Proteção social e produção do cuidado a travestis e mulheres trans em situação de rua no município de Belo Horizonte/MG

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lindalva Guimaraes Mendes
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B59HH6
Resumo: The objective of this qualitative research was to identify social protection and care production for transvestites and transgender women in homeless in the public health and social assistance policies in the city of Belo Horizonte / MG. The instruments used to collect the data were participant observation, semi structured interviews in depth with the focus group technique. The data collection took place in the streets and squares of the city, public facilities and the house of the interviewee. Twelve people participated in the research, nine of them were interviewed and three were observed. The analysis of the data was done by the technique of Content Analysis of Bardin and the results presented and discussed from the following categories: 1) Life trajectories; 2) Life on the streets; 3) Knowledge and access to SUS and SUAS services; 4) Suggestions for the improvement of services; 5) Empowerment and perspectives. The life trajectories have in common the family conflicts related to the gender issues, leading to the exit of house, prostitution and street situation, in a growing of vulnerabilities that are aggravated by the precariousness and violence related to living in the streets. These precarious conditions are related to meeting the basic needs of security and survival, health conditions and drug abuse. The reported violence was assaults and threats by public officials, other street people and unknown persons, self-exploitation, murder of colleagues and death threats. Being in a group, on the streets, appeared as an important strategy of support and mutual protection. The data showed that the interviewees know about and access various SUS and SUAS services, although they are not aligned with their diversities and singularities and produce violence. The main violence suffered in the services are related to the criteria and rules of operation that can cause the permanence in the streets, lack of privacy, discrimination and sexual harassment. Respect for the social name, the attitude of listening and welcoming of service professionals appeared as a sign of good service. As suggestions from the interviewees for the improvement of these services, the need to respect the social name, the guarantee of privacy and the desire to be heard for the search and construction of these improvements were presented. About the perspectives of future and empowerment, they defend the importance of knowing and giving visibility to their own rights, making achievements and forming the opinion of society in general. This study reaffirms the importance and need of the policies and services to be thought in the logic of collective construction, of listening and dialoging with these right individuals, respecting the particularities or their path and demands.
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The analysis of the data was done by the technique of Content Analysis of Bardin and the results presented and discussed from the following categories: 1) Life trajectories; 2) Life on the streets; 3) Knowledge and access to SUS and SUAS services; 4) Suggestions for the improvement of services; 5) Empowerment and perspectives. The life trajectories have in common the family conflicts related to the gender issues, leading to the exit of house, prostitution and street situation, in a growing of vulnerabilities that are aggravated by the precariousness and violence related to living in the streets. These precarious conditions are related to meeting the basic needs of security and survival, health conditions and drug abuse. The reported violence was assaults and threats by public officials, other street people and unknown persons, self-exploitation, murder of colleagues and death threats. Being in a group, on the streets, appeared as an important strategy of support and mutual protection. The data showed that the interviewees know about and access various SUS and SUAS services, although they are not aligned with their diversities and singularities and produce violence. The main violence suffered in the services are related to the criteria and rules of operation that can cause the permanence in the streets, lack of privacy, discrimination and sexual harassment. Respect for the social name, the attitude of listening and welcoming of service professionals appeared as a sign of good service. As suggestions from the interviewees for the improvement of these services, the need to respect the social name, the guarantee of privacy and the desire to be heard for the search and construction of these improvements were presented. About the perspectives of future and empowerment, they defend the importance of knowing and giving visibility to their own rights, making achievements and forming the opinion of society in general. This study reaffirms the importance and need of the policies and services to be thought in the logic of collective construction, of listening and dialoging with these right individuals, respecting the particularities or their path and demands.Esta pesquisa qualitativa teve como objetivo identificar como se dá a proteção social e a produção do cuidado a travestis e mulheres trans em situação de rua nas políticas públicas de saúde e de assistência social no município de Belo Horizonte/MG. Os instrumentais utilizados para a coleta dos dados foram a observação participante, entrevistas semiestruturadas e em profundidade e a técnica do grupo focal. A coleta dos dados aconteceu em ruas e praças da cidade, equipamentos públicos e na casa da entrevistada. Doze pessoas participaram da pesquisa, sendo que nove foram entrevistadas e três observadas. A análise dos dados foi feita pela técnica da Análise de Conteúdo de Bardin e os resultados apresentados e discutidos a partir das seguintes categorias: 1) Trajetórias de vida; 2) Vida nas ruas; 3) Conhecimento e acesso aos serviços do SUS e do SUAS; 4) Sugestões para melhoria dos serviços; 5) Empoderamento e perspectivas. As trajetórias de vida têm em comum os conflitos familiares relacionados às questões de gênero, levando à saída de casa, prostituição e situação de rua, em um crescente de vulnerabilidades que se agravam diante das precariedades e violências relacionadas ao viver nas ruas. Estas precariedades se referem ao atendimento das necessidades básicas de segurança e sobrevivência, às condições de saúde e ao uso abusivo de drogas. As violências relatadas foram agressões e ameaças por agentes públicos, por outras pessoas em situação de rua e por pessoas desconhecidas, exploração pelo próprio parceiro, assassinatos de colegas e ameaças de morte. O estar em grupo, nas ruas, apareceu como importante estratégia de apoio e proteção mútua. Os dados demonstraram que as entrevistadas conhecem e acessam vários serviços do SUS e do SUAS, entretanto estes não estão alinhados às suas diversidades e singularidades e (re)produzem violências. As principais violências sofridas nos serviços se relacionam aos critérios e regras de funcionamento que podem provocar a permanência nas ruas, à falta de privacidade, discriminação e assédio sexual. O respeito ao nome social, a atitude de escuta e acolhimento dos profissionais dos serviços apareceram como indicativo de bom atendimento. Como sugestões das entrevistadas para a melhoria desses serviços, foram apresentados a necessidade de respeito ao nome social, a garantia da privacidade e o desejo de serem ouvidas para a busca e construção destas melhorias. Sobre as perspectivas de futuro e empoderamento, elas defendem a importância de conhecerem e darem visibilidade aos próprios direitos, fazendo conquistas e formando a opinião da sociedade de modo geral. Assim, este estudo reafirma a importância e necessidade das políticas e serviços serem pensados na lógica da construção coletiva, de escuta e diálogo com estes sujeitos de direitos, respeitando as especificidades de suas trajetórias e demandas.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGAlzira de Oliveira JorgeFlavia Bulegon PileccoCristiane de Freitas CunhaErica Dumont PenaLindalva Guimaraes Mendes2019-08-14T09:03:28Z2019-08-14T09:03:28Z2018-06-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/1843/BUOS-B59HH6info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMG2020-01-29T20:42:33Zoai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-B59HH6Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oairepositorio@ufmg.bropendoar:2020-01-29T20:42:33Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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