Novas territorialidades no centro de Rondônia. Agricultura e as questões socioeconômico-ambientais (1970 a 2011)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/MPBB-94PJYM |
Resumo: | A presente tese se centra em questões de mudança do agrário-rural nos municípios do centro de Rondônia e discute as novas territorialidades que se formam a partir dessas transformações. Esses municípios foram alvos de projetos de colonização da década de 1970 implantados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Portanto, histórico e atualidade, intenso processo de transformação rural em sua base produtiva, penetração da soja, cafeicultura, pecuária modernas e a intervenção na infraestrutura econômica básica e modificação das relações de trabalho e das formas produtivas foram pontos que justificaram o desenvolvimento dessa pesquisa. Dessa forma, os objetivos da pesquisa foram identificar, mapear e analisar as novas territorialidades rurais na área foco.Foram realizados três (3) trabalhos de campo, feitas entrevistas emiestruturadas aos sujeitos da pesquisa (agricultores familiares) e aos agentes (entidades do governo estadual e federal, organizações não governamentais e cooperativas). Nas entrevistas foram obtidos dados sobre: a estrutura familiar, sociabilidade, aspectos da moradia, estrutura fundiária, estrutura da produção de leite, gado de corte, lavouras, quantitativo de produção e do agroextrativismo, aspectos agroecológicos e sobre educação ambiental. Foram coletados os pares de coordenadas de cada propriedade, essenciais para o trabalho cartográfico da tese. A amostra espacial de entrevistas semiestruturadas contou com 49 famílias de agricultores rurais. Dos resultados, identificaram-se os macroterritórios, territórios estabelecidos e legitimados, ligados à cadeia produtiva do leite e carne, marcadamente composto pelos agricultores familiares convencionais, que têm altas taxas de desmatamento e, também os microterritórios, palco da junção das formas de produzir, de alguns agricultores da amostra, com o advento de uma nova lógica de trabalho com a terra no centro de Rondônia a agroecologia, geralmente com menores taxas de desmatamento. Os microterritórios foram passíveis de mapeamento por meio da análise visual de imagens do satélite SPOT, as quais permitiram mostrar como são todas as propriedades com SAFs, (café, extrativismo e cacau), com policultura, e também as que destinam seu uso exclusivo com pastagens. Ao identificar esses territórios, cartograficamente discutimos as cartografias permissivas e as omissas, quando se transporta a discussão teórica sobre territórios para a realidade empírica observada em cada lote mapeado. Sob o viés teórico, da análise das novas territorialidades rurais, pôde-se concluir que há territórios e também territorializações múltiplas. São territórios simbólicos e também funcionais, pois há domínio, apropriação sobre o espaço e deveras funcionalidade expressiva em significados culturais, práticos e de produção. Se há territórios, as territorialidades são manifestações das relações sociais, das redes, manchas e das conexões, resultando na identidade e na construção patrimônio. Pois, pela territorialidade, concretiza-se o controle dos espaços de ações diversas pelos sujeitos sociais que sofrem muito pelos agentes que atuam nesse espaço, criando tanto micropoderes, como poderes hegemônicos a partir dessa ótica. Sob essa perspectiva, a fragmentação de áreas dos agricultores convencionais e agroecológicos é observada como desterritorialização que se desintegra formando novos territórios pelo ressurgimento das novas áreas dos médios e grandes produtores de gado para corte e leite, configurando-se em uma reterritorialização pautada nesse novo modo de produção. De fato,pela nova ação política, simbólica e de poder comandada por novos grupos, os agentes, que agem e os que produzem esses territórios. |
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Dessa forma, os objetivos da pesquisa foram identificar, mapear e analisar as novas territorialidades rurais na área foco.Foram realizados três (3) trabalhos de campo, feitas entrevistas emiestruturadas aos sujeitos da pesquisa (agricultores familiares) e aos agentes (entidades do governo estadual e federal, organizações não governamentais e cooperativas). Nas entrevistas foram obtidos dados sobre: a estrutura familiar, sociabilidade, aspectos da moradia, estrutura fundiária, estrutura da produção de leite, gado de corte, lavouras, quantitativo de produção e do agroextrativismo, aspectos agroecológicos e sobre educação ambiental. Foram coletados os pares de coordenadas de cada propriedade, essenciais para o trabalho cartográfico da tese. A amostra espacial de entrevistas semiestruturadas contou com 49 famílias de agricultores rurais. Dos resultados, identificaram-se os macroterritórios, territórios estabelecidos e legitimados, ligados à cadeia produtiva do leite e carne, marcadamente composto pelos agricultores familiares convencionais, que têm altas taxas de desmatamento e, também os microterritórios, palco da junção das formas de produzir, de alguns agricultores da amostra, com o advento de uma nova lógica de trabalho com a terra no centro de Rondônia a agroecologia, geralmente com menores taxas de desmatamento. Os microterritórios foram passíveis de mapeamento por meio da análise visual de imagens do satélite SPOT, as quais permitiram mostrar como são todas as propriedades com SAFs, (café, extrativismo e cacau), com policultura, e também as que destinam seu