O impacto da organização do trabalho de uma fábrica de biscoitos e o adoecimento de suas auxiliares de confeitaria
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9Z3HTW |
Resumo: | Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa realizada em uma fábrica de biscoitos situada na região metropolitana de Belo Horizonte, na cidade de Contagem MG. O objetivo foi investigar os motivos pelos quais um grupo de 12 auxiliares de confeitaria, na faixa etária de 23 a 48 anos e com 2meses a 10 anos de profissão, apresenta alta prevalência de sintomática relacionada a LER/DORT. Foi observada a exposição das mesmas a uma alta taxa de repetitividade e movimentação das mãos e dedos em ritmo acelerado, pausas reduzidas, desconforto térmico, grande meta de produção e execução das tarefas de pé durante toda a jornada de trabalho. A relevância do trabalho se revela ao demonstrar como fatores particulares da atividade observada, relacionadas à forma de organização do trabalho adotada, denotam o modelo clássico que liga a movimentação excessiva dos membros superiores à ocorrência de lesões musculares e tendíneas em membros superiores. Utilizou-se o método de análise ergonômica do trabalho (AET), Questionário de Percepção de Queixa de Dor (CORLETT, 1976) como finalidade conhecer o perfil das trabalhadoras e coletar suas principais queixas, Teste de viscosidade da massa e Teste com cadeiras de modelos diferentes em posto de trabalho. Analisando a atividade das auxiliares, foram observados vários mecanismos que interferem negativamente no adoecer dessas trabalhadoras. Na organização do trabalho a auxiliar assume papel em que não há domínio integral do processo ou do produto. Já que esse é extremamente fragmentado e monótono, sua auto-estima não é elevada alterando negativamente sua sensibilidade individual para o conseqüente adoecimento. A longa jornada de trabalho e o controle do ritmo que não comportam um número de pausas suficientes funcionam como agravantes em favor ao adoecimento decorrente ao uso excessivo das mãos. O medo de demissão por insuficiência de produção ou por falta ao trabalho (devido aos sintomas álgicos) acaba gerando um clima de ansiedade que é respondido pelas trabalhadoras com aceleração na produção manual. O tipo de hierarquia associado ao sistema de produção em que a proprietária, é também patroa e gerente. Fica presente durante todo o tempo fiscalizando todo o processo aumenta o estresse e as reações neuroendócrinas afastamse do estado normal (aumentando o estado de tensão e alerta). O trabalho deixa de ser, portanto, fonte de prazer e crescimento e se torna fonte de insatisfação e ansiedade. São estes, portanto, os fatores da atividade das auxiliares que propiciam o aparecimento de lesões osteoarticulares no trabalho. |
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Renata Campos VasconcelosAdson Eduardo ResendeFrancisco de Paula Antunes LimaCarolina Gomes de Oliveira2019-08-14T18:00:01Z2019-08-14T18:00:01Z2010-12-17http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9Z3HTWEste trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa realizada em uma fábrica de biscoitos situada na região metropolitana de Belo Horizonte, na cidade de Contagem MG. O objetivo foi investigar os motivos pelos quais um grupo de 12 auxiliares de confeitaria, na faixa etária de 23 a 48 anos e com 2meses a 10 anos de profissão, apresenta alta prevalência de sintomática relacionada a LER/DORT. Foi observada a exposição das mesmas a uma alta taxa de repetitividade e movimentação das mãos e dedos em ritmo acelerado, pausas reduzidas, desconforto térmico, grande meta de produção e execução das tarefas de pé durante toda a jornada de trabalho. A relevância do trabalho se revela ao demonstrar como fatores particulares da atividade observada, relacionadas à forma de organização do trabalho adotada, denotam o modelo clássico que liga a movimentação excessiva dos membros superiores à ocorrência de lesões musculares e tendíneas em membros superiores. Utilizou-se o método de análise ergonômica do trabalho (AET), Questionário de Percepção de Queixa de Dor (CORLETT, 1976) como finalidade conhecer o perfil das trabalhadoras e coletar suas principais queixas, Teste de viscosidade da massa e Teste com cadeiras de modelos diferentes em posto de trabalho. Analisando a atividade das auxiliares, foram observados vários mecanismos que interferem negativamente no adoecer dessas trabalhadoras. Na organização do trabalho a auxiliar assume papel em