Reorganização espacial da indústria de transformação brasileira pós 2008: qual foi a dispersão do emprego no território?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Philipe Scherrer Mendes
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Ana Maria Hermeto Camilo de Oliveira, Gustavo Britto
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/59043
Resumo: O objetivo deste trabalho é analisar, pós-2008, a distribuição do emprego industrial brasileiro no território, conectando as transformações observadas a fatores locacionais, geradores de dinâmica do reordenamento territorial. Sua contribuição está na caracterização territorial recente do emprego industrial em diálogo com a capacidade de indivíduos e firmas usufruírem de certas localidades, identificadas como determinantes dos movimentos observados. É indiscutível que, pós-anos de 1990, o Brasil vivenciou uma reorganização em sua estrutura produtiva e distribuição espacial mais conectada com o mercado externo e mais demandante de qualificação da mão de obra. Nesse sentido, as análises setorial e educacional sugerem uma desconcentração da atividade produtiva enviesada para o emprego de pior qualidade, com maior dispersão de setores de menor intensidade tecnológica e de empregos com menores níveis educacionais. Assumindo uma forte correlação entre intensidade tecnológica setorial e grau de instrução do trabalhador, observa-se o reforço da posição de destaque da região Sudeste, principalmente do estado de São Paulo, no que se refere à geração de emprego de mestres e doutores, em setores de mais elevada intensidade tecnológica. Para além da questão setorial, os dados ainda sugerem uma possível transição produtiva em busca de menores custos de mão de obra.
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Nesse sentido, as análises setorial e educacional sugerem uma desconcentração da atividade produtiva enviesada para o emprego de pior qualidade, com maior dispersão de setores de menor intensidade tecnológica e de empregos com menores níveis educacionais. Assumindo uma forte correlação entre intensidade tecnológica setorial e grau de instrução do trabalhador, observa-se o reforço da posição de destaque da região Sudeste, principalmente do estado de São Paulo, no que se refere à geração de emprego de mestres e doutores, em setores de mais elevada intensidade tecnológica. Para além da questão setorial, os dados ainda sugerem uma possível transição produtiva em busca de menores custos de mão de obra.This paper aims to analyze the distribution of Brazilian industrial employment across the territory after 2008, linking the observed transformations to locational factors. Its contribution resides in the characterization of the industrial employment in connection with the capacity of individuals and firms to benefit from certain localities, identified as determinants of the observed changes. Since the 1990s, Brazil has experienced a reorganization of its productive structure, in which its spatial distribution became more connected to the external market and more demanding of labor qualification. In this sense, the sectorial and educational analysis suggests a greater deconcentration of productive activity in lower quality employment, with a greater dispersion of sectors of lower technological intensity and jobs with lower levels of education. Given the strong correlation between the sector's technological intensity and the worker’s level of education, it is possible to reinforce the Southeast region performance, especially the state of São Paulo, in terms of job creation for masters and doctors and in sectors more intensive in technology. In addition to the sectoral question, the data also suggests a possible productive transformation toward lower labor costs.porUniversidade Federal de Minas GeraisUFMGBrasilFCE - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICASRevista Brasileira de Estudos Regionais e UrbanosEmpregoDesempregoMao de obra qualificadaQualificacao profissionalMercado de trabalho formalLocalização industrialIndústria de transformaçãoReorganização espacial da indústria de transformação brasileira pós 2008: qual foi a dispersão do emprego no território?info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://revistaaber.org.br/rberu/article/view/373Philipe Scherrer MendesAna Maria Hermeto Camilo de OliveiraGustavo Brittoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGLICENSELicense.txtLicense.txttext/plain; charset=utf-82042https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/59043/1/License.txtfa505098d172de0bc8864fc1287ffe22MD51ORIGINALReorganização espacial da indústria de transformação brasileira pós 2008.pdfReorganização espacial da indústria de transformação brasileira pós 2008.pdfapplication/pdf8109769https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/59043/2/Reorganiza%c3%a7%c3%a3o%20espacial%20da%20ind%c3%bastria%20de%20transforma%c3%a7%c3%a3o%20brasileira%20p%c3%b3s%202008.pdfc75cabc7936e680052b349a4cbc27c2cMD521843/590432023-10-02 17:20:54.27oai:repositorio.ufmg.br:1843/59043TElDRU7vv71BIERFIERJU1RSSUJVSe+/ve+/vU8gTu+/vU8tRVhDTFVTSVZBIERPIFJFUE9TSVTvv71SSU8gSU5TVElUVUNJT05BTCBEQSBVRk1HCiAKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50Ye+/ve+/vW8gZGVzdGEgbGljZW7vv71hLCB2b2Pvv70gKG8gYXV0b3IgKGVzKSBvdSBvIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yKSBjb25jZWRlIGFvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbu+/vW8gZXhjbHVzaXZvIGUgaXJyZXZvZ++/vXZlbCBkZSByZXByb2R1emlyIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vKSBwb3IgdG9kbyBvIG11bmRvIG5vIGZvcm1hdG8gaW1wcmVzc28gZSBlbGV0cu+/vW5pY28gZSBlbSBxdWFscXVlciBtZWlvLCBpbmNsdWluZG8gb3MgZm9ybWF0b3Mg77+9dWRpbyBvdSB277+9ZGVvLgoKVm9j77+9IGRlY2xhcmEgcXVlIGNvbmhlY2UgYSBwb2zvv710aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2Pvv70gY29uY29yZGEgcXVlIG8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250Ze+/vWRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byBwYXJhIGZpbnMgZGUgcHJlc2VydmHvv73vv71vLgoKVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPvv71waWEgZGUgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFu77+9YSwgYmFjay11cCBlIHByZXNlcnZh77+977+9by4KClZvY++/vSBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byDvv70gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9j77+9IHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vu77+9YS4gVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVw77+9c2l0byBkZSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gbu+/vW8sIHF1ZSBzZWphIGRlIHNldSBjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIG5pbmd177+9bS4KCkNhc28gYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY++/vSBu77+9byBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2Pvv70gZGVjbGFyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzc++/vW8gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7vv71hLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3Tvv70gY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250Ze+/vWRvIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0Hvv73vv71PIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ++/vU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfvv71OQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0Pvv70gREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklT77+9TyBDT01PIFRBTULvv71NIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0Hvv73vv71FUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNh77+977+9bywgZSBu77+9byBmYXLvv70gcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJh77+977+9bywgYWzvv71tIGRhcXVlbGFzIGNvbmNlZGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7vv71hLgo=Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-10-02T20:20:54Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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