Percepção de idosos muito idosos sobre a dor na realização das atividades diárias

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barbara Pires de Andrade Lage Cabral
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AVBHA6
Resumo: O envelhecimento populacional é um fenômeno que acontece em todo o mundo. No Brasil, o grupo que mais cresce corresponde à faixa etária de 80 anos e mais, os chamados idosos muito idosos. Com o aumento da proporção de idosos, há o aumento de doenças crônico degenerativas, que podem provocar dor e levar a um processo de incapacidade funcional. A dor é uma experiência subjetiva e diz respeito a um feito existencial, no qual a pessoa sofre em sua totalidade, sendo sua reação mediada pela cultura, pela história de vida do indivíduo e por sua relação com o que o cerca. O objetivo geral deste estudo foi compreender a percepção de idosos muito idosos sobre a dor. Os objetivos específicos foram: discutir os elementos que participam da construção dos significados da dor entre idosos muito idosos; compreender como a pessoa muito idosa, com dor, percebe o modo de realização das atividades diárias; e identificar as estratégias utilizadas durante a realização das atividades da vida diária. Estudo qualitativo baseado no referencial antropológico, realizado com idosos com 80 anos e mais que compõem o estudo multicêntrico, internacional, longitudinal Back Complaints in the Elderly (BACE). A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semi-estruturadas. O número de participantes foi definido pelo critério de saturação e os dados foram analisados por meio da técnica de análise de conteúdo temática. Após a análise criteriosa das entrevistadas, as três categorias que emergiram foram: A vivência constante da dor, A compreensão da dor e A realização das atividades no cotidiano da dor. Participaram do estudo 30 mulheres e 02 homens com idade entre 80 a 91 anos. Os participantes afirmaram sentir dor com frequência, relacionaram a dor ao envelhecimento, à incapacidade e à solidão, e, apesar da dor constante, eram independentes para a realização das atividades básicas de vida diária. Quanto às atividades instrumentais de vida diária, relataram fazer de modo intermitente ao longo do dia e recorrerem a familiares e amigos para auxiliá-los. O envolvimento em atividades avançadas de vida diária foi considerado uma maneira de aliviar a dor. Por meio desses resultados foi possível dar voz aos idosos com dor, bem como compreender a maneira subjetiva com qual eles se relacionam com a dor e o que faz com que permaneçam independentes e engajados em atividades ainda que sintam dores fortes e constantemente.
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Os objetivos específicos foram: discutir os elementos que participam da construção dos significados da dor entre idosos muito idosos; compreender como a pessoa muito idosa, com dor, percebe o modo de realização das atividades diárias; e identificar as estratégias utilizadas durante a realização das atividades da vida diária. Estudo qualitativo baseado no referencial antropológico, realizado com idosos com 80 anos e mais que compõem o estudo multicêntrico, internacional, longitudinal Back Complaints in the Elderly (BACE). A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semi-estruturadas. O número de participantes foi definido pelo critério de saturação e os dados foram analisados por meio da técnica de análise de conteúdo temática. Após a análise criteriosa das entrevistadas, as três categorias que emergiram foram: A vivência constante da dor, A compreensão da dor e A realização das atividades no cotidiano da dor. Participaram do estudo 30 mulheres e 02 homens com idade entre 80 a 91 anos. Os participantes afirmaram sentir dor com frequência, relacionaram a dor ao envelhecimento, à incapacidade e à solidão, e, apesar da dor constante, eram independentes para a realização das atividades básicas de vida diária. Quanto às atividades instrumentais de vida diária, relataram fazer de modo intermitente ao longo do dia e recorrerem a familiares e amigos para auxiliá-los. O envolvimento em atividades avançadas de vida diária foi considerado uma maneira de aliviar a dor. Por meio desses resultados foi possível dar voz aos idosos com dor, bem como compreender a maneira subjetiva com qual eles se relacionam com a dor e o que faz com que permaneçam independentes e engajados em atividades ainda que sintam dores fortes e constantemente.Population aging is a phenomenon that happens all over the world. In Brazil, the group that grows the most corresponds to the age group of 80 years and more, called the oldest old. With the increasing proportion of elderly people, there is an increase in noncommunicable diseases, which causes pain and can lead to a process of functional disability. Pain is a subjective experience and refers to an existential feat, in which the person suffers in his totality and his reaction is mediated by the culture, the individuals life history and his relationship with what surrounds him. The aim of this study was to understand the perception of oldest old people regarding pain. The specific objectives were: to discuss the elements that participate in the construction of meanings of the pain among the oldest old; to understand how the oldest old people with pain perceives the way of performing daily activities; and to identify the strategies used during the activities of daily living. This is a qualitative study based on the anthropological reference, with individuals aged 80 years and older that participated in the multicenter, international, longitudinal study Back Complaints in the Elderly (BACE). The data collection was performed by semi-structured interview. The number of participants was defined by saturation criterion and the data were analyzed using the thematic content analysis technique. After a careful analysis of the interviewees, three categories emerged: "The constant experience of pain", "Understanding the pain" and "Accomplishing activities in the daily life with pain". Thirty women and two men aged from 80 to 91 years old participated in the study. Participants reported frequent pain, related pain to aging, disability and loneliness, and despite theirs constant pain, they still were independent to perform basic activities of daily living. As for instrumental activities of daily living, they reported to do it intermittently throughout the day and to ask theirs family and friends for help. Involvement in advanced activities of daily living was considered a way to relieve the pain. Through these results it was possible to listen to the elderly with pain and, since pain is subjective, to understand the way in which they relate to it and what makes them remain independent and engaged in theirs activities even though they still feel strong and constantly pain.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGIdosos Saúde e higieneDorAtividades cotidianasDorIdoso muito idosoAtividades de vida diáriaPesquisa qualitativaPercepção de idosos muito idosos sobre a dor na realização das atividades diáriasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_de_mestrado_b_rbara_pires_de_andrade_lage_cabral.pdfapplication/pdf790953https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AVBHA6/1/disserta__o_de_mestrado_b_rbara_pires_de_andrade_lage_cabral.pdf357b0776e2c3c35718f756af647b268fMD51TEXTdisserta__o_de_mestrado_b_rbara_pires_de_andrade_lage_cabral.pdf.txtdisserta__o_de_mestrado_b_rbara_pires_de_andrade_lage_cabral.pdf.txtExtracted texttext/plain88067https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AVBHA6/2/disserta__o_de_mestrado_b_rbara_pires_de_andrade_lage_cabral.pdf.txt117ee894d262794aa5538e58828d87deMD521843/BUOS-AVBHA62019-11-14 09:03:50.953oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-AVBHA6Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T12:03:50Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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