Avaliação da ampliação foraminal, centralização do preparo apical, características geométricas e flexibilidade de instrumentos reciprocantes Reciproc Blue R25 e duas réplicas

• Autor(a) principal: Cícero Ferreira Maia
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/60621
• topic: Ampliação foraminal; Ápice dentário; Endodontia; Microscopia eletrônica de varredura; Instrumentos reciprocantes; Endodontia; Ápice dentário; Cavidade pulpar; Microscopia eletrônica de varredura; Instrumentos odontológicos

Um dos grandes desafios da Endodontia é vencer a grande variabilidade morfológica do sistema de canais radiculares e promover uma adequada desinfecção em toda sua extensão. O transporte do forame apical pode levar a complicações nos procedimentos de limpeza e obturação subsequentes. Esse trabalho se propôs a avaliar por meio da Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) as alterações morfológicas, a ampliação e centralização do preparo apical após instrumentação de canais radiculares em dentes extraídos utilizando limas reciprocantes Reciproc Blue R25, e duas de suas réplicas, sistemas NiTi TDK V-File e UnivyOne. Quarenta e oito pré-molares extraídos foram utilizados e divididos em 9 grupos. Cada grupo com 7 canais foi instrumentado com um dos 3 sistemas de limas avaliados e em uma das 3 seguintes situações: comprimentos de trabalho no nível do forame apical (RB0, VF0 e UO0), um milímetro além do forame (RB1, VF1 e UO1) e dois milímetros além do forame (RB2, VF2 e UO2). O estudo também relacionou o comportamento destes instrumentos à sua flexibilidade e características geométricas. Para avaliação de alterações morfológicas do forame apical após a ampliação foraminal, os ápices radiculares dos dentes foram analisados através de Microscopia Eletrônica de Varredura, MEV. A ampliação do forame e a ocorrência de transporte apical foi medida a partir de imagens antes e após o preparo do canal de acordo com as medidas de área e análise de Feret dos forames apicais, utilizando o software ImageJ. As imagens foram avaliadas por 1 examinador previamente treinado e calibrado. Fotos em alta resolução e o software Image J 1.48V foram utilizados para mensuração do comprimento total e diâmetros a cada milímetro da parte ativa dos instrumentos (n=10). A flexibilidade dos instrumentos (n=10) foi aferida através de ensaios de dobramento a 45° utilizando uma máquina de testes (Analógica, Belo Horizonte, MG, Brasil) construída com base na especificação ISO 3630-1 (International Organization for Standardization, 1992). Todos os valores observados foram anotados e a análise estatística foi realizada através do programa SPSS – Statistical Package for the Social Sciences. Foram feitas análises descritivas através das frequências absolutas, média, mediana, desvio padrão e amplitude. O teste de normalidade Shapiro-Wilk foi usado para avaliar a distribuição das variáveis contínuas de acordo com os grupos e sistemas de limas analisados. Para as variáveis com distribuição normal foram realizados os testes ANOVA one-way com pós-teste de Tukey e teste T pareado. Para as variáveis com distribuição não-normal foram realizados os testes Kruskal-Wallis com pós-teste Dunn e teste Wilcoxon. Para todos os testes, foi considerado um nível de significância de 5%. Os resultados mostraram que, em relação à ampliação foraminal, todos canais apresentaram um aumento da área final dos forames em comparação à área inicial, sem diferença estatística entre os sistemas de instrumentos e comprimentos de trabalho avaliados. Não foi encontrada diferença na Relação de Feret obtida para os grupos, tanto antes quanto após a instrumentação, demonstrando que não houve transporte apical significativo em nenhuma das situações avaliadas. O sistema de limas Reciproc Blue apresentou menor diâmetro nas medidas de diâmetro D1, quando comparado ao sistema de limas V-File (P = 0,021), e nas medidas D3 e D4, quando comparado ao sistema de limas Univy One (P = 0,039 e P = 0,017, respectivamente). Nos testes de flexibilidade, o sistema Univy One mostrou-se mais flexível e o V-File menos flexível (P<0,001). O estudo concluiu que apesar de os sistemas Reciproc Blue e suas réplicas não serem iguais em termos de geometria e flexibilidade, não houve diferença entre eles quanto à ampliação foraminal e transporte apical, em nenhuma das situações avaliadas.