uso exclusivo com pastagens. Ao identificar esses territórios, cartograficamente discutimos as cartografias permissivas e as omissas, quando se transporta a discussão teórica sobre territórios para a realidade empírica observada em cada lote mapeado. Sob o viés teórico, da análise das novas territorialidades rurais, pôde-se concluir que há territórios e também territorializações múltiplas. São territórios simbólicos e também funcionais, pois há domínio, apropriação sobre o espaço e deveras funcionalidade expressiva em significados culturais, práticos e de produção. Se há territórios, as territorialidades são manifestações das relações sociais, das redes, manchas e das conexões, resultando na identidade e na construção patrimônio. Pois, pela territorialidade, concretiza-se o controle dos espaços de ações diversas pelos sujeitos sociais que sofrem muito pelos agentes que atuam nesse espaço, criando tanto micropoderes, como poderes hegemônicos a partir dessa ótica. Sob essa perspectiva, a fragmentação de áreas dos agricultores convencionais e agroecológicos é observada como desterritorialização que se desintegra formando novos territórios pelo ressurgimento das novas áreas dos médios e grandes produtores de gado para corte e leite, configurando-se em uma reterritorialização pautada nesse novo modo de produção. De fato,pela nova ação política, simbólica e de poder comandada por novos grupos, os agentes, que agem e os que produzem esses territórios.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGTrabalhadores rurais RondoniaGeografiaAgricultura familiarEcologia agrícola RondôniaRondôniaterritóriosrural-agrárioagricultores familiaresagroecologiaRondôniaNovas territorialidades no centro de Rondônia. 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A presente tese se centra em questões de mudança do agrário-rural nos municípios do centro de Rondônia e discute as novas territorialidades que se formam a partir dessas transformações. Esses municípios foram alvos de projetos de colonização da década de 1970 implantados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Portanto, histórico e atualidade, intenso processo de transformação rural em sua base produtiva, penetração da soja, cafeicultura, pecuária modernas e a intervenção na infraestrutura econômica básica e modificação das relações de trabalho e das formas produtivas foram pontos que justificaram o desenvolvimento dessa pesquisa. Dessa forma, os objetivos da pesquisa foram identificar, mapear e analisar as novas territorialidades rurais na área foco.Foram realizados três (3) trabalhos de campo, feitas entrevistas emiestruturadas aos sujeitos da pesquisa (agricultores familiares) e aos agentes (entidades do governo estadual e federal, organizações não governamentais e cooperativas). Nas entrevistas foram obtidos dados sobre: a estrutura familiar, sociabilidade, aspectos da moradia, estrutura fundiária, estrutura da produção de leite, gado de corte, lavouras, quantitativo de produção e do agroextrativismo, aspectos agroecológicos e sobre educação ambiental. Foram coletados os pares de coordenadas de cada propriedade, essenciais para o trabalho cartográfico da tese. A amostra espacial de entrevistas semiestruturadas contou com 49 famílias de agricultores rurais. Dos resultados, identificaram-se os macroterritórios, territórios estabelecidos e legitimados, ligados à cadeia produtiva do leite e carne, marcadamente composto pelos agricultores familiares convencionais, que têm altas taxas de desmatamento e, também os microterritórios, palco da junção das formas de produzir, de alguns agricultores da amostra, com o advento de uma nova lógica de trabalho com a terra no centro de Rondônia a agroecologia, geralmente com menores taxas de desmatamento. Os microterritórios foram passíveis de mapeamento por meio da análise visual de imagens do satélite SPOT, as quais permitiram mostrar como são todas as propriedades com SAFs, (café, extrativismo e cacau), com policultura, e também as que destinam seu uso exclusivo com pastagens. Ao identificar esses territórios, cartograficamente discutimos as cartografias permissivas e as omissas, quando se transporta a discussão teórica sobre territórios para a realidade empírica observada em cada lote mapeado. Sob o viés teórico, da análise das novas territorialidades rurais, pôde-se concluir que há territórios e também territorializações múltiplas. São territórios simbólicos e também funcionais, pois há domínio, apropriação sobre o espaço e deveras funcionalidade expressiva em significados culturais, práticos e de produção. Se há territórios, as territorialidades são manifestações das relações sociais, das redes, manchas e das conexões, resultando na identidade e na construção patrimônio. Pois, pela territorialidade, concretiza-se o controle dos espaços de ações diversas pelos sujeitos sociais que sofrem muito pelos agentes que atuam nesse espaço, criando tanto micropoderes, como poderes hegemônicos a partir dessa ótica. Sob essa perspectiva, a fragmentação de áreas dos agricultores convencionais e agroecológicos é observada como desterritorialização que se desintegra formando novos territórios pelo ressurgimento das novas áreas dos médios e grandes produtores de gado para corte e leite, configurando-se em uma reterritorialização pautada nesse novo modo de produção. De fato,pela nova ação política, simbólica e de poder comandada por novos grupos, os agentes, que agem e os que produzem esses territórios. |
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