que não há domínio integral do processo ou do produto. Já que esse é extremamente fragmentado e monótono, sua auto-estima não é elevada alterando negativamente sua sensibilidade individual para o conseqüente adoecimento. A longa jornada de trabalho e o controle do ritmo que não comportam um número de pausas suficientes funcionam como agravantes em favor ao adoecimento decorrente ao uso excessivo das mãos. O medo de demissão por insuficiência de produção ou por falta ao trabalho (devido aos sintomas álgicos) acaba gerando um clima de ansiedade que é respondido pelas trabalhadoras com aceleração na produção manual. O tipo de hierarquia associado ao sistema de produção em que a proprietária, é também patroa e gerente. Fica presente durante todo o tempo fiscalizando todo o processo aumenta o estresse e as reações neuroendócrinas afastamse do estado normal (aumentando o estado de tensão e alerta). O trabalho deixa de ser, portanto, fonte de prazer e crescimento e se torna fonte de insatisfação e ansiedade. São estes, portanto, os fatores da atividade das auxiliares que propiciam o aparecimento de lesões osteoarticulares no trabalho.This paper presents the results of a survey carried out in a biscuit factory in the metropolitan region of Belo Horizonte, the city of Contagem - MG. The aim was to investigate the reasons why a group of 12 pastry assistants, aged 23 to 48 years and 2 months to 10 years in the profession, has a high prevalence of symptomatic related to work-related musculoskeletal disorders. We observed exposure of that people to a high rate of repetition and movement of hands and fingers at a rapid pace, pauses reduced, thermal discomfort, great production goal and the tasks standing throughout the workday. The relevance of thisork reveals itself to demonstrate how particular factors of the activity observed, related to the form of work organization adopted, denote the classical model that links excessive movement of the upper to the occurrence of muscle and tendon injuries in upper extremities. We used the method of ergonomic analysis (EA), Perception Questionnaire Complaint of Pain (CORLETT, 1976) aim to identify the characteristics of workers and collect their main complaints, test weight and viscosity of the test models with chairs different job. Analyzing the activity of the auxiliaries, were observed several mechanisms that interfere negatively with the illness of these workers. Working arrangements to assist in paper assumes that there is no completely domain to the process or product. Since this is highly fragmented and monotonous, self-esteem is not high negatively altering their individual sensitivity to the resulting illness. The long working hours and control the rate that does not contain a sufficient number of breaks act as aggravating factors in favor due to illness to excessive use of hands. The fear of dismissal for failure or lack of production work (because of pain symptoms) ends up creating a climate of anxiety that is answered by workers with acceleration in the production manual. The type of hierarchy associated with the production system in which the owner, is also boss and manager. This becomes all the while overseeing the entire process increases the stress and neuroendocrine responses deviate from the normal state (the state of increasing tension and warnings). These, then, the activity of auxiliary factors that favor the appearance of osteoarticular injuries at work.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGErgonomiaAmbiente de trabalhoLesões por esforços repetitivosEngenharia de produçãoOrganização do trabalhoDistúrbios osteomusculares relacionado ao trabalhoAnálise ergonômica do trabalhoO impacto da organização do trabalho de uma fábrica de biscoitos e o adoecimento de suas auxiliares de confeitariainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALmonografia_ufmg.pdfapplication/pdf3763498https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9Z3HTW/1/monografia_ufmg.pdf9f2dad95381f99c35eb060157352d8b6MD51TEXTmonografia_ufmg.pdf.txtmonografia_ufmg.pdf.txtExtracted texttext/plain83039https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9Z3HTW/2/monografia_ufmg.pdf.txtd34b35b0f73e81e9a5a7043716918f09MD521843/BUBD-9Z3HTW2019-11-14 15:25:38.492oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-9Z3HTWRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T18:25:38Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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