Análise astrométrica e espectroscópica de estrelas do aglomerado jovem NGC 6530

• Autor(a) principal: Clara Oliveira Leal
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/37494; https://orcid.org/0000-0002-7164-4562
• topic: NGC 6530; Astrometria; Acreção; Estrelas T Tauri clássicas; Variabilidade de Hα; Estrelas; Astrometria; Acreção; Estrelas T Tauri

Foi estudado, neste trabalho, NGC 6530, um aglomerado aberto jovem (∼ 2,3 milhões de anos) localizado a uma distância de 1325 pc do Sol. O estudo de aglomerados jovens fornece informações cruciais sobre o processo de formação estelar, uma vez que eles abrigam de dezenas a milhares de estrelas, como as Estrelas T Tauri Clássicas (ETTCs) que são estrelas jovens de baixa massa cercadas por um disco circunstelar do qual acretam matéria e com o qual interagem. Elas apresentam variabilidade fotométrica e espectroscópica e seus espectros possuem emissões intensas e largas da linha de Hα originadas no ambiente circunstelar. O aglomerado NGC 6530 foi observado durante 2 anos pelo satélite Gaia e com esses dados realizamos um estudo de seus membros, a partir de medidas de movimento próprio e paralaxe de estrelas na região do aglomerado. Encontramos 86 membros para o aglomerado, usando métodos de descontaminação e ajuste de isócrona, e obtivemos o módulo da distância, o excesso de cor e a idade do aglomerado, (m − M)o = 10, 55, com erros +0,25 e −0,30, E(B −V) = 0,48 ± 0,07 e 2,8 milhões de anos, com o valor variando entre 2,0 e 3,5 milhões de anos, respectivamente. NGC 6530 também foi observado em 2016 pelo telescópio VLT (ESO) equipado com o espectrógrafo FLAMES, possibilitando um estudo espectroscópico de várias estrelas do aglomerado. Nossa amostra consiste em espectros de 61 estrelas, variando do tipo espectral K4 a F1. Dentre essas, 17 foram classificadas como membros em nosso estudo astrométrico. Realizamos um estudo das características e variabilidade da linha de emissão de Hα de cada uma das 61 estrelas. Removemos a contribuição nebular da linha de Hα das estrelas da nossa amostra e estimamos a velocidade radial a partir de linhas fotosféricas presentes nos espectros dessas estrelas. Calculamos a largura equivalente e a largura a 10% do máximo de intensidade da linha de Hα. Com esses parâmetros, classificamos 54% das estrelas da nossa amostra como ETTC e 24% como estrelas T Tauri de linha fraca (ETTF), não sendo possível classificar 21% devido à presença da contribuição nebular e/ou incertezas no processo de remoção da contribuição nebular dos espectros. Procuramos por variações periódicas na linha de Hα das ETTCs e mostramos que a maioria destas estrelas não apresenta periodicidade nesta linha. Classificamos morfologicamente o perfil médio da linha de Hα dessas estrelas e mostramos que a nossa amostra de ETTCs tem o perfil da linha de Hα dominado por acreção magnetosférica. Calculamos a largura equivalente da linha de LiI e a relacionamos com as velocidades radiais encontradas e com o estudo astrométrico, para analisar o pertencimento a NGC 6530 das estrelas observadas com o VLT/FLAMES. Determinamos mais 16 estrelas da nossa amostra como possíveis membros do aglomerado NGC 6530, uma vez que os parâmetros obtidos com a espectroscopia são compatíveis com os dados do aglomerado.