Caracterização da demanda espontânea com queixa clínica na atenção primária à saúde de Belo Horizonte e sua associação com o índice de vulnerabilidade da saúde

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Adriana Ferreira Pereira
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AHSN9D
Resumo: A Atenção Primária à Saúde (APS) de Belo Horizonte é formada por unidades de saúde complexas que constituem a porta de entrada preferencial para os usuários do sistema de saúde. Um grande desafio é equalizar as diversas atividades e necessidades da populaçãoentre os atendimentos eletivos e os de demanda espontânea, permitindo maior equidade, integralidade e acesso ampliado. Este estudo tem como objetivo analisar o perfil da demanda espontânea com queixa clínica registrada durante a classificação de risco dos usuários, na APS de BH em 2014 e 2015, e associá-las ao contexto socioeconômico a partir do Índice de Vulnerabilidade da Saúde (IVS). Foi realizada análise descritiva das principais queixas e das características dos atendimentos, por meio de distribuição de frequência simples e cruzada com IVS, além da análise correspondência para variáveis qualitativas. Dos atendimentos realizados em 44 Centros de Saúde, 11,6% foram destinados à demanda espontânea com queixa clínica, desses 86,6% foram de baixa gravidade e apenas 13,4% urgências eemergências. O sexo feminino utiliza mais os serviços com 64,8% dos atendimentos e o sexo masculino com 35,2%. Em relação à utilização dos serviços 23,4% da população acessaram essas unidades, porém há diferenças significativas em relação aos estratos do IVS, no riscomuito elevado o índice de utilização é 10 vezes maior em comparação com o baixo risco e existe uma associação progressiva entre o número de visitas realizadas por pessoa e a vulnerabilidade social. Esses dados demonstram, por um lado, a melhoria do acesso das populações mais vulneráveis aos serviços de saúde, favorecendo maior equidade na assistência à saúde pública, pois esses estratos possuem piores condições socioeconômicas e, ao mesmo tempo, a influência deste perfil de vulnerabilidade sobre o processo de adoecimento e morte. Verificou-se que a maioria dos atendimentos realizados por pessoaenvolve queixas distintas, mas quanto maior o número de visitas realizadas por uma mesma pessoa maior o atendimento por queixas iguais. As queixas mais frequentes foram: cefaleia, pais preocupados e dor de garganta. É importante que as equipes de saúde da família (EqSF) trabalhem a partir dos agravos mais prevalentes do seu território com olhar amplo sobre as necessidades dos indivíduos e da coletividade, com planejamento de ações que possam influenciar em seus determinantes. O atendimento à demanda espontânea, com ou sem queixa clínica, também é necessário quando se pretende alcançar um modelo de APS abrangente que ofereça um cuidado integral, longitudinal e de maior resolubilidade. Portanto, é importanteque a cada encontro do profissional com o usuário sejam realizadas ações que possam ser centradas na pessoa em toda a sua integralidade.
