Morfoanatomia, histoquímica e ultraestrutura floral de espécies de annonaceae do cerrado

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Natalia Arias Galastri
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-97PK99
Resumo: Incluída em Magnoliales, Annonaceae éa maior família entre as Angiospermas basais, havendo carência de dados estruturais, histoquímicos e ultraestruturais das flores dessas plantas, especialmente do Cerrado. Assim, o objetivo geral deste trabalho foi realizar um estudo estrutural, histoquímico e ultraestrutural das flores de sete espécies de Annonaceae, típicas do bioma Cerrado (Annona coriacea, A. crassiflora, A. dioica, A. emarginata, Duguetia furfuracea, Guatteria australis e Xylopia aromatica). Para isto, foram utilizadas técnicas usuais de processamento para microscopia de luz, microscopia eletrônica de transmissão e microscopia eletrônica de varredura. Muitas Annonaceae apresentam tecidos nutritivos nas pétalas, que constituem adaptações àcantarofilia. Nas espécies estudadas (Capí tulo 1), verifica-se que a regi ão nutritiva apresenta epiderme uniestratificada, com variados tipos de células e mesofilo parenquimático, com idioblastos fenólicos e cristalíferos, células com substâncias pécticas no espaço periplasmático e reserva de amido. Tais células apresentam matriz citoplasmática densa, rica em mitocôndrias, dictiossomos e plast í dios em que se destacam grandes grãos de amido. Para Xylopia, este trabalho apresenta o registro inédito de nectário floral (Capí tulo 2), descrevendo a anatomia e ultraestrutura destes nectários nas pétalas internas de X. aromatica. O nectário é formado por epiderme secretora e tecido subglandular parenquimático, com células vacuoladas e ricas em amido. No Capí tulo 3, apresenta-se a ontogênese da antera e do pólen, estrutura relevante para o entendimento de relações filogenéticas em Annonaceae. Destaca-se que o tapete varia de ameboide a glandular, e háanteras septadas, com septos parenquimáticos ou tapetais, bem como anteras asseptadas. A meiose também é variável, sendo sucessiva ou simultânea e, após a microgametogênese, o pólen éliberado em tétrades ou mônades. O Capí tulo 4 caracteriza os óvulos das sete espécies como bitegumentados, crassinucelados e pericalazais, variando de anátropos a anacampilótropos, unitários ou múltiplos por carpelo, respectivamente em placentação basal ou parietal. Tanto a megasporogênese quanto a megagametogênese caracterizam o desenvolvimento do tipo Polygonum. Finalmente, o Capítulo 5 apresenta uma avaliação de 218 caracteres estruturais de flores das Annonaceae estudadas, utilizando métodos filogenéticos comparativos, para inferir a respeito do potencial uso desses caracteres para compreender a evolução floral na família. Construiu-se um fenograma, a partir do qual se pode reconhecer, entre outros aspectos, que A. emarginata éa espécie mais distinta entre as Annona, mostrando que a inclusão de Rollinia em Annona deveria ser revista. Reconhece-se, ainda, que os caracteres florais mais informativos provêm da corola, em especial das pétalas internas, intimamente relacionadas ao elaborado processo de polinização da família.
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spelling Denise Maria Trombert de OliveiraElder Antonio Sousa e PaivaAntonio Carlos WebberDaniela Guimarães SimãoAlessandra Ike CoanLetícia Silva SoutoNatalia Arias Galastri2019-08-10T02:13:06Z2019-08-10T02:13:06Z2013-01-30http://hdl.handle.net/1843/BUOS-97PK99Incluída em Magnoliales, Annonaceae éa maior família entre as Angiospermas basais, havendo carência de dados estruturais, histoquímicos e ultraestruturais das flores dessas plantas, especialmente do Cerrado. Assim, o objetivo geral deste trabalho foi realizar um estudo estrutural, histoquímico e ultraestrutural das flores de sete espécies de Annonaceae, típicas do bioma Cerrado (Annona coriacea, A. crassiflora, A. dioica, A. emarginata, Duguetia furfuracea, Guatteria australis e Xylopia aromatica). Para isto, foram utilizadas técnicas usuais de processamento para microscopia de luz, microscopia eletrônica de transmissão e microscopia eletrônica de varredura. Muitas Annonaceae apresentam tecidos nutritivos nas pétalas, que constituem adaptações àcantarofilia. Nas espécies estudadas (Capí tulo 1), verifica-se que a regi ão nutritiva apresenta epiderme uniestratificada, com variados tipos de células e mesofilo parenquimático, com idioblastos fenólicos e cristalíferos, células com substâncias pécticas no espaço periplasmático e reserva de amido. Tais células apresentam matriz citoplasmática densa, rica em mitocôndrias, dictiossomos e plast í dios em que se destacam grandes grãos de amido. Para Xylopia, este trabalho apresenta o registro inédito de nectário floral (Capí tulo 2), descrevendo a anatomia e ultraestrutura destes nectários nas pétalas internas de X. aromatica. O nectário é formado por epiderme secretora e tecido subglandular parenquimático, com células vacuoladas e ricas em amido. No Capí tulo 3, apresenta-se a ontogênese da antera e do pólen, estrutura relevante para o entendimento de relações filogenéticas em Annonaceae. Destaca-se que o tapete varia de ameboide a glandular, e háanteras septadas, com