Uso de substâncias lícitas e ilícitas por adolescentes: um estudo longitudinal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Kelly Oliva Jorge
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-A9TG2U
Resumo: Esse estudo longitudinal teve o objetivo de avaliar o consumo de drogas lícitas e ilícitas por adolescentes de Belo Horizonte, a incidência de beber pesado (consumir 5 ou mais doses de bebidas alcoólicas em uma única ocasião) e a associação com capital social, religiosidade, fatores familiares e condições socioeconômicas. A amostra foi composta por 891 adolescentes de ambos os gêneros, com idade entre 15 a 19 anos, matriculados em escolas das redes pública e privada da cidade de Belo Horizonte. A coleta de dados foi realizada por meio de três questionários auto-administrados, entregues aos adolescentes em sala de aula: o Questionário Integrado para Medir Capital Social (QI-MCS), o Teste para Triagem do Envolvimento com Álcool, Cigarro e Outras Substâncias (ASSIST) para avaliação do risco de consumo de drogas e o Teste para Identificação de Problemas Relacionados ao Uso do Álcool (AUDIT C) que avalia o risco do consumo de álcool. A classificação socioeconômica foi determinada pelo Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) de acordo com o endereço residencial de cada participante e pela escolaridade dos pais. Religiosidade e o consumo de bebidas alcoólicas pelos pais foram avaliados por questões de artigos anteriores. Dados do baseline originaram um estudo de desenho transversal, em que a variável dependente uso de drogas ilícitas na vida foi definida por meio da primeira questão do instrumento ASSIST Na sua vida, qual (is) dessas substâncias você já usou? (inalantes, maconha, hipnóticos, crack/cocaína, alucinógenos, anfetaminas e opióides). Objetivou-se avaliar a associação entre o uso de drogas ilícitas e fatores socioeconômicos e tipos de grupos de amigos. Foram realizadas análise descritiva, bivariada e regressão logística múltipla. O nível de significância foi de 5,0%. Observou-se uma prevalência para o uso de drogas ilícitas na vida de 15,2%. Permaneceu associado ao uso de drogas ilícitas: residir em áreas com melhores condições socioeconômicas (OR=1,86; 95% IC: 1,86-2,89), a heterogeneidade quanto ao gênero dentro do grupo de amigos (OR=1,71; 95% IC: 1,03-2,85), e ter como grupo de amigos mais importante os amigos da igreja (OR=0,37; 95% IC: 0,17-0,72) e de atividades esportivas e culturais (OR=0,56; 95% IC 0,32-0,98) comparado ao grupo de amigos da escola. Os adolescentes foram acompanhados por um período de dois anos e apenas aqueles que no baseline tinham entre 15 a 17 anos de idade puderam ser encontrados matriculados nas mesmas escolas participantes (n=436). O estudo longitudinal teve como objetivo avaliar a incidência e a mudança na frequência de beber pesado e sua associação com consumo de álcool pelos pais, fatores socioeconômicos e religiosidade. A variável dependente mudança na frequência do consumo de álcool foi baseada na combinação das respostas dos adolescentes em 2010 e em 2012 quanto à variável beber pesado, sendo categorizada em: reduziu o consumo, não alterou o consumo, e aumentou o consumo. Fatores associados com a redução do consumo de bebidas alcoólicas foram analisados considerando aqueles adolescentes que não alteraram e aumentaram o consumo como referência. As variáveis independentes foram determinadas pela combinação das respostas em 2010 e em 2012. Foram realizadas análises descritiva, bivariada e regressão logística ordinal. O nível de significância foi de 5,0%. A incidência de beber pesado foi de 17,2%. O aumento e a redução na frequência de beber pesado entre os participantes foram de 22,0% e 14,0%, respectivamente. A maior chance de redução do consumo pesado de álcool foi associada aos adolescentes que moravam em áreas de maior vulnerabilidade social (OR = 1,63; 95% CI: 1,09-2,43), aos filhos de mães que não consumiam bebidas alcoólicas (OR = 1,60; 95% CI: 1,01-2,53) e àqueles adolescentes que frequentavam a igreja semanalmente a diariamente em comparação com mensalmente (OR = 1,36; 95% CI: 1,02- 1,81). Conclui-se que tanto a prevalência de uso de drogas ilícitas na vida como a incidência de beber pesado na amostra estudada foi alta. Ter melhores condições socioeconômicas foi um fator que contribuiu para o uso de drogas ilícitas e para o consumo pesado de bebidas alcoólicas. Fazer parte de grupos de amigos da igreja e de esportes/cultura foi um fator de proteção para o uso de drogas ilícitas na vida. A participação mais frequente em eventos religiosos e a ausência do consumo de bebidas alcoólicas pelas mães dos adolescentes participantes deste estudo foram fatores de proteção quanto ao consumo pesado de álcool.
