Detalhes bibliográficos
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
id UFMG_8f7467b36b1d495d344faa0da3ce6507
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/MMMD-B7EPST
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
instacron_str UFMG
institution Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
spelling Silke KappFernanda Borges de MoraesRenata Moreira MarquezCarlos Frederico Lago BurnettFábio Macêdo VelameAmaro Sérgio Marques2019-08-10T05:41:01Z2019-08-10T05:41:01Z2018-09-24http://hdl.handle.net/1843/MMMD-B7EPSTA zona rural do município de São Francisco, norte de Minas Gerais, entre os rios Acari e Pardo, desde o período da colonização, serviu de uma espécie de refúgio e de resistência ao sistema escravocrata com a formação do quilombo de Bom Jardim da Prata. O presente trabalho espera analisar o processo de formação dessa comunidade quilombola, bem como a produção do espaço, da moradia e suas territorialidades. Para tanto utilizou-se do método etnográfico e da história oral para a coleta de dados com os moradores da comunidade. Não existem até o presente momento dados estatísticos sobre essa comunidade, todavia estima-se a presença de 630 famílias que vivem em pequenos sítios dispersos ou em três vilas mais adensadas no território. Não obstante, sempre existiram, além dos negros, outros moradores como índios e brancos, que percorriam essa região e fundaram, desde os primórdios fazendas para a criação de gado e núcleos urbanos. No entanto, a partir da década de 1950, novos arranjos econômicos mudaram a forma de apropriação do território, gerando novas territorialidades, principalmente com o processo de cercamento promovido pelos grandes fazendeiros. Parte dos antigos moradores do quilombo ficou ilhada em meio a médias e grandes propriedades rurais, muitas vezes, sem condições de continuar utilizando as áreas anteriormente ocupadas de forma coletiva pelos seus ancestrais. Muitos moradores então tiveram que trabalhar para os grandes fazendeiros da região ou se submetem ao trabalho sazonal em outras cidades como forma de melhorar a sua renda. Nessa espécie de território fragmentado, que foi se constituindo, temos a presença de quilombolas e de não quilombolas, fazendeiros, sitiantes, trabalhadores rurais, ciganos, todos vivendo na mesma área. Todavia, na última década, a associação quilombola de Bom Jardim da Prata está reivindicando a titulação de suas terras, que, na verdade, estariam sendo ocupadas por diversos moradores não quilombolas. Assim, caso seja aprovado, será criado um novo território coletivo com mais de 63.000 hectares a ser gerido pela Associação Quilombola de Bom Jardim da Prata. No entanto ainda não está muito claro o destino dos outros moradores não quilombolas do território em disputa. Também é possível questionar o caráter comunitário nesse território, uma vez que seus moradores parecem pouco coesos e muitos deles indiferentes à questão quilombola. Nos últimos anos, novos processos externos voltaram a impactar essa região, desde a possibilidade de construção da ponte sobre o rio São Francisco e a chegada do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), todos esses elementos ordenadores das novas relações econômicas, territoriais e sociais. Certo é que a cada ano parece diminuir a autonomia dos moradores do quilombo, pois parecem que ainda vivem com total dependência das políticas públicas e dos agentes externos. Vislumbro, assim, um longo processo de luta pela consolidação da comunidade e pelo território, esse sim, imprescindível para a reprodução, manutenção e ressignificação do quilombo.The rural area of the municipality of São Francisco, north of Minas Gerais, between the Acari and Pardo rivers, from the period of colonization, served as a refuge and resistance to the slave system with the formation of the quilombo Bom Jardim da Prata. The present work hopes to analyze the process of formation of this quilombola community, as well as the production of space, housing and its territorialities. For this purpose, the ethnographic and oral history method was used to collect data with the residents of the community. At present there are no statistical data on this community, but it is estimated that there are 630 families living in small dispersed sites or in three denser villages in the territory. Nonetheless, there were always other Negroes as well, such as Indians and whites, who traveled throughout this region and founded, from the earliest farms to cattle and urban centers. However, from the 1950s, new economic arrangements changed the way of appropriation of the territory, generating new territorialities, mainly with the process of enclosure promoted by the great landowners. Some of the former residents of the quilombo stayed in the midst of large and medium-sized farms, often unable to continue to use areas formerly occupied collectively by their ancestors. Many residents then had to work for the region's large farmers or undergo seasonal work in other cities as a way to improve their income. In this kind of fragmented territory, which was being formed, we have the presence of quilombolas and nonquilombolas, farmers, besiegers, rural workers, gypsies, all living in the same area. However, in the last decade, the quilombola association of Bom Jardim da Prata is claiming the titling of its lands, which, in fact, would be occupied by several non-quilombola residents. Thus, if approved, a new collective territory with more than 63,000 hectares will be created to be managed by the Quilombola Association of Bom Jardim da Prata. However, the fate of other non-Quilombola residents in the disputed territory is not yet clear. It is also possible to question the community character in this territory, since its inhabitants seem little cohesive and many of them indifferent to the quilombola question. In recent years, new external processes have once again impacted this region, from the possibility of building the bridge over the São Francisco River and the arrival of the National Rural Housing Program (PNHR), all of these elements of the new economic, territorial and social relations. It is true that each year the quilombo residents seem to be less autonomous, since they seem to live with total dependence on public policies and external agents. I see, therefore, a long process of struggle for the consolidation of the community and the territory, that yes, essential for the reproduction, maintenance and resignification of the quilombo.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGHabitaçãoQuilombosHabitaçãoQuilombosProdução do espaçoA produção do território e da moradia e da moradia no quilombo Bom Jardim da Pratainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_de_doutorado_amaro_s_rgio_marques.pdfapplication/pdf12868343https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MMMD-B7EPST/1/tese_de_doutorado_amaro_s_rgio_marques.pdf365395a05aa0dca2a20ac2937e7a3b9eMD51TEXTtese_de_doutorado_amaro_s_rgio_marques.pdf.txttese_de_doutorado_amaro_s_rgio_marques.pdf.txtExtracted texttext/plain374586https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MMMD-B7EPST/2/tese_de_doutorado_amaro_s_rgio_marques.pdf.txt03e0ad42a2e94541d02e3bedd8f95807MD521843/MMMD-B7EPST2019-11-14 07:23:25.85oai:repositorio.ufmg.br:1843/MMMD-B7EPSTRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T10:23:25Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
_version_ 1813547623571783680