Prostatectomia Radical por Laparotomia estudo retrospectivo entre pontos separados e contínuos na realização da Anastomose Vesico-uretral em um único centro da rede de Saúde Pública

• Autor(a) principal: Guilherme Canabrava Rodrigues Silva
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/47255
• topic: Câncer de Próstata; Incontinência Urinaria; Anastomose Vesico-uretral; Neoplasias da Próstata; Incontinência Urinária; Anastomose Cirúrgica

Introdução: O câncer de próstata é a segunda neoplasia maligna mais comum em homens, e as opções de tratamento variam de acordo com estadiamento do paciente, das condições clínicas e comorbidades de cada caso, podendo ser desde acompanhamento sem intervenção até várias modalidades intervencionistas. A prostatectomia radical continua sendo amplamente utilizada com o intuito de cura, sendo que a anastomose vesico-uretral pode ser realizada com pontos separados ou contínuos. No entanto, ainda não há consenso sobre a melhor técnica. Objetivo: Comparar a anastomose vesico-uretral realizada com pontos separados ou contínuos, em pacientes submetidos à prostatectomia radical por laparotomia, quanto à evolução no per e pós-operatório. Método: Trata-se de uma pesquisa retrospectiva em que foram coletados dados dos prontuários de 140 pacientes, sendo que após análise dos critérios de inclusão restaram 86 pacientes. Esses pacientes foram distribuídos em dois grupos, conforme a técnica na realização da anastomose vesico-uretral: grupo 1, composto por 56 pacientes que foram submetidos à anastomose vesico-uretral com pontos separados e grupo 2, composto por 30 pacientes com pontos contínuos, todos operados em centro único do SUS, pela mesma equipe de urologia da Associação Mário Penna, entre os anos de 2016 e 2019, com acompanhamento de pelo menos 12 meses. Os dois grupos foram considerados homogêneos quanto à avaliação pré-operatória e empregando-se os testes de Fisher e de Shapiro-Wilk. A comparação entre os dois grupos de pacientes, quanto à evolução per e pós-operatória foi analisada pelos testes de Fisher, modelo linear generalizado e Shapiro-Wilk. Resultados: A comparação entre os dois grupos quanto a taxa de complicação per operatória não apresentou diferença estatística (p>0,99), enquanto o tempo de procedimento foi, em média, 20 minutos maior no grupo submetido ao procedimento com pontos contínuos (p<0,01). Em relação às características e achados do pós-operatório, foi constatado um tempo de internação, uso de dreno sentinela e taxas de estenose desfavoráveis ao grupo de pacientes com anastomose de pontos contínuos (p<0,01). A taxa de incontinência urinária avaliada aos 02, 06 e 12 meses não apresentou diferença estatisticamente significativa (p>0,05), no entanto quando analisados os pacientes com incontinência urinária em relação ao número de fralda utilizada por dia, o grupo de pacientes submetidos à técnica com pontos contínuos apresentou uma taxa de uso de fralda 2,5 vezes maior aos 12 meses, quando comparado ao grupo de pontos separados (p<0,01). Conclusão: Com base nesta pesquisa, pode-se afirmar que a anastomose vesico-uretral com pontos separados apresentou melhores resultados em comparação à de pontos contínuos em pacientes submetidos à prostatectomia radical por laparotomia, pois foram menores: o tempo cirúrgico, o tempo de internação hospitalar, o tempo de uso de dreno, as taxas de estenose pós-operatória e o número de fralda utilizada diariamente nos pacientes com incontinência urinaria após 12 meses da cirurgia.