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A coleta de dados foi realizada por meio de três questionários auto-administrados, entregues aos adolescentes em sala de aula: o Questionário Integrado para Medir Capital Social (QI-MCS), o Teste para Triagem do Envolvimento com Álcool, Cigarro e Outras Substâncias (ASSIST) para avaliação do risco de consumo de drogas e o Teste para Identificação de Problemas Relacionados ao Uso do Álcool (AUDIT C) que avalia o risco do consumo de álcool. A classificação socioeconômica foi determinada pelo Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) de acordo com o endereço residencial de cada participante e pela escolaridade dos pais. Religiosidade e o consumo de bebidas alcoólicas pelos pais foram avaliados por questões de artigos anteriores. Dados do baseline originaram um estudo de desenho transversal, em que a variável dependente uso de drogas ilícitas na vida foi definida por meio da primeira questão do instrumento ASSIST Na sua vida, qual (is) dessas substâncias você já usou? (inalantes, maconha, hipnóticos, crack/cocaína, alucinógenos, anfetaminas e opióides). Objetivou-se avaliar a associação entre o uso de drogas ilícitas e fatores socioeconômicos e tipos de grupos de amigos. Foram realizadas análise descritiva, bivariada e regressão logística múltipla. O nível de significância foi de 5,0%. Observou-se uma prevalência para o uso de drogas ilícitas na vida de 15,2%. Permaneceu associado ao uso de drogas ilícitas: residir em áreas com melhores condições socioeconômicas (OR=1,86; 95% IC: 1,86-2,89), a heterogeneidade quanto ao gênero dentro do grupo de amigos (OR=1,71; 95% IC: 1,03-2,85), e ter como grupo de amigos mais importante os amigos da igreja (OR=0,37; 95% IC: 0,17-0,72) e de atividades esportivas e culturais (OR=0,56; 95% IC 0,32-0,98) comparado ao grupo de amigos da escola. Os adolescentes foram acompanhados por um período de dois anos e apenas aqueles que no baseline tinham entre 15 a 17 anos de idade puderam ser encontrados matriculados nas mesmas escolas participantes (n=436). O estudo longitudinal teve como objetivo avaliar a incidência e a mudança na frequência de beber pesado e sua associação com consumo de álcool pelos pais, fatores socioeconômicos e religiosidade. A variável dependente mudança na frequência do consumo de álcool foi baseada na combinação das respostas dos adolescentes em 2010 e em 2012 quanto à variável beber pesado, sendo categorizada em: reduziu o consumo, não alterou o consumo, e aumentou o consumo. Fatores associados com a redução do consumo de bebidas alcoólicas foram analisados considerando aqueles adolescentes que não alteraram e aumentaram o consumo como referência. As variáveis independentes foram determinadas pela combinação das respostas em 2010 e em 2012. Foram realizadas análises descritiva, bivariada e regressão logística ordinal. O nível de significância foi de 5,0%. A incidência de beber pesado foi de 17,2%. O aumento e a redução na frequência de beber pesado entre os participantes foram de 22,0% e 14,0%, respectivamente. A maior chance de redução do consumo pesado de álcool foi associada aos adolescentes que moravam em áreas de maior vulnerabilidade social (OR = 1,63; 95% CI: 1,09-2,43), aos filhos de mães que não consumiam bebidas alcoólicas (OR = 1,60; 95% CI: 1,01-2,53) e àqueles adolescentes que frequentavam a igreja semanalmente a diariamente em comparação com mensalmente (OR = 1,36; 95% CI: 1,02- 1,81). Conclui-se que tanto a prevalência de uso de drogas ilícitas na vida como a incidência de beber pesado na amostra estudada foi alta. Ter melhores condições socioeconômicas foi um fator que contribuiu para o uso de drogas ilícitas e para o consumo pesado de bebidas alcoólicas. Fazer parte de grupos de amigos da igreja e de esportes/cultura foi um fator de proteção para o uso de drogas ilícitas na vida. A participação mais frequente em eventos religiosos e a ausência do consumo de bebidas alcoólicas pelas mães dos adolescentes participantes deste estudo foram fatores de proteção quanto ao consumo pesado de álcool.This longitudinal study aimed to evaluate the use of licit and illicit drugs by adolescents in Belo Horizonte, the incidence of binge drinking (consuming 5 or more drinks of alcohol on a single occasion) and its association with social capital, religiosity, family factors and socioeconomic conditions. The sample consisted of 891 adolescents of both genders, aged 15 to 19 years, enrolled in public and private schools in Belo Horizonte city. Data collection was performed through three self-administered questionnaires delivered to adolescents in the classroom: the Integrated Questionnaire for Measuring Social