Validação diagnóstica de questionário para pesquisa epidemiológica da doença periodontal

• Autor(a) principal: Renata Magalhães Cyrino
• Data de Publicação: 2010
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/ZMRO-8EDHTQ
• topic: Odontologia; Doenças periodontais/epidemiologia; Estudos de validação como assunto; Doença periodontal; Periodontite; Epidemiologia

As medidas de auto-relato têm sido utilizadas para avaliação epidemiológica de doenças crônicas em grandes populações, oferecendo vantagens de custo e logística. Alguns questionários têm sido testados em diferentes populações para a avaliação de doença periodontal, com resultados ainda escassos. O foco deste estudo foi analisar o desempenho de um conjunto de medidas de autorelato sobre doença periodontal na estimativa da prevalência da periodontite numa amostra de indivíduos brasileiros. A amostra do estudo foi composta por 284 indivíduos, faixa etária 18-60 anos, grupo racial e socioeconômico heterogêneo, na cidade de Belo Horizonte Brasil. Cada participante respondeu a um questionário com 22 questões abrangendo variáveis sociodemográficas e auto-percepção da condição periodontal. No exame clínico foram registrados profundidade de sondagem (PS), nível de inserção clínica (NIC), sangramento à sondagem (ss), mobilidade, índice de placa visível e índice de sangramento. Periodontite foi definida como: a) leve/ moderada presença de pelo menos 2 sítios interproximais com NIC _ 4mm ou PS _ 5mm em dentes diferentes; b) periodontite grave presença de pelo menos 2 sítios interproximais com NIC _ 6 mm e 1 sítio com PS _ 5mm em dentes diferentes (CDC, 2007). A prevalência de periodontite determinada pelo exame clínico foi de 28,87%. O modelo preditivo final de regressão logística, com variáveis sociodemográficas e de auto-relato incluiu 3 medidas: idade, renda e número de dentes, associadas a presença de periodontite. Para o modelo global, doentes e não doentes, os valores foram: sensibilidade (SS) = 35,44%, especificidade (ES) = 90,82% e acurácia (AROC) = 77,42%; para a variável independente periodontite leve/moderada SS = 18,37%, ES = 97,96% e AROC = 73,17% ; para periodontite grave; SS = 24,24%, ES = 97,96% e AROC = 82,95%. Observa-se que a gravidade da doença melhora a capacidade de identificação dos doentes na amostra e a acurácia do modelo é melhor representada. As medidas de auto-relato de doença periodontal apresentaram moderado valor preditivo para a ocorrência de doença e podem ser utilizadas em associação com medidas sócio-demográficas para predição da periodontite.