septos parenquimáticos ou tapetais, bem como anteras asseptadas. A meiose também é variável, sendo sucessiva ou simultânea e, após a microgametogênese, o pólen éliberado em tétrades ou mônades. O Capí tulo 4 caracteriza os óvulos das sete espécies como bitegumentados, crassinucelados e pericalazais, variando de anátropos a anacampilótropos, unitários ou múltiplos por carpelo, respectivamente em placentação basal ou parietal. Tanto a megasporogênese quanto a megagametogênese caracterizam o desenvolvimento do tipo Polygonum. Finalmente, o Capítulo 5 apresenta uma avaliação de 218 caracteres estruturais de flores das Annonaceae estudadas, utilizando métodos filogenéticos comparativos, para inferir a respeito do potencial uso desses caracteres para compreender a evolução floral na família. Construiu-se um fenograma, a partir do qual se pode reconhecer, entre outros aspectos, que A. emarginata éa espécie mais distinta entre as Annona, mostrando que a inclusão de Rollinia em Annona deveria ser revista. Reconhece-se, ainda, que os caracteres florais mais informativos provêm da corola, em especial das pétalas internas, intimamente relacionadas ao elaborado processo de polinização da família.Annonaceae, included in Magnoliales, is the largest family among basal Angiosperms and there is a lack of structural, histochemical and ultrastructural data regarding the flowers of these plants, especially for those from the Brazilian savanna. Thus, the general aim of this study was to carry out a structural, histochemical and ultrastructural investigation of the flowers of seven Annonaceae species, typical of the biome Cerrado (Annona coriacea, A.crassiflora, A. dioica, A. emarginata, Duguetia furfuracea, Guatteria australis and Xylopia aromatica). Usual processing techniques for light microscopy, transmission electron microscopy and scanning electron microscopy were employed. A large number of Annonaceae have nutritive tissues in the petals, which constitute adaptation to cantharophily. For the studied species (Chapter 1), the nutritive region has uniseriate epidermis, with varied cell types, and parenchymatous mesophyll, with phenolic and crystal idioblasts, cells with pectic substances in the periplasmic space and starch reserve. Such cells show dense cytoplasmic matrix rich in mitochondria, dicty osomes and plastids in which large starch grains are highlighted. For Xylopia, this study presents an unprecedented record of flower nectary (Chapter 2), describing the anatomy and the ultrastructure of these nectaries in the inner petals of X. aromatica. The nectary is formed by secretory epidermis and parenchymatous subglandular tissue, with vacuolated cells rich in starch. In Chapter 3, ontogeny of the anther and the pollen, a relevant structure for understanding phylogenetic relationships in Annonaceae, is presented. It must be emphasized that the tapetum varies from amoeboid to glandular and that there are septate anthers, with parenchymatous or tapetal septa, as well as aseptate anthers. Meiosis is also variable and may be successive or simultaneous and, after microgametogenesis, the pollen is released in tetrads or monads. Chapter 4 characterizes the ovules of all seven species as bitegmic, crassinucellate and perichalazal , varying from anatropous to anacampylotropous, single or multiple per carpel, respectively, in basal or parietal placentation. Both megasporogenesis and megagametogenesis characterize the development of Polygonumtype. Finally, Chapter 5 shows the evaluation of 218 structural traits of flowers of the studied Annonaceae, using comparative phylogenetic methods to infer about the potential use of these traits to understand the flower evolution in the family. A phenogram was constructed indicating that, among other aspects, A. emarginata is the most distinct species among Annona, which shows that the inclusion of Rollinia in Annona should be revised. In addition, the most informative flower traits come from the corolla, especially from the inner petals, closely related to the elaborated process of pollination of the family.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGBotânicaNectárioAnonaceaMegagametogêneseMicrosporogêneseMegasporogêneseMicrogametogêneseFenogramaTecido nutritivoNectárioMegagametogêneseMicrosporogêneseMegasporogêneseMicrogametogêneseFenogramaMorfoanatomia, histoquímica e ultraestrutura floral de espécies de annonaceae do cerradoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTese_Natalia Arias Galastri.pdfTese_Natalia Arias Galastri.pdfapplication/pdf60265918https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-97PK99/3/Tese_Natalia%20Arias%20Galastri.pdf4fdd87973bd1590c89487b6c08e6ec9dMD53TEXTtese___natalia_arias_galastri.pdf.txttese___natalia_arias_galastri.pdf.txtExtracted texttext/plain13428https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-97PK99/2/tese___natalia_arias_galastri.pdf.txt467b691357df31a6a36a40f6da0858f8MD521843/BUOS-97PK992023-03-01 17:48:09.632oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-97PK99Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-03-01T20:48:09Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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