Capital (SC-IQ), the Screening Test for Involvement with Alcohol, Cigarette and Other Substances (ASSIST) to evaluate the risk of drug use and the Test for Identification of Problems Related to alcohol Use (AUDIT C), which assesses the risk of alcohol consumption. The socioeconomic classification was determined by the Social Vulnerability Index (SVI) according to the residential address of each participant and the parents' schooling. Religiosity and alcohol consumption by parents were assessed by questions from previous papers. The dependent variable in the baseline data was "lifetime use of illicit drugs" was defined by the first question in ASSIST questionnaire: Have you ever used any illicit drugs (marijuana, inhalants, hypnotics, cocaine/crack, hallucinogens, amphetamines and opioids) in your life?. The baseline data aimed to evaluate the association between illicit drug use and socioeconomic factors and types of groups of friends. Descriptive, bivariate and multiple logistic regression were performed. The significance level was 5.0%. The prevalence for lifetime illicit drug use was 15.2%. Living in areas with the best conditions (OR = 1.86, 95% CI: 1:86-2.89) and participation in groups consisting of friends of the opposite sex (OR = 1.71; 95% CI: 1.03-2.85) was associated with higher odds of illicit drug use. Participants who reported that their most important groups of friends came from church (OR = 0.37; 95% CI: 0.20-0.68) and from sports/culture (OR = 0.56; 95% CI: 0.32-0.98) had decreased odds of illicit drugs use in comparison to those whose best friends were from school. The adolescents were followed for a period of two years. However, only those who at baseline were aged 15 to 17 years of age that could be found enrolled in the same schools (n = 436). The longitudinal study was to evaluate the incidence of binge drinking and its association with parental alcohol consumption, socioeconomic factors and religiosity. The dependent variable "change in frequency of alcohol consumption" was based on a combination of the responses of adolescents in 2010 and 2012 as the variable "binge drinking" is categorized as reduced intake, unaltered intake and increased intake. Factors associated with the reduction of alcohol consumption were analyzed considering those adolescents who did not change and increased consumption as a reference. The independent variables were determined by combining the responses in 2010 and 2012. Descriptive analysis, bivariate and ordinal logistic regression analyzes were performed. The significance level was 5.0%. The incidence of binge drinking was 17.2%. The increase and the decrease in the frequency of binge drinking among participants were 22.0% and 14.0%,respectively. A greater chance of decreasing binge drinking among adolescents was associated with residing in a more vulnerable area (OR = 1.63; 95% CI: 1.09-2.43), attending religious services on a weekly or daily basis in comparison to monthly basis (OR = 1.36; 95% CI: 1.02-1.81) and having a mother who did not consume alcoholic beverages (OR = 1.60; 95% CI: 1.01-2.53). It was concluded that both prevalence of lifetime illicit drug use and binge drinkings incidence was high for this sample. Have better socioeconomic status was a factor that contributed to the lifetime illicit drugs use and binge drinking by adolescents. Being part of groups of friends from church or sport/cultural activities seems to be a protective factor for lifetime illicit drug use. The most frequent participation in religious events and absence of alcohol consumption by mothers of adolescents who participated in this study also seems to be protective factors to increase frequency of binge drinking.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGComportamento do adolescenteFatores socioeconômicosBebidas alcoólicasIncidênciaComportamento do adolescenteFatores socioeconômicosDrogas ilícitasBebidas alcoólicasIncidênciaUso de substâncias lícitas e ilícitas por adolescentes: um estudo longitudinalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_doutorado.pdfapplication/pdf2202777https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-A9TG2U/1/tese_doutorado.pdf3732b95ea110b49f56dce77cace34731MD51TEXTtese_doutorado.pdf.txttese_doutorado.pdf.txtExtracted texttext/plain207005https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-A9TG2U/2/tese_doutorado.pdf.txta182a60ad51dfd2d954ebf3b5120a355MD521843/BUBD-A9TG2U2019-11-14 09:19:08.544oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-A9TG2URepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T12:19:08Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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