa
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Sergio Luiz de Souza Araujo
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Monica Sette Lopes
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Felipe Martins Pinto
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Carla Vasconcelos Carvalho
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Ernane Salles da Costa Júnior
dc.contributor.author.fl_str_mv Margareth de Abreu Rosa
contributor_str_mv Sergio Luiz de Souza Araujo
Monica Sette Lopes
Felipe Martins Pinto
Carla Vasconcelos Carvalho
Ernane Salles da Costa Júnior
dc.subject.por.fl_str_mv Processo Penal
Inquisição
Ordenações filipinas
Tormentos
Autos de Devassa da Inconfidência Mineira
topic Processo Penal
Inquisição
Ordenações filipinas
Tormentos
Autos de Devassa da Inconfidência Mineira
Processo penal
Inquisição
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Processo penal
Inquisição
description A presente tese trata do processo inquisitório visando avaliar contribuições e a possível herança inquisitorial ao processo penal brasileiro, possibilitando reflexão sobre a tradição jurídica lusitana e sua influência na formação do direito processual penal pátrio. Utilizando-se de pesquisa documental e histórica comparativa, são apresentados dados sobre a história da inquisição, de seu legado para a formação do processo penal, bem como sua aplicação na jurisdição real, mediante procedimentos previstos pelos tribunais eclesiásticos no que tange aos crimes de lesa-majestade, em particular pela atuação dos soberanos para reprimir conspirações contra a Metrópole, que utilizou de práticas inquisitoriais com o objetivo de manter a supremacia da Coroa: a legislação portuguesa aplicada na Colônia aos inconfidentes mineiros retratou, de forma clara, e não poderia ser diferente, a tradição jurídica lusitana e sua organização judiciária. O processo dos inconfidentes mineiros, do qual Tiradentes foi a principal personagem, reforça o sentido de que, conforme previsto nas Ordenações Filipinas, ao crime de sedição aplicava-se a pena de morte, e o procedimento seguiria o ritual inquisitivo, com supremacia pela busca da verdade real, obtida por meio da confissão como prova cabal para a condenação. Assim, tem-se que os tormentos, como meio de prova, previstos nos procedimentos da época para os interrogatórios, aos quais foi submetido Tiradentes, foram decisivos para ensejar a confissão, contaminar a sentença e sustentar o decreto condenatório.
publishDate 2017
dc.date.issued.fl_str_mv 2017-09-04
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-14T08:45:47Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-14T08:45:47Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/BUOS-ASNHRK
url http://hdl.handle.net/1843/BUOS-ASNHRK
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-ASNHRK/1/tese.revisada.margareth.oficial.1.ref.defesa___margareth.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-ASNHRK/2/tese.revisada.margareth.oficial.1.ref.defesa___margareth.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 54a8ff6598a836206281031b3771f26d
cac9799e7379402a3e5331ef55ffbf2e
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589258331553792