Mosaico de alterações estruturais e potencial sinalizador dos voláteis em galhas induzidas por Thysanoptera em Myrcia spp.

• Autor(a) principal: Nina de Castro Jorge
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/55956
• topic: Domínios adaxial-abaxial; Galhas de dobramento e enrolamento; Holopothrips striatus; Myrtaceae; Tripes galhadores; Fisiologia vegetal; Myrtaceae; Thysanoptera; Galhas (Botânica)

Estudos sobre galhas de Thysanoptera na região Neotropical são escassos e estima-se que diversas espécies de tripes indutores de galhas ainda não foram descritas por este motivo. Neste trabalho uma nova espécie de tripes galhador foi descrita, Holopothrips striatus, que induz galhas de dobramento/enrolamento em Myrcia retorta. Além disso, o estudo comparativo de duas galhas de dobramento/enrolamento em duas espécies de Myrtaceae, Myrcia retorta e Myrcia splendens, descreve processos distintos de desenvolvimento para a formação de uma mesma forma final. O mosaico de alterações observados nestas galhas, correspondente à áreas de hipersensibilidade, compactação e homogeneização do mesofilo, são gerados a partir da quebra ou não da polaridade adaxial-abaxial nas folhas. Este processo, mais expressivo em M. retorta, é desencadeado devido à idade da folha hospedeira no momento da oviposição, uma vez que o sinal para os domínios adaxiais e abaxiais são oriundos do meristema apical e desencadeiam respostas em folhas jovens. Como a indução de galhas em M. splendens se dá em folhas maduras o que se observa é a manutenção da diferenciação do mesofilo e menor resposta da folha aos danos gerados pelo galhador. Estes resultados destacam que, apesar do hábito alimentar ser importante para a formação das galhas, ele não é o único fator determinante. As restrições impostas pela planta hospedeira, a idade da folha hospedeira, além dos hábitos de oviposição também são cruciais para determinar o desenvolvimento das galhas. As alterações estruturais observadas nestas galhas, corroboram sua classificação como galhas verdadeiras, refutando a ideia de que seriam pseudogalhas, devido ao fato de serem permanentemente abertas, encontradas somente em folhas e não apresentarem neoformação de tecidos. Ambas as galhas apresentam processos morfogenéticos distintos, planta-dependentes, e convergiram para a mesma forma e função final. Às alterações estruturais somam-se as alterações químicas, especialmente em relação a voláteis que atuam como biomarcadores e na sinalização entre planta-inseto e entre planta-planta na população de Myrcia splendens. Apesar de consideradas simples, os sistemas Thysanoptera-Myrcia spp. aqui estudados apresentaram alterações estruturais e químicas bastante relevantes e se mostraram excelentes modelos de estudo para o entendimento dos processos de desenvolvimento vegetal e das potencialidades químicas envolvidas na indução das galhas. Além disso, as galhas são modelos potenciais para aumentar o conhecimento sobre a entomofauna na região neotropical.