Retroanálise da ruptura da barragem São Francisco - Miraí, Minas Gerais, Brasil

• Autor(a) principal: Felipe Figueiredo Rocha
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-A9VN49
• topic: Meio Ambiente e Recursos Hídricos; Saneamento; Recursos hídricos Desenvolvimento; Engenharia sanitária; Barragens de rejeitos

A portaria do DNPM nº 526/2013 estabelece, em alguns casos, a obrigatoriedade de realização de estudos de cenários decorrentes de rupturas de barragens de rejeitos, sendo a escolha da metodologia de responsabilidade do proprietário da barragem. Muitos dos métodos disponíveis na literatura foram desenvolvidos especificamente para barragens de armazenamento de água. Os orgãos fiscalizados ainda não especificaram nenhuma diretriz metodológica para confecção do estudo. Nesse contexto, os proprietários contratam estudos nos quais métodos e custos podem variar consideravelmente entre consultorias especializadas. No presente trabalho foram avaliados métodos usualmente adotados em estudos de barragens de rejeitos em uma retroanálise da ruptura, em janeiro de 2007, da barragem São Francisco, que ficava localizada no município de miraí, no Estado de Minas Gerais. Em relação á brecha de ruptura foram comparados os resultados de equações de previsão com a geometria da brecha observada. Na propagação da onda de cheia foram realizadas análises de sensibilidade nos modelos HEC-RAS E FLO-2D para verificar a influência da alteração de alguns parâmetros ( do coeficiente de rugosidade de Manning, por exemplo), de condiçoes de contorno, do tipo hidrograma de ruptura e da precisão da topografia. sob esse último tópico, foram utilizados modelos digitais de elevação (MDEs) gratuitos, como o SRTM e o TOPODATA, e um MDE construido a partir de carta topográfica do IBGE. Os resultados foram avaliados por meio de uma abordagem quantitativa pixel-a-pixel de comparação binária entre as manchas observada e previstas, com cálculo do índice de desempenho F. Os resultados sugerem que a topografia pode ser o principal fator de influência na previsão da mancha de inundação. o valor previsto com a utilização de carta topográfica na escala 1:50.000 superestimou a área da inundaçao observada em 106%, já com MDE SRTM a área foi subestimada em 10%. A calibração do coeficiente de rugosidade Manning, a partir do índice de desempenho F, aperfeiçoou a previsão da inundação pelo modelo HEC-RAS, validado por sua acurácia, estabilidade, conservação do volume e facilidade de calibração com parâmetros de rugosidade fisicamente realísticos, a um custo computacional razoável. Por fim, apesar das diversas incertezas inerentes ao processo de ruptura de barragem de rejeitos, a inundação prevista pela retroanálise da ruptura da barragem São Francisco sugere que os estudos de cenários são de fundamental importância para o planejamento das aões emergenciais descritas no PAE.