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Foi realizada análise descritiva das principais queixas e das características dos atendimentos, por meio de distribuição de frequência simples e cruzada com IVS, além da análise correspondência para variáveis qualitativas. Dos atendimentos realizados em 44 Centros de Saúde, 11,6% foram destinados à demanda espontânea com queixa clínica, desses 86,6% foram de baixa gravidade e apenas 13,4% urgências eemergências. O sexo feminino utiliza mais os serviços com 64,8% dos atendimentos e o sexo masculino com 35,2%. Em relação à utilização dos serviços 23,4% da população acessaram essas unidades, porém há diferenças significativas em relação aos estratos do IVS, no riscomuito elevado o índice de utilização é 10 vezes maior em comparação com o baixo risco e existe uma associação progressiva entre o número de visitas realizadas por pessoa e a vulnerabilidade social. Esses dados demonstram, por um lado, a melhoria do acesso das populações mais vulneráveis aos serviços de saúde, favorecendo maior equidade na assistência à saúde pública, pois esses estratos possuem piores condições socioeconômicas e, ao mesmo tempo, a influência deste perfil de vulnerabilidade sobre o processo de adoecimento e morte. Verificou-se que a maioria dos atendimentos realizados por pessoaenvolve queixas distintas, mas quanto maior o número de visitas realizadas por uma mesma pessoa maior o atendimento por queixas iguais. As queixas mais frequentes foram: cefaleia, pais preocupados e dor de garganta. É importante que as equipes de saúde da família (EqSF) trabalhem a partir dos agravos mais prevalentes do seu território com olhar amplo sobre as necessidades dos indivíduos e da coletividade, com planejamento de ações que possam influenciar em seus determinantes. O atendimento à demanda espontânea, com ou sem queixa clínica, também é necessário quando se pretende alcançar um modelo de APS abrangente que ofereça um cuidado integral, longitudinal e de maior resolubilidade. Portanto, é importanteque a cada encontro do profissional com o usuário sejam realizadas ações que possam ser centradas na pessoa em toda a sua integralidade.The Primary Health Care in Belo Horizonte is made by complex health units to constitute the preferential entry door for health system users. A major challenge is equalizing several activities and population needs among elective care and spontaneous demand. Allowing morefairness, completeness and expanded access. This study has as objective to analyze the spontaneous demands profile with clinic issues registered during users risk classification, at Primary Health Care in Belo Horizonte between 2014 and 2015 and associate this to the socioeconomic context from the Index of Health Vulnerability. The knowledge of that characteristics is important for a greater planning of health actions in the city, health units or even for the Family Health Team. A descriptive analysis was made of major issues and from the characteristics of care, through a distribution of simple frequency and crossed with Index of Health Vulnerability, in addition to the multivariate analysis for qualitative variables. Visits made at 44 health units were 11,6% spontaneous demand with clinic issues, from this 86,6 %had low severity and only 13,4% urgency and emergencies. The female uses more services, been 64,8% of all attendants and males 35,2%. About utilization services, just 23,4% of the whole population accessed those units but has significant difference among Index of HealthVulnerability strata. On very high risk, the utilization index is ten times higher than low risk and has a progressive association between the number of visits done by a person and the social vulnerability. Those data show improvements in health services access of a high vulnerable population. This gives larger equity on health public assistance. That group has worse social economic conditions and bigger susceptibility to sickness and death. Was found that major attendants (visits) realized by a person have distinct issues. But how higher that number is, bigger those attendants by the same issue is. The most frequent issues were:headache, worried parents and throat pain. The health teams must start its works with the most prevalent issues in its area, having large sight over individuals and collective needs, planning actions that could influence determinants. The spontaneous demand attendants, with or notclinic issues, also need to achieve a wide Primary Health Care model to offer an integral care, longitudinal and with more solubility. Therefore, is important on each meeting, between user and worker, actions be realized centralized on the person and all his integrity.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGVulnerabilidade em saúdeAtenção primária à saúdeNecessidades e demandas de serviços de saúdeCuidados primários de saúdeNecessidades e Demandas de Serviços de SaúdeAtenção Primária à SaúdeVulnerabilidade em SaúdeCaracterização da demanda espontânea com queixa clínica na atenção primária à saúde de Belo Horizonte e sua associação com o índice de vulnerabilidade da saúdeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_adriana_ferreira_final.pdfapplication/pdf1706530https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-AHSN9D/1/disserta__o_adriana_ferreira_final.pdf60f68f43f8bc5fd78998574168efaf5bMD51TEXTdisserta__o_adriana_ferreira_final.pdf.txtdisserta__o_adriana_ferreira_final.pdf.txtExtracted texttext/plain97230https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-AHSN9D/2/disserta__o_adriana_ferreira_final.pdf.txt4f7c64906211b857b999fd2c7bc84f29MD521843/BUBD-AHSN9D2020-01-29 18:50:23.558oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-AHSN9DRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2020-01-29T21:50:23Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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