Prevalência de alterações histeroscópicas em mulheres submetidas à fertilização in vitro: estudo retrospectivo

• Autor(a) principal: Cecília de Souza Monteiro
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/30382
• topic: fertilização in vitro; mulheres; histeroscopia; Histeroscopia; Fertilização In Vitro; Ultrassom

Segundo a literatura, ensaios clínicos recentes não demonstraram benefício em realizar histeroscopia como exame de rotina antes do tratamento de fertilização in vitro (FIV) em mulheres com exame uterino normal à ultrassonografia. Entretanto, esses estudos encontraram anormalidades histeroscópicas em menos de 13% dos participantes e, portanto, seus achados podem não se aplicar a populações com maior prevalência de desordens intrauterinas. Realizamos um estudo transversal retrospectivo incluindo 1141 mulheres submetidas à histeroscopia ambulatorial antes da fertilização in vitro no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, entre janeiro de 2012 e Dezembro de 2017. Destas, 961 participantes tiveram a ultrassonografia transvaginal (USTV) sem alterações da cavidade uterina. Alterações histeroscópicas estavam presentes em 265 das 961 pacientes com USTV negativo (prevalência de 27,6%, intervalo de confiança de 95% [IC] 24,8%−30,5%). Além disso, a prevalência de histeroscopias com leiomioma submucoso não detectado pelo ultrassom aumentou significativamente com a idade (p = 0,005, teste do qui-quadrado para tendência linear) e atingiu 7,2% (IC95% 3,5%−14,1%) após os 40 anos. Também observamos que a sensibilidade do USTV variou de 8% (IC95% 2%−20%) para sinéquias uterinas a 41% (IC95% 28%−56%) para o leiomioma submucoso, resultando em baixas razões de verossimilhança para resultados negativos do USTV. Esses achados sugerem uma alta prevalência de alterações insuspeitas encontradas pela histeroscopia de rotina antes da FIV, um aumento dependente da idade na freqüência de leiomioma submucoso e uma baixa sensibilidade diagnóstica do USTV em detectar lesões intrauterinas.