Compreensão da terapia antirretroviral entre indivíduos iniciando o tratamento em Belo Horizonte/MG.

• Autor(a) principal: Luiz Cláudio Oliveira Alves de Souza
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/50299
• topic: HIV; Compreensão; Terapia antirretroviral de alta atividade

A compreensão da prescrição dos medicamentos antirretrovirais é um importante pilar para se alcançar a adesão à terapia antirretroviral (TARV). A adesão à TARV é um fator decisivo para melhoria da qualidade de vida das pessoas que vivem e convivem com HIV/aids (PVHIV). Os objetivos ao realizar o estudo foram avaliar a compreensão dos indivíduos iniciando a TARV em três serviços públicos de referência em Belo Horizonte/MG e seus fatores associados. Foi realizada uma análise transversal por meio de entrevistas com os indivíduos após a primeira dispensação de antirretrovirais. A orientação recebida dos profissionais de saúde e a compreensão pelo indivíduo foram investigadas. Considerou-se que houve compreensão quando o indivíduo compreendeu simultaneamente o nome, dose e frequência de administração de todos os medicamentos antirretrovirais prescritos. Foi realizada análise estatística descritiva para as variáveis independentes, sendo elas: sociodemográficas, comportamentais, clínicas e relativas ao serviço de saúde. Foi realizada também análise multivariada de associação entre as variáveis independentes e a compreensão global da prescrição médica. Foram incluídos nesse estudo 265 indivíduos, com idade média de 33 anos, média de escolaridade de 12 anos e de dois meses de TARV, maioria do sexo masculino (83,4%), sem união estável (80,7%), pertencentes as classes econômicas A, B ou C (82,6%). O esquema antirretroviral mais utilizado no período foi o de dose fixa combinada (DFC) contendo fumarato de tenofovir desoproxila/lamivudina/efavirenz (54,7%). A compreensão global da prescrição de TARV e a compreensão do nome dos medicamentos apresentaram o mesmo resultado (35,5%). A compreensão da dose foi 97,7% e da frequência de administração dos medicamentos antirretrovirais foi 98,9%. Os fatores associados à compreensão global da prescrição da TARV foram escolaridade ≥ 9 anos (OR=8,90, valor de p=0), tipo de esquema antirretroviral em uso, indivíduos em uso de DFC (OR=3,61, valor de p=0) e sinais e sintomas de ansiedade (OR=2,6, valor de p=0,0022). Esses resultados indicam que indivíduos com maior grau de escolaridade, em uso de esquemas menos complexos e com a presença de sinais e sintomas de ansiedade podem compreender melhor a sua prescrição médica de medicamentos antirretrovirais.