Efeitos da exposição crônica a estrona na gametogênese e reprodução do zebrafish (Danio rerio)

• Autor(a) principal: Yves Moreira Ribeiro
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/60342; https://orcid.org/0000-0002-8181-553X
• topic: Estrógenos ambientais; Toxicologia reprodutiva; Esteroides sexuais; Estresse oxidativo; Biologia Celular; Estrona; Hormônios Esteroides Gonadais; Estresse Oxidativo; Reprodução

A estrona é um contaminante ambiental importante em países que tem a pecuária como atividade econômica relevante devido a contaminação dos corpos d’agua a partir de lixiviação das excretas de aves, suínos, bovinos e equinos. O objetivo do presente trabalho foi analisar os efeitos da exposição a estrona em concentrações ambientalmente relevantes na gametogênese e reprodução do zebrafish (Danio rerio). Para isto, os peixes foram expostos a estrona nas concentrações de 20, 200 e 2000 ng/L por 49 dias. Nas gônadas, foram analisadas a proporção (%) de componentes teciduais, dosagem de 11-ketotestosterona e 17β-estradiol, proliferação e morte celular, expressão de IGF1, IGF2, IGF1R e iNOS e avaliada a produção de óxido nítrico. Foram também avaliados os parâmetros de qualidade do sêmen, a produção de ovos e a taxa de fertilização. Os resultados mostraram que a exposição a estrona provoca alterações na produção dos esteroides sexuais, via de sinalização dos IGFs e aumento da produção de óxido nítrico que levaram a alterações na proporção das células germinativas e componentes somáticos gonadais. A produção de ovos foi reduzida em todos os grupos expostos a estrona e qualidade do sêmen foi afetada com redução significativa da motilidade progressiva, velocidade curvilínea e frequência do batimento flagelar nos grupos de 20 e 2000 ng/L, junto da redução significativa da taxa de fertilização nos grupos 200 e 2000 ng/L de estrona. Os resultados do presente estudo indicam que a estrona exerce efeitos deletérios nos testículos, ovários e na reprodução dos peixes mesmo nas concentrações ambientalmente relevantes, e que suas concentrações nas águas devem ser monitoradas visando a conservação deste grupo de vertebrados.